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Paradoxo de Fermi

Paradoxo de Fermi é o nome da controvérsia relacionada ao quase infinito número de planetas e à total inexistência de sinais de presença de vida inteligente extraterrestre.

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O paradoxo de Fermi, assim nomeado em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi, é uma contradição relacionada à nossa total falta de informações sobre a existência de civilizações extraterrestres face a um número infinitamente grande de estrelas e planetas possivelmente capazes de abrigar vidas inteligentes.

Veja também: Terra plana – tudo o que você precisa saber sobre o assunto

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Como surgiu o paradoxo de Fermi?

Por volta de 1940, um grupo de cientistas discutia à mesa sobre a existência de outras civilizações inteligentes. Durante a discussão, Fermi teria perguntado: — Onde está todo mundo? Segundo o raciocínio de Fermi, se há no Universo bilhões de planetas capazes de suportar a vida e milhões de espécies inteligentes, quais as chances de nenhuma delas ter visitado a Terra em algum momento de sua história?

Um selo impresso nos EUA mostra Enrico Fermi (1901-1954), físico italiano.
Um selo impresso nos EUA mostra Enrico Fermi (1901-1954), físico italiano.

Fermi raciocinou que qualquer civilização inteligente, se munida com alguma tecnologia de propulsão, como foguetes ou naves espaciais, seria “rapidamente” capaz de colonizar uma galáxia por completo. Essa ideia pode parecer controversa e é, de fato, impraticável, levando-se em conta o nosso tempo de vida, que é finito. Entretanto, Fermi baseou-se em um conceito desenvolvido pelo matemático John Von Neumman, por volta de 1950: o construtor universal.

Construtor universal foi o nome dado por Neumann para o seu projeto, que consistia em uma sequência de requisitos lógicos necessários para a construção de uma máquina autorreplicável capaz de produzir cópias idênticas de si mesma, que, por sua vez, produziriam novas cópias idênticas. Mesmo soando fantasioso, o conceito de autorreplicação detalhado por Neumman já existe e está presente na formação de cristais e na replicação do DNA.

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Pautado nas grandes probabilidades de existirem seres inteligentes, em virtude da enorme quantidade de planetas somente em nossa galáxia, a qual existe há mais de 10 bilhões de anos, e na ideia de existirem seres capazes de projetar foguetes e de se replicar sistematicamente, Fermi desenvolveu complexos modelos matemáticos e então estimou que uma galáxia como a nossa já poderia ter sido colonizada diversas vezes desde a sua formação.

Mesmo levando em conta as vastas distâncias interplanetárias e as limitações de velocidade, uma civilização dotada de tecnologias parecidas com as nossas levaria não mais do que quatro milhões de anos fazê-lo.

A Via-Láctea tem entre 200 e 400 bilhões de estrelas. Em quantas delas existe vida inteligente?
A Via-Láctea tem entre 200 e 400 bilhões de estrelas. Em quantas delas existe vida inteligente?

Em resumo, o paradoxo de Fermi debate que, dado o tempo de existência de nossa galáxia, muitas civilizações tecnologicamente avançadas já deveriam ter surgido e colonizado outros planetas, entretanto, dentro do nosso Universo observável, que contém pelo menos dois trilhões de galáxias, jamais detectamos qualquer sinal de vida inteligente fora da Terra.

Veja também: 7 perguntas que a Física ainda não conseguiu responder

Equação de Drake

A equação de Drake foi desenvolvida pelo astrônomo e astrofísico Frank Drake, em 1961. O objetivo de Drake não era o de calcular o número de civilizações inteligentes nem mesmo resolver o paradoxo de Fermi, mas sim fomentar o debate sobre a existência de vidas inteligentes durante o primeiro congresso relacionado ao SETI (em português: Busca por inteligência extraterrestre). Para tanto, Drake baseou-se nos principais conceitos contemplados pelos cientistas que teorizavam a existência de vida fora da Terra.

Apesar de sua fama, a equação de Drake não é exatamente útil para estimar o número de civilizações inteligentes em nossa galáxia, uma vez que diversos termos dessa equação são arbitrários ou imprecisos. Entretanto, seu objetivo original, que era o de aquecer o debate e a busca por vida inteligente fora da Terra, vem sendo cumprido ao longo dos últimos anos, uma vez que a equação tem servido como “bússola conceitual” para a investigação da vida fora da Terra.

 

Por Rafael Helerbrock
Professor de Física

Escritor do artigo
Escrito por: Rafael Helerbrock Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

HELERBROCK, Rafael. "Paradoxo de Fermi"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/paradoxo-de-fermi.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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