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Muros de Ceuta e Melilla

Os muros de Ceuta e Melilla estão em duas áreas de fronteira entre Espanha e Marrocos, constituindo-se como verdadeiros enclaves europeus em território africano.

Mapa da Espanha com ênfase nas cidades autônomas de Ceuta e Melilla
Mapa da Espanha com ênfase nas cidades autônomas de Ceuta e Melilla
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Como podemos notar através do mapa acima, a Espanha integra a parte do continente europeu que se separa da África pelo Mar Mediterrâneo. No Estreito de Gibraltar, há um pequeno intervalo separando as duas regiões, ponto onde se localiza a cidade de Ceuta e, mais a leste, a cidade de Melilla. Essas duas cidades são de domínio da Espanha, que afirma possuir esses territórios antes mesmo da constituição de Marrocos, país onde tais cidades estão situadas.

Mapa de maior escala com a localização de Ceuta e Melilla ¹
Mapa de maior escala com a localização de Ceuta e Melilla ¹

Desde a sua entrada na União Europeia, a Espanha passou a reforçar as suas fronteiras nessas duas localidades com o território marroquino para evitar ou ao menos conter a entrada de imigrantes advindos da África no espaço espanhol e, consequentemente, em toda a Europa. Com isso, foram construídos os muros de Ceuta e de Melilla para barrar integralmente a presença de marroquinos nas áreas fronteiriças.

Se observarmos a posição dessas cidades nos mapas acima, é possível perceber a sua localização estratégica tanto no que diz respeito aos seus acessos ao Mar Mediterrâneo quanto à sua proximidade com o continente europeu. Com isso, a Espanha, com o respaldo da União Europeia, faz questão de continuar com a posse dessas áreas, embora seus solos não sejam muito férteis, além de, economicamente, as cidades não serem, em tese, muito rentáveis.

As fronteiras entre Marrocos e Espanha são pequenas, consideradas umas das menores do mundo. Por isso, para os espanhóis, a construção dos muros de Ceuta e Melilla é considerada viável, além de ser entendida como fundamental para conter as tentativas frequentes de imigrações ilegais na região e de garantir a soberania desse território. Ambas as cidades são alcunhadas de “entrada dos fundos” da Europa para as imigrações ilegais.

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Imagem do Muro de Ceuta ²
Imagem do Muro de Ceuta ²

Imagem do Muro de Melilla ³
Imagem do Muro de Melilla ³

Os muros construídos, no entanto, parecem não funcionar de maneira totalmente efetiva na contenção de imigrantes ilegais, que buscam a Europa com vistas a melhores oportunidades de renda e emprego. Em 2014, por exemplo, o centro de acolhida de imigrantes de Melilla apresentou um índice de lotação quase quatro vezes maior que a sua capacidade. Além disso, em fevereiro de 2014, 15 imigrantes morreram ao tentar entrar a nado na Espanha, saindo da cidade de Ceuta, fato que gerou duras críticas ao governo espanhol, uma vez que indícios apontaram que as forças militares do país atacaram as populações com balas de borracha durante o trajeto.

Por isso, o governo espanhol, novamente respaldado pela União Europeia, decidiu pelo reforço dos dois muros em Ceuta e Melilla, que somam aproximadamente 20 km de extensão, o que inclui a construção de um portão hidráulico em uma área de córrego em Ceuta.

O que se pode concluir com essa questão dos muros de Ceuta e Melilla – que se somam a outros muros, como o do México, o extinto Muro de Berlim e o Muro de Israel – é que tais barreiras não são somente uma demarcação territorial, mas uma divisão simbólica em termos da divisão entre o mundo desenvolvido e o subdesenvolvido, resumida na separação entre norte e sul que demarca a ordem mundial atual.

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¹ Créditos da imagem: Anarkangel / Wikimedia Commons

² Créditos da imagem: Xemenendura / Wikimedia Commons

³ Créditos da imagem: Ongayo / Wikimedia Commons


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Muros de Ceuta e Melilla"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/muros-ceuta-melilla.htm. Acesso em 23 de novembro de 2024.

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