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Cetamina

Cetamina é um anestésico usado tanto na medicina humana quanto na medicina veterinária. Seu uso requer supervisão médica devido aos potenciais efeitos colaterais e ao risco de abuso.

Seringa ao lado de um frasco com cetamina.
A cetamina é um anestésico dissociativo utilizado principalmente na medicina veterinária e na medicina humana.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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A cetamina é um anestésico dissociativo utilizado principalmente na medicina veterinária e humana. Ela foi descoberta em 1962, inicialmente como alternativa mais segura à fenciclidina (PCP) para anestesia. Nesse contexto, ela logo se destacou por sua capacidade de induzir anestesia sem afetar gravemente a respiração e a circulação, tornando-a um importante recurso em cirurgias e tratamentos médicos.

Leia também: Morfina — um analgésico usado para aliviar dores intensas e persistentes

Tópicos deste artigo

Resumo sobre cetamina

  • A cetamina é um anestésico dissociativo utilizado principalmente na medicina veterinária e humana.

  • Descoberta em 1962 por Calvin Stevens.

  • Foi desenvolvida como alternativa mais segura à fenciclidina (PCP).

  • Na medicina veterinária, é usada para anestesiar animais durante cirurgias e procedimentos. Em humanos, é usada em emergências, cirurgias e procedimentos médicos para proporcionar sedação e analgesia rápida.

  • Induz anestesia sem suprimir gravemente a respiração e a circulação.

  • É estudada e utilizada para tratar depressão.

  • A administração geralmente é intravenosa (IV) ou intranasal.

  • Possui potencial de abuso e dependência devido aos efeitos alucinógenos.

  • Pode causar efeitos colaterais como náuseas, tontura, alucinações e aumento da pressão arterial.

  • O uso deve ser supervisionado por profissionais de saúde em ambientes médicos.

  • É contraindicada para pessoas com hipertensão não controlada, problemas cardíacos graves, glaucoma de ângulo fechado, histórico de abuso de substâncias e certas condições de saúde mental.

  • O uso recreativo é perigoso e ilegal, com riscos de dependência.

O que é cetamina?

Fórmula estrutural da cetamina.
Fórmula estrutural da cetamina.

A cetamina é um anestésico dissociativo utilizado principalmente na medicina veterinária e humana, cujos efeitos compreendem um estado de anestesia, amnésia, analgesia e sedação, sem suprimir totalmente as funções respiratórias e cardiovasculares. Além de seu uso médico, também é conhecida pelo potencial de abuso como droga recreativa devido aos seus efeitos alucinógenos.

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Para que serve a cetamina?

A cetamina possui diversas aplicações. O principal uso da cetamina é como anestésico, tanto em animais quanto em seres humanos:

  • Medicina veterinária: usa-se para sedar e anestesiar animais durante cirurgias e procedimentos.

  • Medicina humana: usa-se em emergências, cirurgias e procedimentos médicos para proporcionar sedação e analgesia rápida, bem como controlar dores intensas quando outros analgésicos falharem.

Quanto ao seu mecanismo de ação, a cetamina age principalmente como antagonista do receptor NMDA (N-metil-D-aspartato) no cérebro. Ao bloquear esses receptores, ela interfere na ação do glutamato, um neurotransmissor excitatório crucial para a transmissão de sinais entre as células nervosas. Esse bloqueio, portanto, resulta em uma redução da excitabilidade neuronal, o que contribui para seus efeitos anestésicos e analgésicos.

Cetamina no tratamento da depressão

A cetamina tem sido estudada como uma opção de tratamento para a depressão resistente, sobretudo em casos em que outros métodos não foram eficazes. Em vista disso, é importante destacar alguns pontos a respeito desse tratamento:

  • Ação rápida: é conhecida por sua capacidade de agir de forma rápida, muitas vezes melhorando os sintomas em questão de horas a dias, em comparação com semanas ou meses com outros antidepressivos.

  • Mecanismo de ação: atua de forma diferente de outros antidepressivos, direcionando o sistema de neurotransmissores no cérebro, especialmente o glutamato, o que pode ajudar a restaurar as conexões entre as células nervosas.

  • Administração: geralmente, é administrada por via intravenosa (IV) ou por via intranasal em forma de spray.

  • Eficácia: apesar dos efeitos positivos, em contrapartida podem ser temporários e serem necessárias doses repetidas para manter o efeito antidepressivo.

Como a cetamina deve ser usada?

A cetamina deve ser usada conforme as orientações do médico, e devido aos seus efeitos psicoativos é importante que ela seja administrada em um ambiente médico seguro e supervisionado. Ademais, a dose varia dependendo da condição que está sendo tratada, da idade e do peso do paciente. Já quanto à frequência, também pode variar, sendo administrada como uma única dose em alguns casos e como uma série de doses ao longo do tempo em outras situações.

Veja também: O que são as anfetaminas?

Efeitos colaterais da cetamina

A cetamina pode causar alguns efeitos colaterais, especialmente quando usada em doses mais altas ou por longos períodos de tempo. Entretanto, um fato importante é que esses efeitos e a gravidade deles podem variar de pessoa para pessoa. Nesse caso, alguns dos mais comuns são:

  • náusea e vômito;

  • tontura e confusão;

  • problemas de coordenação;

  • alucinações, principalmente em doses altas;

  • aumento da pressão arterial e batimentos cardíacos rápidos;

  • algumas pessoas relatam uma sensação de desconexão do próprio corpo (dissociação);

  • se administrada por via intravenosa, pode ocorrer dor, inchaço ou vermelhidão no local da injeção;

  • em casos raros, pode aumentar o risco de pensamentos suicidas, especialmente em pessoas com histórico de depressão ou outros transtornos mentais.

Perigos e precauções da cetamina

Pessoa derretendo cetamina para fazer uso recreativo.
O uso recreativo da cetamina, além de causar dependência, pode levar a uma overdose.

A cetamina pode ser um medicamento útil em certas situações, mas também apresenta alguns perigos e requer precauções especiais ao ser utilizada.

Perigos da cetamina

  • Em longo prazo, existe a possibilidade inerente de causar cistite ulcerativa e danos renais.

  • Potencial de causar depressão respiratória e morte quando usada em doses elevadas (overdose).

  • Devido aos seus efeitos alucinógenos, o uso prolongado, abusivo ou recreativo pode levar à dependência.

Precauções da cetamina

  • Deve ser administrada sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado.

  • Durante o tratamento, o paciente deve ser monitorado para detectar quaisquer efeitos colaterais ou problemas de saúde.

  • Antes de usar cetamina, o médico deve avaliar a saúde do paciente, sobretudo verificando a presença de condições médicas que possam ser agravadas pela droga.

  • O paciente deve seguir exatamente as instruções do médico quanto à dose e frequência de administração. Ou seja, não alterar a dose por conta própria.

Quem não deve usar cetamina?

Existem algumas pessoas que não devem usar cetamina devido aos riscos associados ao seu uso. Por isso, é importante considerar alguns fatores antes de usar essa substância, bem como consultar um médico para avaliar os riscos e benefícios individuais do tratamento. Por exemplo, devem evitá-la pessoas com as seguintes condições:

  • Hipertensão não controlada: pode elevar a pressão arterial.

  • Problemas cardíacos graves: pode aumentar a frequência cardíaca.

  • Glaucoma de ângulo fechado: pode aumentar a pressão dentro do olho.

  • Histórico de abuso de substâncias: devido ao potencial de abuso da cetamina.

  • Problemas de saúde mental: pode piorar sintomas de certos transtornos mentais, como a psicose.

Vale ressaltar, também, que não há dados suficientes sobre a segurança da cetamina durante a gravidez, portanto seu uso não é recomendado em mulheres grávidas, a menos que seja absolutamente necessário e sob orientação médica.

História da cetamina

A cetamina foi descoberta em 1962 por Calvin Stevens, um cientista da Parke-Davis, que estava pesquisando novos anestésicos. Nesse sentido, ela foi desenvolvida para substituir a fenciclidina, que estava sendo usada como anestésico na época, mas tinha efeitos colaterais graves. Diante disso, a cetamina foi introduzida no mercado em 1970 sob o nome comercial de Ketalar.

Inicialmente, ela foi utilizada principalmente como anestésico em humanos e animais. Contudo, rapidamente ganhou popularidade devido à sua capacidade de induzir anestesia sem suprimir totalmente a respiração e a circulação, o que a tornava mais segura do que outros anestésicos da época. Já nos anos seguintes, estudos clínicos mostraram que a cetamina pode aliviar rapidamente os sintomas depressivos em algumas pessoas, levando ao seu uso off-label (fora das indicações aprovadas) para essa finalidade.

Por fim, atualmente ela é usada em uma variedade de contextos médicos, incluindo anestesia, controle da dor e tratamento da depressão. No entanto, seu uso ainda é controverso devido aos seus potenciais efeitos colaterais e ao seu potencial de abuso. Dessa forma, a pesquisa sobre a cetamina e seus usos terapêuticos continua avançando para uma melhor compreensão dos seus mecanismos de ação e aplicações clínicas.

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Escritor do artigo
Escrito por: Jhonilson Pereira Gonçalves Graduado em ciências licenciatura/química (UEMA), mestre em química (UFMA) e pós-graduado em metodologia do ensino de física e química. Possui experiência na área da educação como professor do ensino fundamental ao superior.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GONçALVES, Jhonilson Pereira. "Cetamina"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/drogas/cetamina.htm. Acesso em 19 de junho de 2024.

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