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Varíola do Alasca

Varíola do Alasca é uma doença viral que raramente infecta seres humanos. Seu nome faz alusão ao local onde seu vírus causador foi identificado pela primeira vez.

Enfermeiro segurando um exame de sangue positivo para Alaskapox, o vírus causador da varíola do Alasca.
O Alaskapox, vírus causador da varíola do Alasca, pertence ao gênero Orthopoxvirus, do qual fazem outros vírus capazes de causar lesões na pele.
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A varíola do Alasca é uma doença causada por um vírus chamado Alaskapox, que pertence ao gênero Orthopoxvirus, formado por várias espécies de vírus que infectam mamíferos. Entre eles, está o vírus causador da varíola humana (Orthopoxvirus variolae), doença letal erradicada em todo o planeta em 1980.

O Alaskapox, vírus da chamada varíola do Alasca, foi identificado pela primeira vez em 2015 ao infectar uma pessoa na região de Fairbanks, no Alasca. Desde então, apenas sete casos de infecção pelo Alaskapox foram identificados, todos concentrados no Alasca, e marcados pela ocorrência de sintomas leves. Em janeiro de 2024, porém, foi registrada a primeira morte oficial de um idoso infectado pelo Alaskapox, na Península do Kenai, no Alasca.

Leia também: Varíola humana — detalhes sobre essa grave doença considerada erradicada do planeta

Tópicos deste artigo

Resumo sobre varíola do Alasca

  • A varíola do Alasca é uma doença causada pelo vírus Alaskapox, pertencente ao gênero Orthopoxvirus.
  • Foi identificada pela primeira vez na região de Fairbanks, no Alasca.
  • Os sete casos de infecção pelo Alaskapox conhecidos ocorreram no Alasca.
  • O Alaskapox raramente infecta seres humanos, sendo mais comumente encontrado em pequenos mamíferos, principalmente na ratazana-de-dorso-vermelho.
  • Entre os sintomas, estão: inchaço dos gânglios linfáticos, aparecimento de feridas, e dores articulares e musculares.
  • O diagnóstico da doença pode ser dado pela análise dos sintomas e pela realização do teste de PCR para confirmar a infecção pelo vírus Alaskapox.
  • Devido à pouca quantidade de casos, não existe um tratamento médico oficial para a varíola do Alasca.
  • A doença pode ser evitada ao não se entrar em contato com pequenos mamíferos da região em que a doença se concentra, além de não se entrar em contato com as feridas de pacientes infectados pelo vírus.

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O que é varíola do Alasca?

A varíola do Alasca é uma doença causada pelo vírus Alaskapox. Esse vírus pertence ao gênero Orthopoxvirus, que inclui outras espécies de vírus que infectam mamíferos, entre eles o vírus Orthopoxvirus variolae, causador da varíola humana, doença letal que causou a morte de milhões de pessoas no mundo todo, mas que foi erradicada em todo o planeta em 1980, graças à vacinação.

Embora raramente infecte seres humanos, o Alaskapox foi identificado pela primeira vez em 2015, em uma pessoa que vivia na região de Fairbanks, no Alasca. Desde então, apenas sete casos da doença foram identificados no mundo todo, todos ocorrendo exclusivamente no Alasca, e sendo apenas um deles fatal.

Causas da varíola do Alasca

Ratazana-de-dorso-vermelho, mamífero muito comumente infectado pelo Alaskapox, o vírus causador da varíola do Alasca.
O Alaskapox infecta principalmente pequenos mamíferos, como a ratazana-de-dorso-vermelho.

A varíola do Alasca é causada pelo vírus Alaskapox, que raramente infecta seres humanos, sendo mais frequentemente encontrado em pequenos mamíferos. Pequenos mamíferos foram testados na região de Fairbanks, e quatro espécies diferentes apresentaram infecção pelo vírus, a maioria ocorrendo em ratazanas-de-dorso-vermelho.

Existem evidências que sugerem que o vírus também pode infectar animais domésticos, como gatos, porém não existem dados suficientes para se entender com segurança como a distribuição e infecção pelo vírus acontece. 

Veja também: Varíola dos macacos — doença identificada pela primeira vez após um surto com macacos

Sintomas da varíola do Alasca

A varíola do Alasca costuma causar sintomas leves, como:

  • inchaço dos gânglios linfáticos;
  • feridas em regiões localizadas na pele;
  • dores articulares e musculares.
Lesão causada pelo Alaskapox, o vírus causador da varíola do Alasca.[1]
Lesão causada pelo Alaskapox, o vírus causador da varíola do Alasca.[1]

Importante: A morte de um idoso infectado pelo vírus, no início de 2024, chamou a atenção das autoridades, porém alguns pontos importantes devem ser esclarecidos. O idoso em questão se encontrava num quadro em que seu sistema imune estava debilitado devido a um tratamento contra o câncer, o que provavelmente contribuiu para que a doença se manifestasse de forma agressiva.

Diagnóstico da varíola do Alasca

O diagnóstico da varíola do Alasca deve ser feito pela análise de uma combinação de sinais clínicos, do histórico do paciente e de testes laboratoriais.

  1. Sintomas clínicos: os profissionais da saúde devem analisar os sintomas apresentados pelo paciente e identificar se correspondem aos sintomas apresentados nos casos registrados até o momento.
  2. Histórico do paciente: por meio de uma entrevista, o profissional da saúde fará questionamentos para entender como os sintomas começaram, se há fatores conhecidos que podem ter desencadeado o surgimento da doença, entre outras informações que possam ser relevantes para o correto diagnóstico.
  3. Exames laboratoriais: exames laboratoriais, como o teste de PCR, que analisa o material genético do vírus que infecta o paciente, são muito importantes para se confirmar à qual espécie o vírus pertence e, assim, realizar o diagnóstico com exatidão.

Importante: Vale lembrar que, por se tratar de uma doença com apenas sete casos conhecidos no mundo todo, todos eles muito recentes, a varíola do Alasca é uma doença que ainda está sendo estudada. A comunidade médica ainda está em fase de conhecer e aprofundar seus conhecimentos no que já se sabe sobre seus mecanismos de transmissão, tratamento e diagnóstico.

Tratamento da varíola do Alasca

Não existe um tratamento médico oficial para a varíola do Alasca. Isso ocorre porque são poucos os casos registrados de humanos infectados pelo Alaskapox, sendo que a grande maioria dos pacientes apresentou sintomas leves que se curaram totalmente em algumas semanas, sem a ocorrência de tratamento médico específico.

Apesar disso, tendo em vista a morte recente de um idoso imunodeprimido, a comunidade médica considera a prescrição de antivirais para pacientes imunodeprimidos ou que tenham alguma doença grave.

Como evitar a varíola do Alasca?

Uma forma de evitar a varíola do Alasca é evitando o contato com pequenos mamíferos da região do Alasca. Isso porque a doença foi identificada em apenas sete pessoas no mundo todo desde o primeiro caso registrado, em 2015.

O caso mais recente foi o primeiro caso registrado de infecção por Alaskapox que levou à hospitalização e, posteriormente, à morte. Todos os seis primeiros casos ocorreram na região de Fairbanks, no Alasca, enquanto o último ocorreu na Península do Kenai, fora da região de Fairbanks, mas ainda próximo a ela, portanto, todos os casos se concentram, até o momento, apenas no Alasca. Dessa forma, o Alaskapox parece se concentrar geograficamente nessa região, infectando pequenos mamíferos, o que faz com que as autoridades acreditem que a infecção em humanos se dê por meio de animais infectados.

Apesar de a transmissão do Alaskapox entre humanos não ter sido observada, sabemos que alguns Orthopoxvirus podem ser transmitidos a partir do contato com as feridas do paciente infectado. Portanto, outra forma de evitar a varíola do Alasca é não entrando em contato com as feridas ou secreções de pacientes nessas condições.

Após o incidente que resultou na morte do idoso devido à infecção pelo vírus Alaskapox, o Departamento de Saúde emitiu uma nota em que cita as condutas para se ter caso haja suspeita de infecção por Alaskapox. São as seguintes:

  • Evitar tocar as lesões.
  • Manter as lesões secas e cobertas.
  • Higienizar as mãos frequentemente.
  • Não compartilhar roupas ou tecidos que possam ter entrado em contato com as feridas.
  • Lavar roupas ou outros acessórios que possam ter entrado em contato com as feridas separadamente de outros itens que não o tenham.

Crédito da imagem

[1]Departamento de Saúde do Alasca (reprodução)

Fontes

ALASKA DEPARTMENT OF HEALTH. Fatal Alaskapox Infection in a Southcentral Alaska Resident. State of Alaska Epidemiology Bulletin, n. 2, 9 fev. 2024. Disponível em: https://epi.alaska.gov/bulletins/docs/b2024_02.pdf.

ESTADÃO. O que é a varíola do Alasca? Doença causa primeira morte nos EUA e chama a atenção para vírus. Estadão. 15 fev. 2024. Disponível em: https://www.estadao.com.br/saude/o-que-e-a-variola-do-alasca-doenca-causa-primeira-morte-nos-eua-e-chama-a-atencao-para-virus-nprm/.

FIOCRUZ. Os últimos dias da varíola. Agência Fiocruz de Notícias, [s.d.]. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/revistaManguinhosMateriaPdf/RM8pag44a45FioDaHistoria.pdf.

SANTOS, T. Varíola: a única doença humana erradicada no planeta. Invivo, 30 ago. 2022. Disponível em: https://www.invivo.fiocruz.br/saude/variola-erradicacao/.

SCHATZMAYR, H. G. A varíola, uma antiga inimiga. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6, p. 1525-1530, nov-dez, 2001.

MUSA, A. Varíola do Alasca: o que é a doença que matou uma pessoa nos EUA. CNN Brasil, 14 fev. 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/variola-do-alasca-o-que-e-a-doenca-que-matou-uma-pessoa-nos-eua/.

Escritor do artigo
Escrito por: Nicole Fernanda Sozza Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Desde 2021 atua na elaboração e revisão de conteúdos didáticos de Ciências e Biologia. Atualmente se dedica ao estudo de edição e preparação de textos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOZZA, Nicole Fernanda. "Varíola do Alasca"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/variola-do-alasca.htm. Acesso em 28 de abril de 2024.

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