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Leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave causada por protozoários, os quais usam mosquitos como vetores de transmissão da doença.

Quadro explicativo sobre o ciclo da leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é uma doença grave, mas que tem tratamento gratuito disponível no SUS.
Crédito da Imagem: Brasil Escola
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A leishmaniose visceral é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo Leishmania chagasi. É também chamada de calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun. Se não tratada, pode levar a óbito em 90% dos casos.

É transmitida pela picada das fêmeas dos chamados “mosquitos-palha”, que picam animais infectados (como cães) e, depois, picam seres humanos. Entre os sintomas, estão aumento do fígado e baço, febre de longa duração, fraqueza etc. O diagnóstico pode ser feito com exames de sangue, e o tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Leia também: Toxoplasmose — outra doença causada por protozoários

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a leishmaniose visceral

  • A leishmaniose visceral é uma doença causada por protozoário que pode levar a óbito se não tratada de forma efetiva.

  • Entre os sintomas da leishmaniose visceral, estão febre de longa duração, fraqueza, aumento do fígado e baço, etc.

  • O vetor de transmissão da leishmaniose visceral são mosquitos da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi, que picam animais infectados e, depois, picam seres humanos.

  • O diagnóstico é feito com exames específicos, e o tratamento é gratuito, disponibilizado pelo SUS.

  • São formas de prevenção da leishmaniose visceral: usar repelentes, armazenar adequadamente o lixo, controlar a propagação dos vetores da doença e tratar os doentes.

Transmissão da leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral é transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi, mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex.: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos.

Mosquito Lutzomyia longipalpis, causador da leishmaniose visceral, sobre pele humana e alimentado com sangue.[1]
Mosquito Lutzomyia longipalpis, causador da leishmaniose visceral, sobre pele humana e alimentado com sangue.[1]

Pessoas e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães fazem esse papel. Quanto a este fato, podemos entendê-lo ao considerarmos a proximidade que esses animais têm com a nossa espécie e que nem todos, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

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Sintomas da leishmaniose visceral

Indivíduos humanos apresentam febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez como sintomas. Fígado e baço podem ter seu tamanho aumentado, já que a doença acomete esses órgãos, podendo atingir também a medula óssea. O período de incubação é muito variável: entre dez dias e dois anos.

Diagnóstico e tratamento da leishmaniose visceral

Para diagnóstico, exame de sangue para análise de anticorpos específicos, punção — com inoculação do material em cobaias — ou biópsia dos possíveis órgãos afetados são as principais formas de confirmar a presença do patógeno. O tratamento é feito com fármacos específicos, distribuídos pelo governo em hospitais de referência.

Leia também: Lista de doenças causadas por protozoários

Prevenção da leishmaniose visceral

Medidas de prevenção e controle ainda não foram capazes de impedir a ocorrência de novos surtos do calazar. Entretanto, usar repelentes quando estiver em região com casos de leishmaniose visceral e armazenar adequadamente o lixo orgânico (a fim de evitar a ação do mosquito), além de não utilizar agulhas de terceiros, são medidas individuais que diminuem a probabilidade de ser contaminado. Vale ressaltar, também, que existem repelentes especiais para cães. O controle dos vetores e tratamento das pessoas doentes são outras importantes formas para evitar a leishmaniose visceral.

Quanto aos cães contaminados, muitos veterinários indicam a eutanásia, sem frisar que existe tratamento para o cão, embora com ressalvas. Este não os cura, mas promove melhor qualidade e tempo de vida. No entanto, não são todos os animais que podem passar por tais procedimentos, uma vez que os fármacos utilizados são significantemente fortes, podendo colocar em risco a vida do indivíduo.

Cão acometido por leishmaniose, com lesão no focinho.[2] Imagem Forte
Cão acometido por leishmaniose, com lesão no focinho.[2]

Assim, o tratamento é indicado àqueles que não alcançaram a velhice e cujo rim não se encontra comprometido; desde que o dono se responsabilize pela continuidade do tratamento (caro e longo) e promoção de cuidados específicos, orientados pelo médico veterinário. Dentre tais procedimentos, dois muito importantes são a utilização semanal de inseticidas na residência, e o uso de repelentes no cão, que impedem o contato de tais animais com os mosquitos transmissores da doença. Assim, nota-se a grande e nobre responsabilidade que o dono de um cão portador de leishmaniose tem perante seu animal e a sociedade.

Créditos das imagens

[1] Ray Wilson, Liverpool School of Tropical Medicine (Wikimedia Commons)

[2] Fernandovet (Wikimedia Commons)

Escritor do artigo
Escrito por: Mariana Araguaia Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

ARAGUAIA, Mariana. "Leishmaniose visceral"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/leishmaniose-visceral.htm. Acesso em 10 de outubro de 2024.

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