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Arca da Aliança

A Arca da Aliança é um artefato sagrado que simbolizava a presença e a aliança de Deus com o povo de Israel. Acreditava-se que guardava os Dez Mandamentos e outros itens sagrados.

Pintura de James Jacques Joseph Tissot mostrando Moisés e Josué prostados em frente à Arca da Aliança.
A Arca da Aliança é um artefato sagrado do Antigo Testamento.
Crédito da Imagem: Commons
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A Arca da Aliança é um artefato sagrado do Antigo Testamento, simbolizando a presença e a aliança de Deus com o povo de Israel, e acreditava-se que guardava os Dez Mandamentos e outros itens sagrados. Construída seguindo instruções divinas, era reverenciada como um sinal tangível da presença de Deus no meio dos israelitas. Dentro dela, guardavam-se os Dez Mandamentos, o bordão de Arão e o pote de maná, representando os fundamentos da lei, o sacerdócio e a provisão divina. Durante batalhas, era levada à frente do exército israelita como um instrumento de guerra, acreditando-se que sua presença garantia a proteção divina e a vitória sobre os inimigos.

Leia também: Santo Graal — o cálice que teria sido utilizado por Jesus Cristo durante a Última Ceia

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Arca da Aliança

  • A Arca da Aliança foi um artefato sagrado do Antigo Testamento, simbolizando a presença e a aliança de Deus com o povo de Israel.

  • Acreditava-se que guardava os Dez Mandamentos, o bordão de Arão e o pote de maná, representando os fundamentos da lei, o sacerdócio e a provisão divina.

  • Feita de madeira de acácia e revestida de ouro, seguindo instruções divinas, com dimensões específicas e uma tampa ornada com querubins.

  • Era levada à frente do exército israelita durante batalhas, acreditando-se que sua presença garantia a proteção divina e a vitória sobre os inimigos.

  • Desde sua captura pelos filisteus até seu desaparecimento após a destruição do Templo de Jerusalém, sua história é repleta de eventos significativos que a tornaram um símbolo poderoso na tradição religiosa.

  • Após sua captura, os filisteus enfrentaram problemas e, reconhecendo sua importância religiosa, decidiram devolvê-la aos israelitas.

  • Encontrou morada permanente no Santo dos Santos do Templo de Jerusalém, sendo reverenciada como o centro das práticas religiosas.

  • Após a destruição do Templo, desapareceu misteriosamente, gerando diversas especulações e teorias ao longo dos séculos.

  • Ao longo da história, várias expedições foram propostas para encontrar a Arca, mantendo seu mistério e sua relevância.

  • Apesar de seu desaparecimento, continua a exercer influência na cultura e na religião, sendo frequentemente evocada em diversas formas de arte e mídia.

  • A questão de sua existência histórica tem sido objeto de debate, mas para muitos crentes, sua historicidade é menos importante do que seu significado como símbolo de fé e aliança divina.

Significado da Arca da Aliança

Representação da Arca da Aliança na Catedral de Auch, na França.
Representação da Arca da Aliança na Catedral de Auch, na França.

A Arca da Aliança, um dos artefatos mais emblemáticos da narrativa bíblica, carrega consigo um significado profundo para o povo de Israel. Segundo as escrituras sagradas do judaísmo e cristianismo, a Arca representava a presença e a aliança de Deus com o seu povo escolhido. Era considerada uma manifestação tangível da presença divina no meio dos israelitas, sendo reverenciada com grande respeito e temor.

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O que tinha dentro da Arca da Aliança?

De acordo com a tradição bíblica, a Arca da Aliança guardava os Dez Mandamentos, as tábuas de pedra com os princípios fundamentais da lei dada por Deus a Moisés no Monte Sinai. Além dos mandamentos, também se acredita que dentro da Arca estavam o bordão de Arão, símbolo do sacerdócio, e o pote de maná, que representava a provisão divina durante a jornada do povo de Israel pelo deserto.

Construção da Arca da Aliança

A construção da Arca da Aliança foi uma tarefa cuidadosamente realizada conforme as instruções divinas dadas a Moisés. Segundo o relato bíblico, a Arca foi feita de madeira de acácia e revestida de ouro puro tanto por dentro quanto por fora. Tinha aproximadamente 1,10 metro de comprimento, 0,66 metro de largura e 0,66 metro de altura. Sua tampa, conhecida como "propiciatório" ou "mercy seat", era feita de ouro puro e ornada com querubins, simbolizando a presença de Deus.

Arca da Aliança como instrumento de guerra

Pintura de Benjamin West retratando Josué passando o Rio Jordão com a Arca da Aliança.
Durante as batalhas, a Arca da Aliança era levada à frente do exército israelita como um instrumento de guerra.

A presença da Arca da Aliança muitas vezes esteve associada a eventos de guerra e conquista na história de Israel. Segundo os relatos bíblicos, durante batalhas, a Arca era levada à frente do exército israelita como um sinal da presença e proteção divina. Acreditava-se que sua presença garantia a vitória sobre os inimigos, como ocorreu em diversas passagens do Antigo Testamento.

História da Arca da Aliança

A seguir, veja os principais aspectos da história da Arca da Aliança.

Captura da Arca da Aliança pelos filisteus e seu retorno

Um dos episódios mais famosos envolvendo a Arca da Aliança foi sua captura pelos filisteus após a derrota dos israelitas em uma batalha. No entanto, os filisteus enfrentaram sérios problemas enquanto a Arca estava em sua posse, sofrendo com pragas e doenças. Diante desses acontecimentos, decidiram devolvê-la aos israelitas, reconhecendo sua importância religiosa.

Arca da Aliança e o Templo de Salomão em Jerusalém

Com a consolidação do Reino de Israel e a construção do Templo de Jerusalém por Salomão, a Arca da Aliança encontrou sua morada permanente no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do templo. Ali, era mantida com grande reverência e servia como o centro das práticas religiosas do povo de Israel.

Desaparecimento da Arca da Aliança

Após a destruição do Templo de Jerusalém pelos babilônios em 587 a.C., a Arca da Aliança desapareceu misteriosamente dos registros históricos. Não há relatos claros sobre seu destino após esse evento catastrófico, levando a diversas especulações e teorias ao longo dos séculos.

Busca pela Arca da Aliança

Ao longo da história, várias teorias e expedições foram propostas com o objetivo de encontrar a Arca da Aliança. Desde lendas sobre sua guarda em locais remotos até teorias que sugerem sua presença em museus ou escondida em templos antigos, a busca pela Arca continua sendo um tema de interesse e especulação para muitos estudiosos e entusiastas.

Veja também: Torre de Babel — narrativa bíblica sobre o surgimento das diferentes línguas

Arca da Aliança na atualidade

Apesar de seu desaparecimento histórico, a Arca da Aliança continua a exercer uma forte influência na cultura e na religião atualmente. Sua representação e simbolismo são frequentemente evocados em diversas formas de arte, literatura e mídia, mantendo viva sua relevância espiritual e cultural.

A Arca da Aliança realmente existiu?

A Arca da Aliança é um objeto de grande significado religioso e histórico, principalmente no contexto do judaísmo e do cristianismo, sendo mencionada no Antigo Testamento da Bíblia. No entanto, sua real existência física é objeto de debate e especulação entre historiadores e estudiosos. Existem várias posições historiográficas sobre a Arca da Aliança:

  • Posição literalista/religiosa: essa posição defende a existência literal da Arca da Aliança como um artefato físico que foi construído conforme descrito na Bíblia. Seguidores dessa visão acreditam que a Arca era uma manifestação tangível da presença de Deus e possuía poderes divinos. Entre os defensores dessa posição, muitas vezes encontram-se estudiosos religiosos e teólogos, que baseiam sua crença principalmente nas narrativas bíblicas.

  • Posição cética/científica: essa posição questiona a existência real da Arca da Aliança como um objeto histórico. Os céticos argumentam que não há evidências arqueológicas ou históricas sólidas que confirmem sua existência. Eles apontam para a falta de registros externos e para o fato de que as descrições da Arca na Bíblia podem ser interpretadas de maneira simbólica ou metafórica. Alguns céticos também levantam questões sobre a autenticidade das narrativas bíblicas em geral. Entre os autores que adotam essa posição estão historiadores, arqueólogos e estudiosos da religião.

  • Posição intermediária: alguns estudiosos adotam uma abordagem intermediária, reconhecendo a importância da Arca da Aliança dentro do contexto religioso e cultural, mas mantendo uma postura cética em relação à sua existência física como descrita na Bíblia. Esses estudiosos podem argumentar que a Arca pode ter tido uma base histórica, mas que suas características e importância podem ter sido amplificadas ou simbolicamente reinterpretadas ao longo do tempo. Eles podem apontar para paralelos em outras tradições religiosas ou para evidências arqueológicas e históricas que contradigam as narrativas bíblicas.

Alguns autores e obras relevantes que discutem a questão da Arca da Aliança incluem:

  • Graham Hancock: em seu livro The Sign and the Seal: The Quest for the Lost Ark of the Covenant (“O Sinal e o Selo: A Busca pela Arca Perdida da Aliança”), Hancock examina diversas teorias e evidências relacionadas à Arca da Aliança, explorando sua possível história e destino.

  • Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman: em The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts (“A Bíblia Desenterrada: A Nova Visão da Arqueologia sobre Israel Antigo e a Origem de Seus Textos Sagrados”), os autores discutem a Arca da Aliança dentro do contexto da arqueologia bíblica, oferecendo uma perspectiva crítica sobre as narrativas tradicionais.

  • Thomas Römer: em obras como The Invention of God (“A Invenção de Deus”), Römer explora o desenvolvimento da religião judaica e suas tradições, incluindo a Arca da Aliança, utilizando uma abordagem histórica e crítica.

Fontes

ARAÚJO, G. L. ARCA DA ALIANÇA. Estudos Teológicos, [S. l.], v. 51, n. 2, p. 234–248, 2022. Disponível em: http://revistas.est.edu.br/index.php/ET/article/view/1003.

DAVIS, N. “The Ark of the Covenant.” The Jewish Quarterly Review, vol. 8, no. 1, 1895, pp. 82–87. JSTOR, https://doi.org/10.2307/1450029.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Arca da Aliança"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/arca-da-alianca.htm. Acesso em 14 de novembro de 2024.

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