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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)¹, a violência pode ser definida como “o uso intencional da força física ou poder contra si próprio, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Essa triste realidade assola amplamente o Brasil, que é um dos países mais violentos do mundo.
A ONU, na última estimativa realizada (2014), colocou o Brasil em 16° lugar no ranking mundial da violência, já que cerca de 10% dos 437 mil assassinatos ocorridos no mundo no ano anterior (2013) teriam sido registrados em território brasileiro. Além do elevado registro de assassinatos, os índices dos demais tipos de violência também preocupam:
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Roubos e furtos: Segundo o Pnud, Brasil tem a terceira maior taxa de roubos da América Latina, pois são registrados cerca de 572,7 roubos a cada 100 mil habitantes;
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Narcotráfico: Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), o Brasil é o 2° maior consumidor mundial de cocaína e derivados do mundo, fato que contribui para o aumento da violência;
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Violência doméstica: Essa ocorrência ainda é muito comum no Brasil. Conforme a ONU e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), estimativas apontam que uma mulher a cada 15 segundos, um idoso a cada 10 minutos e 18 mil crianças por dia sejam vítimas de algum tipo de violência no país.
A cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil
Toda essa violência, além de colocar em risco a vida de milhares de brasileiros, afeta a estrutura demográfica do país. Como a maior parte dos óbitos ocorre entre jovens do sexo masculino, estabelece-se uma diferença na quantidade de pessoas nessa faixa etária do sexo feminino e masculino. A morte de jovens contribui também para a mudança no perfil da pirâmide etária brasileira, que tem vivido um estreitamento de sua base e um alargamento do topo provocados pelo aumento na expectativa de vida dos brasileiros e redução do número de crianças e jovens no país.
Vários fatores contribuem para que a violência no Brasil esteja nessa situação tão crítica. Entre eles, destacam-se:
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A grande desigualdade social provocada pela má distribuição da renda;
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Aumento das taxas de desemprego;
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Leis e sistema judiciário com falhas que podem favorecer a impunidade e incentivar indiretamente a violência;
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Problemas na assistência ao mais pobres e às vítimas da violência, que, em alguns casos, ingressam no mundo do crime ou acabam reproduzindo a violência sofrida;
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Alto índice de corrupção de órgãos públicos e políticos brasileiros, o que pode contribuir com o sentimento de revolta e desobediência;
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Aumento do uso de drogas, haja vista que inúmeros crimes estão relacionados com essa prática no país;
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Deficiências no controle do porte de armas, o que pode ampliar as consequências da violência.
Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia