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Muda ou ecdise é um processo que ocorre em artrópodes e caracteriza-se pela troca do esqueleto desses animais para garantir o seu crescimento. Esse processo é essencial, pois esses invertebrados apresentam um esqueleto externo, o que impossibilita um crescimento contínuo.
→ Exoesqueleto dos artrópodes
Uma das características mais marcantes de um artrópode é a presença de um exoesqueleto quitinoso ou de cutina que recobre todo o seu corpo. Apesar de ser rígido, o animal consegue sua movimentação graças às articulações. Em razão dessa propriedade, o filo recebeu o nome de Arthropoda, que significa “pés articulados”.
O exoesqueleto dos artrópodes é formado por uma epicutícula e uma pró-cutícula composta por uma exocutícula externa e uma endocutícula interna. A epicutícula é formada por proteínas e cera, enquanto a pró-cutícula é rica em quitina.
→ Como ocorre a muda em artrópodes?
O exoesqueleto apresenta diversas vantagens no que diz respeito à sustentação, proteção contra perda de água e predadores e até mesmo movimentação. Entretanto, representa um grave problema quando o assunto é crescimento, por isso, ele é eliminado periodicamente para permitir que o corpo do animal cresça.
Para que ocorra a muda, o animal começa a produzir precursores enzimáticos inativos na base do esqueleto. A epiderme solta-se do esqueleto e começa a produção de uma nova epicutícula. As enzimas inativas são ativadas e começam a digerir a endocutícula. A epiderme produz uma nova pró-cutícula, que fica sob a velha. Percebe-se, então, que o artrópode está preso dentro de dois exoesqueletos, o antigo e o que está se formando.
O esqueleto antigo começa a se romper em pontos específicos e predeterminados denominados de linhas de fratura ou linhas de ecdise. O animal sai de seu antigo esqueleto, já envolvido pelo novo, entretanto, este é mole, o que deixa o animal desprotegido. Além disso, o exoesqueleto que acabou de ser formado está todo enrugado e, com o tempo, vai se esticando para acomodar o novo animal, agora um pouco maior. Essa adequação do exoesqueleto ao novo corpo é possível graças à pressão sanguínea no organismo do animal. O endurecimento, por sua vez, ocorre após o esticamento do exoesqueleto ter sido finalizado.
Por Ma. Vanessa dos Santos