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Antonieta de Barros

Antonieta de Barros foi uma educadora, jornalista, política e escritora catarinense. Ficou conhecida por defender a educação, vendo-a como meio de transformação social.

Antonieta de Barros foi uma mulher negra que ocupou importantes espaços na política e sociedade catarinenses.[1]
Antonieta de Barros foi uma mulher negra que ocupou importantes espaços na política e sociedade catarinenses.[1]
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Antonieta de Barros foi uma educadora, escritora, jornalista e política catarinense. Era uma mulher negra, filha de uma ex-escravizada que aprendeu a ler e escrever, transformando-se em educadora e vendo a educação como um meio de transformação social. Criou uma escola para alfabetizar pessoas carentes ainda na sua juventude.

Ela também ficou conhecida por sua trajetória como escritora e jornalista, atuando em diversos jornais e revistas de Santa Catarina. Defendia a educação e a justiça social e criticava o racismo e o machismo. Foi deputada estadual em dois mandatos, propondo a criação do Dia do Professor e sua celebração em 15 de outubro.

Leia mais: Angela Davis — filósofa, professora, escritora e ativista que luta em prol da causa feminista e negra nos EUA

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Antonieta de Barros

  • Antonieta de Barros foi uma educadora, escritora, jornalista e política catarinense.

  • Era uma mulher negra, filha de uma ex-escravizada, e conquistou importantes espaços.

  • Defendia a educação como meio de transformação e fundou uma escola de alfabetização.

  • Tornou-se política, ocupando o cargo de deputada estadual de Santa Catarina em dois mandatos.

  • Propôs a criação do Dia do Professor, estabelecendo sua celebração em 15 de outubro.

Biografia de Antonieta de Barros

  • Origem de Antonieta de Barros

Antonieta de Barros nasceu na cidade de Florianópolis, em 11 de julho de 1901, sendo filha de uma lavadeira chamada Catarina de Barros, também conhecida como Catarina Waltrich. A mãe de Antonieta havia sido escravizada durante o período monárquico, conquistando a sua liberdade com a Lei Áurea.

O pai de Antonieta de Barros se chamava Rodolfo José de Barros, mas, no registro de batismo da jovem Antonieta, não constava o seu nome. Sabe-se que ela teve, pelo menos, três irmãos, sendo sustentada pelo trabalho que sua mãe realizava na residência de Vidal Ramos, um tradicional político local.

  • Falecimento de Antonieta de Barros

Antonieta de Barros faleceu em Florianópolis, no dia 28 de março de 1952, em decorrência de complicações causadas por uma diabetes. Ela tinha apenas 50 anos de idade.

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Carreira profissional de Antonieta de Barros

Apesar de ter nascido em uma família muito simples, Antonieta de Barros foi alfabetizada, sendo matriculada na Escola Lauro Müller e na Escola Normal Catarinense. Em 1921, ela concluiu seu curso nesta última instituição educacional, formando-se professora. Antes de concluir os seus estudos, criou um curso de alfabetização popular em sua residência.

A primeira experiência profissional de Antonieta de Barros foi como professora, atuando em diversas escolas da cidade de Florianópolis. Para Antonieta, a educação era fundamental como agente de transformação e por meio dela os desfavorecidos conseguiriam se livrar da exploração que sofriam.

Antonieta de Barros na literatura

Além da educação, Antonieta de Barros se destacou pelos trabalhos que realizou como jornalista e escritora. Ela escreveu mais de mil artigos para jornais de Santa Catarina, além de criar uma revista chamada Vida Ilhoa. Seus textos, de uma mulher negra e pobre, desagradou a muitos no estado.

Eles falavam principalmente de educação, da política local, da situação das mulheres e do preconceito de gênero e racial. Eram escritos por ela sob o pseudônimo de Maria da Ilha. Em 1937, ela publicou um livro chamado Farrapos de ideias, que reuniu dezenas de seus artigos com suas opiniões pessoas sobre a educação e sua importância.

Leia mais: Carolina Maria de Jesus — escritora negra que deixou legado de relevância não só literária como política

Antonieta de Barros na política brasileira

Além de educação, jornalismo e literatura, Antonieta de Barros atuou intensamente na política catarinense e nacional. Na década de 1920, fez parte da Liga do Magistério Catarinense, atuando na defesa dos profissionais da educação daquele estado. Em 1932, as mulheres conquistaram o direito de votar, e isso fez com que a professora ingressasse na política.

Em 1934, ela se candidatou ao cargo de deputada estadual por Santa Catarina pelo Partido Liberal Catarinense, sendo eleita e assumindo em 1935. Ela foi uma das três mulheres brasileiras a ser eleita para um cargo político, sendo a primeira mulher negra em uma posição do tipo.

Atuou na elaboração da Constituição do estado de Santa Catarina, tendo seu mandato cassado em 1937, quando Getúlio Vargas realizou um autogolpe, dando início ao Estado Novo. Depois que a ditadura varguista se encerrou, ela retornou para a política, filiando-se ao Partido Social Democrático, sendo eleita como suplente de deputada estadual em 1946.

Assumiu no ano seguinte, quando um deputado se afastou do cargo, e ficou marcada por defender diversos projetos em prol da educação. Uma das suas principais ações foi a lei estadual nº 145, de 12 de outubro de 1948. Essa lei instituiu o Dia do Professor em Santa Catarina, celebrado em 15 de outubro. A data comemorativa proposta pela deputada foi transformada em data nacional durante o governo de João Goulart, em 1963.

Grandes feitos de Antonieta de Barros

Entre os grandes feitos de Antonieta de Barros, esteve o fato de ter sido uma das três primeiras mulheres a serem eleitas para um cargo político no Brasil, além de ter conquistado espaços no jornalismo, sendo uma grande escritora e uma grande educadora. Além disso, como política, foi quem estabeleceu o dia 15 de outubro como data oficial para a celebração do Dia do Professor. Antonieta de Barros conquistou todos esses espaços como uma mulher negra, algo muito improvável para o contexto conservador, machista e racista em que ela vivia.

Representações culturais de Antonieta de Barros

O papel importante que Antonieta de Barros teve em diversos espaços que ela ocupou fez com que sua vida fosse estudada por diversos pesquisadores. Ele foi tema de um livro infantil de 2019 chamado Antonieta, além de ter sido o tema do samba-enredo de uma escola de samba de Florianópolis, a Grêmio Recreativo Escola de Samba Consulado. Ela também foi tema de alguns documentários e de um livro biográfico.

Legado de Antonieta de Barros

Antonieta de Barros deixou como legado todos os seus escritos e a sua defesa da educação como meio de transformação social, além de defender os direitos das mulheres, lutando contra o machismo e contra o preconceito racial. A escola de alfabetização que ela criou também foi importante para que milhares de pessoas carentes tivessem acesso à educação, e o prédio que sediou a Escola Antonieta de Barros será transformado em museu.

A importância de Antonieta de Barros para a história catarinense também fez com que ela fosse homenageada, dando nome a alguns logradouros em Florianópolis. Por fim, em 5 de janeiro de 2023, seu nome foi adicionado ao Livro de Heróis e Heroínas da Pátria por sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Leia mais: Vida e legado de 20 mulheres negras inspiradoras

Frases de Antonieta de Barros

  • “Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços; é transportar, às almas que o Senhor nos confiar, a força insuperável da fé.”

  • “A grandeza da vida, a magnitude da vida, gira em torno da educação.”

Créditos da imagem

[1]Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina / CC BY-SA 4.0 DEED

Fontes

LIMA, Juliana Domingos de. Antonieta de Barros: Quem foi a primeira mulher negra a ser eleita no país? Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2023/07/11/quem-foi-antonieta-de-barros.htm

REDAÇÃO. Antonieta de Barros. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/57-antonieta-de-barros

REDAÇÃO. Antonieta de Barros. Disponível em: https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/68-Antonieta_de_Barros

SOUZA, Talita. Quem é Antonieta de Barros, primeira deputada negra que criou o Dia do Professor. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/educacao-basica/2021/10/4955458-quem-e-antonieta-de-barros-primeira-deputada-negra-que-criou-o-dia-do-professor.html

TORRES, Aline. Antonieta de Barros, a parlamentar negra pioneira que criou o Dia do Professor. Disponível em: https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-10-15/antonieta-de-barros-a-parlamentar-negra-pioneira-que-criou-o-dia-do-professor.html

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Antonieta de Barros"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/antonieta-de-barros.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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