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Síndrome de Asperger é a expressão usada para se referir a um quadro clínico que inclui, entre outras características, prejuízo na interação social e desenvolvimento de padrões repetitivos e restritos de comportamento. Inicialmente a síndrome de Asperger e o autismo eram classificados como distúrbios distintos que faziam parte da categoria de transtornos gerais do desenvolvimento, sendo a síndrome de Asperger conhecida como uma forma leve de autismo.
Atualmente, o autismo e a síndrome de Asperger são diagnosticadas como transtorno do espectro autista (TEA). Além disso, muitas pessoas consideram o nome “síndrome de Asperger” inadequado, devido ao histórico do médico que dá nome a essa síndrome. Apesar das contribuições na área, Hans Asperger é atualmente reconhecido como um grande cooperador do regime nazista.
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Transtorno do espectro autista e síndrome de Asperger
Por muito tempo, distúrbios como a síndrome de Asperger e o autismo eram considerados como sendo situações distintas. Entretanto, muitos sintomas e tratamentos eram compartilhados entre esses distúrbios, o que fez com que muitos pesquisadores defendessem a ideia de que eles deveriam ser analisados como um todo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição ou DSM-5:
O transtorno do espectro autista é um novo transtorno do DSM-5 que engloba o transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância, o transtorno de Rett e o transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação do DSM-IV. Ele é caracterizado por déficits em dois domínios centrais: 1) déficits na comunicação social e interação social e 2) padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses e atividades.
Podemos concluir, portanto, que os indivíduos que seriam diagnosticados, no passado, com a síndrome de Asperger atualmente seriam diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA).
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O que é o TEA?
O transtorno do espectro autista (TEA), como destacado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, é um transtorno de desenvolvimento neurológico em que o indivíduo apresenta comportamentos e/ou interesses repetitivos e restritivos, bem como dificuldade em se comunicar e interagir com outras pessoas. O termo espectro é dado, pois o grau de comprometimento de cada indivíduo é único. Enquanto algumas pessoas apresentam dificuldades graves de socialização, com grande afastamento social, outras apresentam dificuldades leves.
Alguns sinais do TEA podem ser percebidos ainda nos primeiros anos de vida, mas o diagnóstico do transtorno geralmente ocorre quando a criança apresenta 4 ou 5 anos de idade.
São exemplos de sinais que podem indicar TEA e podem ser observados no primeiro ano de vida:
- falta de resposta ao nome;
- interesses não usuais;
- baixa frequência de sorriso e reciprocidade social;
- incômodo incomum com sons altos;
- não seguir pessoas e objetos próximos em movimento, entre outros.
O TEA não apresenta cura, sendo, portanto, um transtorno permanente. Apesar de não existirem medicamentos específicos para tratar a desordem, um acompanhamento multidisciplinar do indivíduo pode ajudar no desenvolvimento. Entre os acompanhamentos recomendados estão o fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional. As terapias visam, entre outros aspectos, a melhorar as habilidades sociais e comunicativas desses indivíduos.
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Quem foi Hans Asperger?
Hans Asperger (1906–1980) foi um pediatra austríaco considerado um pioneiro no estudo do autismo. A síndrome de Asperger recebeu essa denominação em homenagem ao médico, que fez grandes contribuições à área.
Inicialmente não se conheciam os laços do médico com o programa nazista. Entretanto, de acordo com um estudo publicado em 2018 e intitulado Hans Asperger, National Socialism, and “race hygiene” in Nazi-era Vienna, Asperger cooperou ativamente com o programa de “eutanásia infantil”, colaborando para o assassinato de várias crianças com deficiência. Diante dessas revelações, vários debates surgiram sobre a necessidade de abandonar o uso do nome síndrome de Asperger.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia