Segundo turno nas eleições

Instituído a partir da Constituição de 1988, o segundo turno é uma etapa das eleições que é necessária quando nenhum dos candidatos alcança a maioria absoluta dos votos.

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O segundo turno nas eleições é uma etapa existente no sistema eleitoral brasileiro que é realizada quando nenhum dos candidatos da disputa para o Poder Executivo obtém a maioria absoluta dos votos em primeiro turno. Com isso, um segundo turno se realiza com os dois candidatos mais votados no primeiro turno. O objetivo desse sistema é garantir que os candidatos sejam eleitos com a maioria absoluta dos votos.

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Resumo sobre segundo turno nas eleições

  • O segundo turno é uma etapa que pode ser necessária em uma eleição para cargos do Poder Executivo no Brasil.

  • É necessário quando nenhum(a) dos(as) candidatos(as) obtém a maioria absoluta dos votos.

  • Essa etapa do sistema eleitoral brasileiro foi introduzida por meio da Constituição de 1988.

  • É válida para as eleições de prefeito(a) — em cidades com mais de 200 mil eleitores —, presidente e governador(a).

  • O segundo turno já foi necessário em sete eleições presidenciais.

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O que é segundo turno nas eleições?

O segundo turno é uma etapa das eleições que são realizadas no Brasil. Essa etapa pode acontecer nas eleições do Executivo, isto é, nas eleições para prefeito(a) — em cidades com mais de 200 mil eleitores —, presidente e governador(a). É um sistema que tem como objetivo garantir a eleição de um candidato com a maioria absoluta dos votos válidos.

Isso porque houve momentos na história brasileira em que a eleição era realizada em turno único e, no caso da eleição presidencial, isso abriu margem para discursos que deslegitimavam a posição do presidente porque ele não havia sido eleito com a maioria dos votos. Sendo assim, é um critério que busca dar aos políticos eleitos a maioria absoluta dos votos (mais de 50% dos votos válidos).

O segundo turno, portanto, acontece nas eleições em que nenhum candidato obtém mais de 50% dos votos válidos em primeiro turno. Quando isso acontece, os dois primeiros mais votados avançam para o segundo turno e disputam o cargo em questão.

Se um dos dois candidatos que avançarem para o segundo turno falecerem, desistirem da disputa ou forem impedidos legalmente de participar por algum motivo, o terceiro colocado do primeiro turno avança para o segundo turno e disputa com o outro candidato que restou.

Importante: As eleições do Legislativo não seguem esse critério. A eleição para senadores(as) exige maioria simples para determinar o candidato eleito, e a eleição para deputados(as) federais, deputados(as) distritais e deputados(as) estaduais depende dos critérios do quociente eleitoral. Esse quociente é o critério definidor do sistema proporcional.

Quando se estabeleceu o segundo turno nas eleições do Brasil?

Esse critério que molda as eleições no Brasil foi estabelecido com a promulgação da Constituição de 1988. Esse documento é o grande símbolo da redemocratização do Brasil, iniciada com o fim da Ditadura, sendo conhecido como Constituição Cidadã, porque estabelece uma série de direitos da população, incluindo das minorias.

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Em relação às eleições, foi definido no artigo 77, parágrafo 2º, que o presidente é eleito se obtiver a maioria absoluta dos votos válidos. Caso ninguém obtenha essa quantidade no primeiro turno, os dois candidatos mais votados avançam para o segundo turno. A Constituição também define esse critério para a eleição de governador, conforme consta no artigo 28.

No caso das eleições para as prefeituras, a Constituição estabelece que nas cidades com mais de 200 mil eleitores entram em vigor as regras vigentes no artigo 77.

Leia também: História das eleições no Brasil

Eleições presidenciais que foram para o segundo turno

As eleições começaram a ter o segundo turno como etapa da disputa eleitoral a partir da Constituição de 1988. Antes, quando houve eleições presidenciais, o critério exigido era o da maioria simples. Assim, o candidato à presidência eleito era aquele que obtinha o maior número de votos, independentemente se fosse a maioria absoluta ou não.

Esse sistema permitiu, por exemplo, que Juscelino Kubitschek fosse eleito presidente em 1955 com apenas 35,68% dos votos. Isso porque os seus adversários também obtiveram votações expressivas, como Juarez Távora, conquistando 30,27%, e Ademar de Barros, obtendo 25,77%. Como a Constituição de 1946 não definia a necessidade de um segundo turno, Juscelino Kubitschek foi eleito com apenas os 35% mencionados.

No caso do atual sistema eleitoral brasileiro, esse cenário resultaria em um segundo turno. Desde que a Constituição de 1988 foi promulgada, a eleição presidencial foi ao segundo turno sete vezes.

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As eleições presidenciais em que houve necessidade de segundo turno foram as eleições de 1989, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Veja a seguir como foi a disputa no segundo turno em todas essas eleições.

Eleição presidencial de 1989

Candidato

Partido

% de votos

Fernando Collor de Melo

PRN

53,03

Lula

PT

46,97

Eleição presidencial de 2002

Candidato

Partido

% de votos

Lula

PT

61,27

José Serra

PSDB

38,73

Eleição presidencial de 2006

Candidato

Partido

% de votos

Lula

PT

60,83

Geraldo Alckmin

PSDB

39,17

Eleição presidencial de 2010

Candidato

Partido

% de votos

Dilma Rousseff

PT

56,05

José Serra

PSDB

43,95

Eleição presidencial de 2014

Candidato

Partido

% de votos

Dilma Rousseff

PT

51,64

Aécio Neves

PSDB

48,36

Eleição presidencial de 2018

Candidato

Partido

% de votos

Jair Bolsonaro

PSL

55,13

Fernando Haddad

PT

44,87

Eleição presidencial de 2022

Candidato

Partido

% de votos

Lula

PT

50,90

Jair Bolsonaro

PL

49,10

Eleições presidenciais que não foram para o segundo turno

Somente em duas ocasiões houve vitória no primeiro turno, e nas duas ocasiões o vencedor foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Vejamos os resultados.

Eleição presidencial de 1994

Candidato

Partido

% de votos

Fernando Henrique Cardoso

PSDB

54,24

Lula

PT

27,07

Eleição presidencial de 1998

Candidato

Partido

% de votos

Fernando Henrique Cardoso

PSDB

53,06

Lula

PT

31,71

Urna eletrônica sobre uma mesa, o aparelho utilizado para computar os votos nas eleições do primeiro e do segundo turno.
No sistema eleitoral brasileiro, quando nenhum candidato obtém a maioria absoluta dos votos no primeiro turno das eleições, um segundo turno é realiza
Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
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SILVA, Daniel Neves. "Segundo turno nas eleições"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/politica/segundo-turno-nas-eleicoes.htm. Acesso em 25 de dezembro de 2025.
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