O efeito estufa em si é um processo natural que ocorre na nossa atmosfera e que é benéfico, pois mantém a temperatura do planeta amena e sem grandes variações. No entanto, o problema é a exacerbação desse efeito, o que leva ao aquecimento global. Para entender como isso ocorre, vamos primeiro explicar como funciona uma estufa usada por agricultores e depois relacioná-la com o efeito estufa terrestre.
Uma estufa é uma câmara fechada com estruturas de painéis de vidro transparente usada principalmente em lugares frios para cultivar legumes e plantas ornamentais. Quando o clima está mais quente, essa estrutura permite que os raios solares entrem, aquecendo o ambiente, porém, impedem que essa energia volte para o lado de fora, retendo então o calor, mantendo uma temperatura propícia para os vegetais serem produzidos.
As estufas permitem a retenção do calor para o cultivo de vegetais
Com a Terra ocorre um processo parecido de retenção de calor, porém de um modo mais complexo. Resumidamente, podemos dizer que o Sol emite radiações em várias faixas de comprimento de onda, que chegam até a superfície do planeta Terra. A superfície absorve cerca de 51% dessa radiação e converte e emite o restante na forma de radiação infravermelha.
Quando essa radiação chega à atmosfera, alguns gases que a compõem, chamados de gases-estufa, são capazes de absorver essas radiações e impedem que elas retornem para o espaço. Esses gases absorvem normalmente cerca de 19% da radiação solar e ajudam a aquecer o nosso planeta, que teria uma temperatura cerca de 30ºC menor do que se não houvesse esse processo. Além disso, o efeito estufa mantém o clima sem grandes variações, mantendo a vida no planeta e propiciando que várias transformações químicas e físicas ocorram.
Então, assim como em uma estufa, esses gases presentes na atmosfera retêm o calor proveniente do Sol.
Esquema de efeito estufa natural da Terra
O ar atmosférico é composto na sua maioria dos gases nitrogênio (N2- 78%) e oxigênio (O2- 21%), que não são gases-estufa. O 1% restante contém vários gases e vapor de água, sendo que a água é a grande responsável pelo efeito estufa natural. Os outros gases-estufa são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonetos (CFCs), hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6).
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O problema acontece porque o ser humano está lançando cada vez mais gases-estufa na atmosfera, sendo que o principal vilão é o gás carbônico (dióxido de carbono - CO2- 0,035%), que é liberado na queima dos combustíveis fósseis, tais como os derivados do petróleo (gasolina, óleo diesel etc.) e o carvão. Além do CO2, essa queima também gera óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos e material particulado que poluem a atmosfera.
A poluição atmosférica pela queima de combustíveis fósseis aumenta a concentração dos gases-estufa na atmosfera
Assim, com uma maior concentração desses gases na atmosfera, forma-se uma espécie de barreira que faz com que mais radiação infravermelha seja retida e refletida novamente para a superfície. Dessa forma, o efeito estufa deixa de ser natural e passa a causar o aquecimento do planeta.
Os desmatamentos também liberam os gases mencionados, principalmente o CO2. A pecuária bovina também é responsável por cerca de 50% da emissão desse gás para a atmosfera, bem como do gás metano. Já os clorofluorcarbonetos, também chamados de fréons, são gases utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar e sprays, mas já vêm sendo substituídos por outros gases há algum tempo.
Entre as principais consequências do efeito estufa, temos:
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Derretimento das calotas polares, que aumenta o nível das águas dos mares, que é agravado também pela dilatação térmica da massa de água oceânica. Isso causará a perda de vários ecossistemas costeiros;
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Alterações climáticas, ou seja, enquanto em algumas regiões há chuvas muito fortes, em outras ocorrem grandes ondas de calor;
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Aumento de doenças tropicais e proliferação de insetos nocivos transmissores de doenças;
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Modificações em vegetações de determinados lugares;
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A aceleração da função clorofiliana e o aumento do CO2 dissolvido nos oceanos levarão a um aumento da biomassa terrestre e oceânica.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química