O luminol é um composto orgânico em pó, cuja fórmula molecular é C8H7O2N3. Esse reagente químico é usado misturando-o ao peróxido de hidrogênio (H2O2, a sua solução é chamada de água oxigenada), algum hidróxido e outros produtos químicos, o que origina uma solução líquida.
Quando o luminol e o peróxido de hidrogênio reagem, emitem uma luz de coloração azul fluorescente. No entanto, como essa reação é muito lenta, não é possível observá-la somente com a mistura dos dois. Em contato com o sangue, em contrapartida, o ferro da hemoglobina atua como catalisador e acelera essa reação, bastando cinco segundos para a luz radiante aparecer. Por isso, quando a solução de luminol é borrifada sobre algum local com sangue, observa-se uma quimioluminescência.
Veja a estrutura química do luminol:
Fórmula estrutural do luminol puro
O luminol é muito utilizado em perícias criminais a fim de identificar sangue no local do crime. Mesmo que o local ou outros itens, como roupas, carpetes, etc., tenham sido lavados antes, as fibras do tecido absorvem partes do composto de ferro e ainda assim o local é “iluminado” pelo uso do luminol. Com o local escuro, é possível ver bem os pontos azuis que indicam a presença de sangue.
O termo “quimioluminescência” é usado para se referir a uma reação química que gera luz. E é exatamente o que ocorre na reação de oxidação entre o luminol e o peróxido de hidrogênio. O luminol perde átomos de nitrogênio e hidrogênio e ganha átomos de oxigênio, formando o 3-aminoftalato. Os elétrons desse composto estão em um nível de energia maior que os dos reagentes e, sendo um estado instável, os elétrons retornam para um estado de energia inferior, emitindo a energia extra na forma de ondas eletromagnéticas visíveis, isto é, na forma de luz, que nós vemos na faixa de comprimento de onda da cor azul.
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O luminol costuma ser borrifado no local do crime somente depois que os peritos analisaram outras opções, pois ele pode destruir outras evidências na cena do crime. Além disso, um aspecto que é preciso levar em conta é que não é só o sangue que faz o luminol “brilhar”, mas outros compostos também, como a água sanitária. Por isso, os investigadores precisam realizar outras análises para verificar se realmente se trata de sangue humano.
O luminol também não pode ser borrifado em superfícies metálicas, pois, conforme já explicado, é o ferro que catalisa a reação que faz a cor azul aparecer. Então, o ferro dessas superfícies poderia dar um resultado positivo falso.
* Crédito da imagem: Autor: everyone's idle /Fonte: Wikimedia Commons.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química