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O que é Concordância Nominal?

O núcleo do sintagma nominal é o substantivo, por isso todos os seus determinantes devem estar em harmonia com ele, esse é o princípio da Concordância Nominal.

Na Concordância Nominal, o adjetivo (ou equivalentes) deve concordar com o substantivo (ou equivalentes)
Na Concordância Nominal, o adjetivo (ou equivalentes) deve concordar com o substantivo (ou equivalentes)
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Todos os elementos que compõem a oração precisam estar em harmonia, ou seja, em concordância. Quando esta estiver relacionada ao sintagma nominal (parte da oração cujo núcleo é o substantivo), há a Concordância Nominal.

A regra geral de Concordância Nominal diz que todos os determinantes (adjetivo, numeral, pronome adjetivo e artigo) devem harmonizar-se quanto ao gênero e ao número do substantivo. Portanto, substantivo no feminino singular, determinantes também, caso esteja no masculino plural, os determinantes o acompanham.

E quando o adjetivo estiver posposto (colocado depois) de dois ou mais substantivos? O que fazer? Nesse caso, é necessário atentar ao gênero do substantivo, acompanhe:

  • Substantivo de mesmo gênero: o adjetivo vai para o plural ou concorda com o mais próximo. Veja os exemplos:

O Brasil possui montanha e chapada deslumbrantes.

O Brasil possui montanha e chapada deslumbrante.

  • Substantivo de gêneros diferentes: o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Veja:

O homem e a mulher gordos chegaram para a consulta.

O homem e a mulher gorda chegaram para a consulta.

A mulher e o homem gordo chegaram para a consulta.

No caso da regra para substantivos com gêneros diferentes, embora ambas as formas estejam corretas, é comum as pessoas preferirem usar a concordância no masculino plural, sabe por quê? Em virtude da sensação de que quando concordamos apenas com o mais próximo, parece que o adjetivo refere-se somente a ele. Entretanto, essa sensação não é verdadeira, já que a regra permite a dupla concordância e em ambas o adjetivo refere-se aos dois núcleos do substantivo.

O adjetivo pode vir anteposto (colocado antes) do substantivo? Claro que sim! Nesse caso, também há duas formas de concordância nominal, entretanto, o que comandará a escolha não é o gênero do substantivo, mas sim o tipo dele, ou seja, se é comum ou próprio. Veja a regra:

  • Adjetivo anteposto a dois substantivos comuns: deve concordar com o adjetivo mais próximo.

O pai ganhou bonito relógio e camisa.

O pai ganhou bonita camisa e relógio.

  • Adjetivo anteposto a substantivos próprios: adjetivo deve aparecer no plural.

Os incríveis Machado e Guimarães são ícones da Literatura Brasileira.

E se um substantivo for modificado por dois adjetivos, como proceder? Nesse caso, o substantivo pode aparecer de três formas distintas:

I. No singular: A festa espanhola e canadense;

II. No singular com a repetição do artigo: A festa espanhola e a canadense;

II. No plural: As festas espanhola e canadense.

Há casos de concordância que geram muitas dúvidas, porque há diferença entre a norma culta e a linguagem coloquial. Acompanhe a seguir:

  1. Anexo, incluso e obrigado: concordam com o substantivo ou pronome substantivo a que se referem, já que exercem o papel de adjetivo.

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Exemplos:

Preciso enviar anexos ao e-mail os arquivos.

As taxas inclusas no condomínio são ilegais.

Obrigado: quando o agradecimento é feito por alguém do sexo masculino.

Obrigada: quando alguém do sexo feminino é quem está agradecendo.

  1. Mesmo e bastante: Aqui é necessário atentar para a classe gramatical dessas palavras, uma vez que podem exercer papel de pronome ou de advérbio. Neste caso, será invariável, enquanto naquele concordará com o substantivo ao qual se refere.

Exemplos:

Percebemos que nos amamos mesmo! (mesmo = realmente)

Os alunos mesmos produziram os cartazes.

No calor as pessoas se desgastam bastante. (bastante = muito)

Gosto muito de ler Augusto Cury, tenho uma biblioteca com bastantes livros de sua autoria. (bastantes = muitos)

  • O uso da palavra Bastante é muito complicado para alguns, especialmente porque a linguagem coloquial não faz diferença entre as classes gramaticais, sendo comum sua classificação apenas como advérbio, logo, invariável. Entretanto, sabemos que não é assim, ele também pode ser um adjetivo e, como tal, concordará com o substantivo a que faz referência. Então, a dica é substituir bastante por muito ou muitos, no primeiro caso, será invariável e, no segundo, variável, ou seja, vai para o plural.

  1. Caro, barato e só: podem ser adjetivos, quando caracterizarem o substantivo, ou advérbio, quando modificarem o verbo.

Exemplos:

As passagens aéreas estão muito caras.

Todo turista paga caro para hospedar-se em bons hotéis.

As batatas estão caras, por isso compre somente legumes quando estiverem baratos.

As joias sempre custam caro.

Os acessórios que estão na vitrine são lindos, mas custam caro ou barato?

Hoje, amanhã e sempre, eu quero você!

Minhas avós sempre viveram sós.

  1. Meio: Pode exercer o papel de numeral ou advérbio. No primeiro caso, concordará com o substantivo, no segundo, será invariável.

Bebi meia garrafa de suco de uva e fiquei meio tonta.

  1. É bom, é proibido, é necessário, como fica a concordância com essas expressões? Aqui, também há escolhas que podem ser feitas e que vão influenciar na concordância. Acompanhe:

  • Expressão acompanhada por determinante (artigo ou pronome adjetivo) deve concordar com o determinante:

É proibida a entrada de ciclistas.

É necessária a cautela.

A caminhada é boa para a saúde.

  • Expressão sem determinante, adjetivo invariável.

É proibido entrada de bicicleta.

É necessário cautela.

É bom pensar antes de agir.

A concordância nominal não é difícil, basta refletir antes de usar as regras, lembre-se de que o contexto e os conhecimentos morfológicos adquiridos ao longo do processo de aprendizagem ajudam muito na sintaxe de concordância. Não se esqueça de que nossa língua não deve ser estudada de forma fragmentada, mas deve ser vista como um todo composto por partes.


Por Mayra Pavan
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Mayra Gabriella de Rezende Pavan Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PAVAN, Mayra Gabriella de Rezende. "O que é Concordância Nominal?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-concordancia-nominal.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

De estudante para estudante


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