O que são os ventos solares?
Em virtude de sua alta temperatura, na ordem de milhões de graus Celsius, a parte mais externa da atmosfera solar é chamada de corona e é a responsável pela emissão de um fluxo constante de partículas muito energéticas para todo o espaço. Entre essas partículas, há majoritariamente elétrons, prótons e partículas alfa. A velocidade de ejeção dessas partículas é variável, podendo atingir valores de até 800 km/s.
Toda essa energia é proveniente das reações de fusão nuclear que ocorrem no núcleo do nosso sol.
Efeitos do vento solar
Acredita-se que o vento solar tenha sido o responsável pela varredura da atmosfera de planetas próximos ao Sol, como Mercúrio. Em razão da intensidade do seu campo magnético, a Terra é capaz de diminuir esse efeito: quando as partículas provenientes do Sol chegam até nós, elas são defletidas pela força magnética, fazendo um movimento de espiral no céu e perdendo parte de sua energia cinética por causa do atrito com a atmosfera terrestre. Essa interação gera um verdadeiro espetáculo natural conhecido como aurora polar.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Além do vento solar, existem as ejeções de massa coronal: erupções violentas provenientes da coroa solar. Ao atingirem a Terra, elas podem causar tempestades geomagnéticas e danos a aparelhos elétricos, interferência nas telecomunicações, mudanças nas órbitas de satélites devido ao aquecimento e mudança de altitude das camadas mais altas da atmosfera, entre outros.
Existem também riscos biológicos: alguns íons provenientes do vento solar são dotados de alta energia e, por isso, são capazes de danificar tecidos e a delicada estrutura das moléculas de DNA, levando a complicações sérias, como o câncer.
O monitoramento da atividade solar é feito por meio de observatórios terrestres e satélites e é capaz de fornecer previsões de eventos solares ou variações nas emissões de vento solar.
Por Rafael Helerbrock
Graduado em Física