Insegurança alimentar: ONU afirma que 735 milhões de pessoas passam fome no mundo
Insegurança alimentar: ONU afirma que 735 milhões de pessoas passam fome no mundo
Número saiu no relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2023 publicado hoje
Em 12/07/2023 15h00
, atualizado em 12/07/2023 15h24
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A Organização das Nações Unidas (ONU) informou hoje, 12 de julho, que cerca de 735 milhões de pessoas passam fome no mundo. Os números se referem a 2022.
Os dados saíram no relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), lançado na manhã de hoje, 12 de julho, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O relatório SOFI apontou que o número de pessoas que passam fome representa um aumento de 122 milhões de pessoas em relação a 2019, antes da pandemia de Covid-19. Na ocasião, eram 613 milhões.
Além da pandemia do coronavírus, repetidos choques e conflitos climáticos, incluindo a guerra na Ucrânia, foram os motivos sinalizados pela ONU para o aumento da insegurança alimentar no mundo.
O relatório SOFI 2023 foi publicado por cinco agências especializadas da ONU: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).
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Relatório SOFI 2023 da ONU
O relatório SOFI 2023 mostrou as atualizações mais recentes sobre a situação mundial de segurança alimentar e nutrição, incluindo estimativas atualizadas sobre o custo e acessibilidade de dietas saudáveis.
O tema do relatório, "Urbanização, transformação dos sistemas agroalimentares e dietas saudáveis no contínuo rural-urbano", explorou como a urbanização está moldando os sistemas agroalimentares e as implicações desse nexo para a disponibilidade e acessibilidade de dietas saudáveis, para a segurança alimentar e a nutrição.
Veja abaixo os principais dados do relatório SOFI 2023 da ONU:
735 milhões de pessoas atualmente passam fome no mundo
Houve redução da fome na Ásia e na América Latina
Aumento da fome na Ásia Ocidental, no Caribe e em todas as sub-regiões da África em 2022
África continua sendo a região mais afetada, com uma a cada cinco pessoas passando fome no continente, mais que o dobro da média global.
As agências da ONU detectaram ainda, no SOFI 2023, que, se as tendências permanecerem como estão, o objetivo de Desenvolvimento Sustentável de acabar com a fome até 2030 não será alcançado.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou, entretanto, que há raios de esperança de que algumas regiões possam atingir algumas metas nutricionais até 2030.
"No geral, precisamos de um esforço global intenso e imediato para resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Devemos construir resiliência contra as crises e choques que levam à insegurança alimentar – do conflito ao clima”, afirmou o secretário da ONU.
O que é insegurança alimentar?
Insegurança alimentar é um fenômeno que ocorre quando um indivíduo não possui acesso físico, econômico e social a alimentos de forma a satisfazer as suas necessidades, conforme a definição da FAO.
O conceito de insegurança alimentar, que tem como base o conceito de segurança alimentar, foi reinterpretado ao longo do tempo e ganhou novos contornos conforme o problema da fome se agravou em escala global e as discussões acerca dessa temática se tornaram cada vez mais complexas e urgentes.
As causas da insegurança alimentar estão ligadas a questões conjunturais, como flutuações econômicas, até problemas estruturais perpetuados ao longo do tempo, em especial aqueles de ordem socioeconômica.
Veja abaixo algumas causas da insegurança alimentar:
menor disponibilidade de alimentos associada a problemas no processo produtivo, como em períodos de escassez de chuvas, que afetam diretamente as lavouras;
queda na qualidade dos alimentos disponíveis para consumo;