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Dia do Estudante: especialista compartilha dicas sobre inclusão de estudantes superdotados nas escolas

Conheça mais sobre a superdotação em crianças e jovens e como incluir esses estudantes no espaço escolar

Em 10/08/2023 18h43 , atualizado em 11/08/2023 13h26
Estudante criança negra escrevendo com fone de ouvido em frente a um notebook branco
Há mais de 26 mil estudantes com altas habilidades e superdotação no Brasil, segundo o Censo Escolar da Educação Básica 2022. Crédito da Imagem: Shutterstock
Ouça o texto abaixo!

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Nesta quinta-feira (10) é comemorado do Dia Internacional dos Superdotados e amanhã (11) o Dia do Estudante.

As datas promovem reflexões sobre o papel dos estudantes na sociedade e a relação das crianças e jovens com altas habilidades e superdotação no cenário escolar.

De acordo com Censo Escolar da Educação Básica divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2022, havia 26.815 estudantes no perfil de superdotação e altas habilidades no Brasil. Esse número representa um aumento de 3 mil pessoas em relação ao censo anterior.

O fato instiga a pensar sobre as vivências desses alunos nas escolas.

Entre os sinais que podem indicar altas habilidades e superdotação estão:

  • Aprendizado acelerado;

  • Grande capacidade de memorização;

  • Criatividade;

  • Facilidade em resolver problemas complexos;

  • Questionamento constante

O Brasil Escola conversou com a mãe de uma criança com altas habilidades e com uma neuropsicopedagoga para entender a realidade dessas crianças e jovens e compartilhar dicas que ajudem na inclusão desses estudantes. 

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Bilíngue aos 3 anos: a história de Filippo

Aos 2 anos, o pequeno Filippo já sabia ler placas de carros. O interesse pelas formas, cores, letras e números, tanto na língua portuguesa quanto inglesa já fazia parte da vida do garoto mesmo com pouca idade, conta sua mãe, Roberta Castro. Os dois moram em São Paulo (SP). 

Filippo é uma criança branca e está de costas na foto escrevendo em uma lousa
Filippo de Castro Morgado.
Crédito: Arquivo Pessoal.

"Ele sempre teve uma diferenciação de desenvolvimento, não só emocional, mas também do ponto de vista pedagógico com raciocínio lógico muito rápido e eficiente, além de uma memória extraordinária"

Roberta Castro - Mãe do Filippo

Tanto para a Roberta quanto para a neuropsicopedagoga Renata Trefiglio da Camino School, "a escola, é de longe, o maior problema dos alunos superdotados".

Renata explica que essas crianças e jovens podem se sentir deslocados e desafiados por não encontrarem no espaço escolar um ambiente que estimule e acolha suas especificidades intelectuais.

Entre as características observadas em superdotados está a sensibilidade nos ouvidos. Isso foi observado no Filippo pela Roberta. A mãe do garoto conta que antes da pandemia, ele estudou em uma escola que tinha a sala bem pequena e havia muito baralho, então era comum ele estar sempre tampando os ouvidos.

Atualmente Filippo está em uma escola que presa pela inclusão de alunos com altas habilidades e superdotação. As atividas estimulam o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas.

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Inclusão de superdotados nas escolas

De acordo com a neuropsicopedagoga Renata, a inclusão de estudantes com essas características está muito além da simples matrícula em uma turma regular.

É essencial que as escolas disponibilizem projetos de pesquisa e atividades extracurriculares para permitir com esses estudantes desenvolvam suas habilidades.

"A escola precisa buscar atender as necessidades individuais de cada aluno e promover um ambiente que estimule o desenvolvimento pleno de suas potencialidades"

Renata Trefiglio - Neuropsicopedagoga da Camino School

O processo de consolidar escolas inclusivas para esse grupo de estudantes deve contar com a capacitação de educadores para que esses profissionais possam compreender e identificar as características de estudantes superdotados.

Renata Trefiglio é uma mulher branca loira
Renata Trefiglio, neuropsicopedagoga da Camino School. 
Crédito: Divulgação. 

Roberta comenta que a ausência de iniciativas direcionadas a esses alunos pode causar desinteresse pelas atividades escolares e até mesmo a um subaproveitamento escolar.

A mãe enfatiza que seu filho precisa de um acompanhemento pedagógico específico para que ele não se canse das atividades. 

Outra questão levantada é a dificuldade em se relacionar diante da diferença de habilidades.

"As escolas acham que só o pedagógico importa e que o socioemocional não faz sentido, mas se não houver os dois, não haverá planejamento adequado para uma criança superdotada”

Roberta Castro - Mãe do Filippo

A escola tem um papel importante no processo de diagnóstico de alunos com superdotação e altas habilidades.

Para isso é fundamental que a equipe escolar esteja atenta aos sinais dos estudantes que se destacam em suas áreas de interesse. 

O diálogo com a família é importante neste cenário para entender o desenvolvimento da criança e poder proporcionar a ela a melhor experiência escolar diante de suas características.

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10 de agosto - Dia Internacional dos Superdotados

Nesta quinta-feira, 10 de agosto, é celebrado o Dia Internacional dos Superdotados.

A data foi criada em 2011 pelo Conselho Mundial das Crianças Superdotadas e Talentosas. A definição se deu a partir de um evento feito na cidade de Prata, na República Tcheca.

A oportunidade foi um encontro de escolas para discutir sobre o assunto e pensar estratégias de promoção de inclusão para esse grupo de forma efetiva e humanizada. 

 

Por Lucas Afonso
Jornalista