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Dia do Estudante: projeto transforma óleo de cozinha em biodiesel para ônibus escolares

Um grupo de estudantes formado somente por mulheres no interior do Paraná reaproveita óleo de cozinha na produção de biodiesel para ônibus escolares

Em 10/08/2023 16h27 , atualizado em 11/08/2023 16h05
Na foto, ônibus escolar amarelo com foto das participantes do projeto de biodiesel
Neste Dia do Estudante, conheça o projeto sustentável feito por estudantes do Paraná. Crédito da Imagem: Divulgação
Ouça o texto abaixo!

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O Dia do Estudante, comemorado neste 11 de agosto, é uma data que reforça a importância da educação na trajetória de pessoas de diferentes idades.

A história de jovens estudantes do interior do Paraná é um exemplo prático do quanto que a educação e a pesquisa científica pode impactar de maneira positiva a sociedade.

Um grupo formado por meninas do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, escola pública de tempo integral que pertence ao Núcleo Regional de Ensino Cornélio Procópio de Assaí (PR), desenvolveu um projeto de reaproveitamento do óleo de cozinha. 

A iniciativa  transforma o óleo residencial, que seria descartado, em biodiesel para ônibus escolares. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é parceira no desenvolvimento do trabalho. 

Leia também: Estudantes da Paraíba desenvolvem jogos digitais para promover educação ambiental 

Projeto de estudantes na produção de biodiesel

O trabalho desenvolvido pelas estudantes é fruto de um projeto de iniciação científica. Foi criada uma startup júnior, a Sunrise Chemistry & Innovation, para o desenvolvimento do trabalho.

A ideia surgiu a partir do interesse em competir no Hackaton Municipal desenvolvido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação e pela prefeitura de Assaí. 

Grupo de estudantes do projeto de biodiesel
Participantes do projeto BIOSUN.

O orientador e professor de Química e Física, Matheus Rossi, explica que o objetivo da iniciativa é possibilitar a produção de biocombustível dentro do espaço escolar. A expectativa é criar uma "linha verde" na cidade, com direcionamento nas políticas públicas de mobilidade urbana e sustentabilidade.

"A ideia das estudantes é transformar, com o apoio da prefeitura, parte dos ônibus escolares em uma linha específica que só opere com o biodiesel produzido por meio do projeto. É uma forma de solucionar o problema de descarte irregular de compostos orgânicos e, ao mesmo tempo, promover uma verdadeira experiência tanto cientifica quanto empresarial"

Matheus Rossi - Orientador do projeto

A equipe de estudantes e pesquisadores identificou que se o óleo de cozinha utilizado for adicionado a alguns produtos químicos é possível produzir um combustível alternativo. Esse produto é mais ecológico e possui menores índices de poluição. 

O resíduo do óleo coletado é esquentado e misturado com um álcool e uma base forte.

As primeiras produções foram feitas na própria escola. Posteriormente a pesquisa deu continuidade no polo de Jandaia do Sul da UFPR. 

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Protagonismo estudantil

Uma das bases defendidas pela escola em tempo integral é possibilitar o desenvolvimento de atividades em que os estudantes sejam protagonistas do processo e aperfeiçoem ações para seus projetos de vida.

Nesse sentido, são trabalhadas a autonomia e liberdade criativa dos estudantes, para além do campo escolar, podendo gerar resultados para a comunidade em que vivem. 

Uma das participantes da startup reforça que esse projeto é uma oportunidade de colocar em prática o que se aprende por meio de conceitos e poder gerar resultado com isso. 

"Tem sido uma experiência incrível, especialmente porque sempre tive curiosidade na parte laboratorial e cresci ouvindo muito sobre a importância de ideias sustentáveis. Poder realizar e ver a possibilidade da continuidade do projeto é algo que me incentiva muito, desde a parte acadêmica até em meus interesses particulares"

Eduarda Pietra - Participante do BIOSUN

A estudante Letícia Ayumi acredita que projetos como esse contribuem para os projetos de vida dos estudantes. Segundo ela, que gosta de Ciências da Natureza e das vivências em laboratórios, o projeto pôde proporcionar a rotina de poder resolver problemas do cotidiano. Além disso, no BIOSUN, Letícia teve a possibilidade de vivenciar o trabalho de cientistas na prática. 

Futuro do projeto

Nesse momento, as estudantes aguardam a viabilidade da criação da "linha verde" na cidade em que moram. 

Há também o interesse em continuar o trabalho com foco no reaproveitamento integral dos recursos no processo de produção do biodiesel. 

Entre os atuais objetivos estão "encontrar parceiros na indústria química, para obter reagentes e materiais com menor custo possível, possibilitando um biodisel de bom custo benefício", relata Matheus Rossi.

O professor diz também da necessidade do projeto ter um investidor com a finalidade de criar um novo laboratório para o desenvolvimento das atividades.

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Por Lucas Afonso
Jornalista