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Atentado contra Charlie Hebdo completa 10 anos

Por conta de charges que satirizavam a religião islâmica, radicais invadiram a revista e abriram fogo contra a redação, iniciando uma série de atentados terroristas em Paris.

Em 07/01/2025 10h44 , atualizado em 07/01/2025 10h44
Lápis quebrado cercado por uma faixa de perícia em referência ao atentado contra a revista Charlie Hebdo.
Os responsáveis pelo atentado contra Charlie Hebdo eram irmãos. Crédito da Imagem: Shutterstock - Ekaterina Prokrovski
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Hoje, dia 7 de janeiro, completam 10 anos do atentado contra a revista Charlie Hebdo. Em 2015, três irmãos foram à sede da revista Charlie Hebdo armados com fuzis Kalashnikov e assassinaram 12 pessoas. 

No dia seguinte, ocorreu um novo tiroteio, também em Paris, protagonizado por um cúmplice do primeiro atentado que ocasiona na morte de uma policial. No dia 9 de janeiro, os irmãos são localizados e se refugiam dentro de uma gráfica fazendo um funcionário de refém, enquanto o cúmplice responsável pela morte da policial invade um supermercado judeu, faz mais reféns e exige a libertação dos terroristas. Quase no fim da tarde deste dia, a polícia francesa põe em prática duas operações que libertam os reféns e matam os responsáveis pelos atentados. 

Saiba mais sobre terrorismo.

Qual foi a motivação para o atentado contra Charlie Hebdo?

A revista Charlie Hebdo tinha (e ainda tem) um caráter satírico e produz charges com personagens religiosos. Os desenhos ridicularizam figuras famosas do islamismo, do cristianismo e personagens políticas do cotidiano francês.

Desde 2006, a revista já recebia ameaças e a polícia francesa já vigiava a região da redação desde 2011. As charges realizadas com o profeta Maomé são consideradas ofensivas por adeptos da religião, tanto pelo conteúdo dos desenhos, como pelo princípio que os muçulmanos possuem que o profeta não deve ser representado por meio de imagens.

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Entenda melhor o que é uma charge.

Consequências do atentado contra Charlie Hebdo

17 pessoas foram assassinadas nos atentados entre 7 e 9 de janeiro de 2015. Os julgamentos dos envolvidos no atentado que sobreviveram foram concluídos em 2020, resultando em 14 condenações que variam entre 4 anos e prisão perpétua.

Na época, uma série de manifestações tomou conta da França e de outras partes do mundo. Em 11 de janeiro de 2015, cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas de Paris para homenagear as vítimas. O lema das homenagens era "Je suis Charlie" que significa "Eu sou Charlie".

Alguns meses após o atentado, em julho do mesmo ano, foi aprovada uma lei que regimenta o serviço de inteligência francês e autoriza as forças anti-terroristas a utilizar métodos específicos para conseguir informações.

Hoje, tanto o presidente francês, Emmanuel Macron, como a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, prestaram homenagens às vítimas deixando flores na antiga sede da revista. A atual localização da redação de Charlie Hebdo é mantida em segredo por questões de segurança.

Neste ano de 2025, a revista publicou um especial de 32 páginas em referência aos atentados de 10 anos atrás com o lema de "Inquebrável". O teor irreverente e os valores defendidos pela revista continuam sendo praticados atualmente. 

 

Por Tiago Vechi
Jornalista