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Singularidade dos campos de concentração nazistas
Sabemos que campos de concentração e trabalho forçado não foram uma exclusividade dos nazistas e, tampouco, foram inventados por eles. Basta citar um único exemplo de modelo precedente, o dos gulags, da URSS, que existiam desde a época dos czares, quando eram chamados de katorgas. No entanto, os campos nazistas destacaram-se em virtude do processo de “mecanização da morte”, isto é, da aplicação de um método praticamente industrial de morte por gás venenoso. Além disso, os corpos dos mortos nas câmaras de gás eram incinerados em fornos construídos com essa finalidade. Quando a Segunda Guerra estava chegando ao fim, e os nazistas progressivamente perdiam terreno, os cadáveres dos campos de concentração começaram a ser despejados em valas comuns e incinerados nas covas.
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A maior parte dos judeus mortos no holocausto era do Leste Europeu
Sabemos também que os principais campos de concentração e extermínio do nazismo não se encontravam em território alemão, mas, sim, no Leste europeu, sobretudo na Polônia. Em terreno alemão, os campos construídos tinham tamanho pequeno (se comparados com os poloneses), sendo a maior parte destinada a trabalhos forçados para opositores políticos, homossexuais, criminosos, e não propriamente para extermínio. O primeiro dos campos a ser construídos foi o de Dachau, em 1933 (ano em que Hitler assumiu o poder); outros foram erguidos nas cidades de Breitenau e Flossenbürg.
A partir de 1941, quando houve o ataque à URSS com a Operação Barbarossa, os nazistas ocuparam vastas regiões, incluindo praticamente todo o território polonês e partes dos Países Baixos, Ucrânia, Croácia, Bielorrússia e outros países. Nesses locais estava concentrada a maior parte da população judaica da Europa. Ao contrário do que normalmente se imagina, a população judaica alemã representava cerca de menos de 1% da população da Alemanha quando Hitler assumiu o poder. A maior parte dos judeus mortos no holocausto foi capturada nos países do Leste.
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Principais campos de concentração:
Entre os campos de concentração instalados na Polônia, os mais mortíferos foram:
1. Auschwitz-Birkenau. Período de operação: de abril de 1940 a janeiro de 1945. Nesse campo morreram cerca de 1.100.000 a 1.500.000 de pessoas, a maioria de origem judaica;
2. Treblinka. Período de operação: julho de 1942 a novembro de 1943. Mortos: cerca de 800.000.
3. Varsóvia, capital da Polônia. Período de operação: 1942 a 1944. Mortos: cerca de 200.000;
4. Balzec. Período de operação: março de 1942 a junho de 1943. Mortos: cerca de 600.000;
5. Chelmo. Período de operação: dezembro de 1941 a abril de 1943 e de abril de 1944 a janeiro de 1945. Mortos: cerca de 340.000;
6. Sobibór. Período de operação: maio de 1942 a outubro de 1943. Mortos: cerca de 200.000.
7. Majdanek. Período de operação: junho de 1941 a julho de 1944. Mortos: cerca de 78.000;
Em outros países, os campos mais mortíferos foram:
1. Jasenovac, na Croácia. Período de operação: agosto de 1941 a abril de 1945. Mortos: 100.000;
2. Lwów, na Ucrânia. Período de operação: setembro de 1941 a novembro de 1943. Mortos: cerca de 40.000;
3. Maly Trostenets, na Bielorrússia. Período de operação: julho de 1941 a junho de 1944. Mortos: cerca de 65.000.
Por Me. Cláudio Fernandes