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O objetivo da Primeira Cruzada (1096-1099) era, de acordo com o interesse inicial da Igreja Católica, reconquistar a cidade de Jerusalém que estava nas mãos dos muçulmanos. A cidade palestina era local de peregrinação dos cristãos, que para lá se dirigiam com o intuito de visitar o local de sepultamento de Jesus Cristo. Com a conquista de Jerusalém pelos turcos seljúcidas e o avanço de seus exércitos, a Igreja de Roma, liderada à época pelo papa Urbano II, conclamou os fiéis cristãos europeus à tomada da cidade. Pretendia também diminuir os conflitos sociais no solo europeu causados pelo aumento populacional e a marginalização de grandes estratos da população.
A Primeira Cruzada oficial foi comandada por Godofredo de Bulhão, Raimundo de Toulose e Boemundo. Por ser comandada por estes membros da aristocracia europeia, a Primeira Cruzada também ficou conhecida como Cruzada dos Nobres. Os regimentos cruzados saíram de várias regiões europeias, em 1096, em sua maior parte por terra, com destino a Jerusalém.
Durante o trajeto, os cruzados passaram por Constantinopla, onde conseguiram apoio dos bizantinos para a luta contra os turcos. Conquistaram ainda as cidades de Niceia, que ficou sob controle bizantino, e Antioquia, chegando a Jerusalém no final de 1098.
Depois de sangrentas batalhas, os cristãos conseguiram conquistar a cidade sagrada no ano seguinte. Com essa retomada do local de peregrinação, os cristãos formaram o Reino Latino de Jerusalém, organizando-o com uma estrutura feudal, mantendo sobre domínio do reino as localidades da Armênia Menor, o Principado de Antioquia e o Condado de Trípoli.
Essa vitória possibilitou a reabertura da rota de peregrinação a Jerusalém, bem como a criação de ordens monásticas como a dos Hospitalares, cujo objetivo era prestar assistência médica aos peregrinos em local próximo ao Santo Sepulcro, e a ordem dos Templários, que objetivava proteger os fiéis em peregrinação.
A conquista de Jerusalém não durou muito, já que os turcos se reorganizaram para tomar os territórios conquistados. Entretanto, a consequência mais importante foi que as cruzadas abriram grandes perspectivas com a volta do contato com o mundo oriental. O resultado ao longo do século XII e XIII foi a reconquista das rotas marítimas e comerciais do Mar Mediterrâneo, impulsionando profundas transformações no mundo medieval.
Por Tales Pinto
Graduado em História