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Auschwitz

Auschwitz foi um complexo com mais de 40 campos de concentração e extermínio, criados e operados pela Alemanha nazista na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial.

Portão de entrada para o campo de Auschwitz II Birkenau.
Portão de entrada para o campo de Auschwitz II Birkenau, com destaque para a ferrovia que transportava prisioneiros para serem exterminados ali.[1]
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Auschwitz foi um complexo com mais de 40 campos de concentração e extermínio, criados e operados pela Alemanha nazista na região da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. Os campos de concentração foram locais utilizados pelos nazistas para aprisionar, escravizar e assassinar milhões de pessoas, em sua maioria judeus. Sua libertação ocorreu em 27 de janeiro de 1945, quando tropas soviéticas do Exército Vermelho invadiram os campos e libertaram os prisioneiros que ainda estavam ali. 

Leia também: Holocausto — o genocídio de judeus cometido pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Auschwitz

  • Auschwitz foi um complexo com mais de 40 campos de concentração e extermínio, criados e operados pela Alemanha nazista na região da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial.
  • Os campos de concentração foram locais utilizados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial para aprisionar, escravizar e assassinar milhões de pessoas, em sua maioria judeus.
  • Auschwitz I, chamado Stammlager, foi o principal campo dentro do complexo. Inicialmente organizado como um campo de trabalho forçado, foi logo convertido em uma instalação de extermínio, sobretudo contra prisioneiros poloneses.
  • Auschwitz II, chamado Birkenau, foi construído sob ordens de Himmler em 1940. Planejado para aprisionar 97 mil prisioneiros, foi o local de aprisionamento e extermínio de mais de 125 mil pessoas, sobretudo judeus.
  • Auschwitz III, chamado Monowitz, foi um campo criado em 1942 para resolver a superlotação de Auschwitz II e utilizar os prisioneiros como mão de obra escravizada no trabalho de fábricas da indústria farmacêutica e química IG Farben.
  • O transporte dos prisioneiros para o campo era feito através de ferrovias, e, após a chegada, todos os prisioneiros eram despidos de seus pertences, tinham seus cabelos e barbas cortados, eram tatuados com um número de série e vestidos com uniformes prisionais.
  • A vida nos campos era voltada ao extermínio de seus prisioneiros: trabalhos forçados exaustivos, ausência de alimentos e cuidados médicos, extermínio em massa nas câmaras de gás, violência e opressão.
  • Em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho invadiu os campos e libertou os 7500 prisioneiros deixados para trás, os últimos de mais de um milhão que foram aprisionados e assassinados ali.
  • O dia 27 de janeiro é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, fazendo referência à data de libertação do campo de Auschwitz pelas tropas soviéticas do Exército Vermelho.

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O que é Auschwitz?

Auschwitz foi um complexo com mais de 40 campos de concentração e extermínio, criados e operados pela Alemanha nazista na região da Polônia, anexada ao território alemão em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Campos de concentração

Os campos de concentração, também conhecidos como campos de extermínio, foram locais utilizados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial para aprisionar, escravizar e assassinar milhões de pessoas, em sua maioria judeus. As vítimas dos campos foram mortas, em sua maioria, nas câmaras de gás, mas em muitos campos as mortes foram causadas pela exaustão gerada pelo trabalho pesado e fuzilamento.

Leia também: Adolf Hitler — a biografia do líder do nazismo

Auschwitz I

Auschwitz I, chamado de Stammlager, foi o principal campo dentro do complexo. Sua origem remonta à Primeira Guerra Mundial, na qual foram construídas hospedagens para trabalhadores, posteriormente convertidas em instalações do exército polonês. Localizado a 50 quilômetros da capital Cracóvia, o local foi sugerido ao chefe da SS Heinrich Himmler como ideal para a construção de um campo de quarentena de prisioneiros, ideia aprovada em 1940.

Os primeiros prisioneiros chegaram em 20 de maio de 1940 e eram classificados como criminosos de carreira alemães, identificados com um triângulo verde em seus uniformes prisionais. Inicialmente organizado como um campo de trabalho forçado, foi logo convertido em uma instalação de extermínio, sobretudo contra prisioneiros poloneses.

O portão de entrada do campo trazia os dizeres “Arbeit macht frei”, que significam “o trabalho liberta”, em alemão, frase interpretada como um sombrio prenúncio do que se realizaria dentro dessas instalações.

O emblemático portão de Auschwitz I, com os dizeres “o trabalho liberta”, em alemão.[2]
O emblemático portão de Auschwitz I, com os dizeres “o trabalho liberta”, em alemão.[2]

Auschwitz II

O campo de Auschwitz II, chamado Birkenau, foi construído sob ordens de Himmler em 1940. Planejado para aprisionar 97 mil prisioneiros, foi o local de aprisionamento e extermínio de mais de 125 mil pessoas, sobretudo judeus. Havia 174 edifícios prisionais, subdivididos em pequenas salas, resultando em menos de um metro quadrado de espaço por prisioneiro.

Nesse campo, havia câmaras de gás, construídas a partir de 1942, com o objetivo de assassinar prisioneiros em massa. Essencialmente elas foram utilizadas para o assassinato de prisioneiros judeus. Uma das primeiras câmaras de gás ficava localizada em uma pequena casa vermelha, conhecida como bunker 1 da SS, em cuja porta de entrada se lia “para desinfecção”, em referência ao pensamento genocida racista nazista em execução.

Fotografia do “crematorium I”, espaço destinado a cremar os corpos assassinados nas câmaras de gás de Auschwitz.[3]
Fotografia do “crematorium I”, espaço destinado a cremar os corpos assassinados nas câmaras de gás de Auschwitz.[3]

Auschwitz III

O campo de Auschwitz III, chamado também de Monowitz, ficava a cerca de sete quilômetros de Auschwitz I e era maior que seu vizinho. Sua construção foi realizada por prisioneiros, sobretudo judeus, forçados ao trabalho, e durou de 1942 a 1944. Dados apontam que cerca de 35 mil prisioneiros trabalharam na construção do campo, sendo que 23 mil desses morreram por maus tratos, como falta de alimentação, doenças e excesso de trabalho sem descanso, o que resultou em uma taxa de 32 mortes por dia.

Uma característica diferenciadora de Auschwitz III Monowitz é que foi um campo criado em 1942 para resolver a superlotação de Auschwitz II e utilizar os prisioneiros como mão de obra escravizada no trabalho de fábricas da indústria farmacêutica e química IG Farben.

Fotografia de uma fábrica das indústrias IG Farben em Auschwitz III – Monowitz.[4]
Fotografia de uma fábrica das indústrias IG Farben em Auschwitz III – Monowitz.[4]

Chegada e execução no campo de concentração de Auschwitz

Os primeiros prisioneiros chegaram a Auschwitz em junho de 1940 e eram um grupo de 728 homens presos políticos, entre os quais havia padres católicos e judeus. O transporte era feito através de ferrovias especialmente desenvolvidas para esse fim, sem as quais o genocídio dessa magnitude não teria sido possível.

Após a chegada, todos os prisioneiros eram despidos de seus pertences, tinham seus cabelos e barbas cortados (o que para os judeus, em especial, significava uma grande humilhação), eram tatuados com um número de série e vestidos com uniformes prisionais, que continham símbolos representativos do grupo ao qual o prisioneiro pertencia (como a estrela de Davi, para os judeus).

Alocados em moradias pequenas e sem condições de conforto e higiene, os prisioneiros trabalhavam forçadamente até o momento em que eram levados às câmaras de gás para serem assassinados.

Leia também: Antissemitismo — de onde vem o preconceito contra os judeus?

Como era a vida nos campos?

A vida nos campos era voltada ao extermínio de seus prisioneiros: trabalhos forçados exaustivos, ausência de alimentos e cuidados médicos, extermínio em massa nas câmaras de gás, violência e opressão. Enquanto os oficiais nazistas desfrutavam de conforto, os prisioneiros, em sua maioria judeus, eram exterminados no que ficou conhecido como Solução Final de Adolf Hitler para a questão judaica.

Fotografia de uma das seções de dormitórios dos prisioneiros em Auschwitz I.[5]
Fotografia de uma das seções de dormitórios dos prisioneiros em Auschwitz I.[5]

Libertação do campo de concentração de Auschwitz

Os Aliados souberam da existência de Auschwitz graças ao trabalho do capitão do exército polonês Witold Pilecki, que se deixou aprisionar sob o nome judeu falso de Tomasz Serafinski em 22 de setembro de 1940. Ele escapou do campo em 27 de abril de 1943 e deixou um legado de resistência, organização e esperança de fuga no campo. A partir desse contato, revoltas e fugas se tornaram constantes no complexo de Auschwitz.

Em 1944, tropas aliadas do Exército Vermelho (pertencentes à União Soviética) planejavam invadir e libertar os campos. Ciente disso, com base em informações desviadas por espionagem, Heinrich Himmler ordenou a destruição dos crematórios, utilizados para cremar as vítimas das câmaras de gás.

Em seguida, Himmler ordenou a execução sumária da maioria dos prisioneiros que trabalhavam nos complexos de extermínio, com o objetivo de não haver testemunhas. Conforme a Alemanha nazista era encurralada na guerra e percebia sua iminente derrota, o alto comando nazista ordenava a execução de todos os prisioneiros dos campos e sua movimentação para fora de Auschwitz.

Em 27 de janeiro de 1945, o Exército Vermelho invadiu os campos e libertou os 7500 prisioneiros deixados para trás, os últimos de mais de um milhão que foram aprisionados e assassinados ali.

Capitão polonês Witold Pilecki, um dos responsáveis pela revelação aos Aliados da existência dos campos de concentração.
Capitão polonês Witold Pilecki, um dos responsáveis pela revelação aos Aliados da existência dos campos de concentração.

Campo de concentração de Auschwitz na atualidade

No ano de 1947, o campo de Auschwitz foi transformado em um museu, e assim permanece até os dias de hoje. A área do museu abriga elementos dos vários campos do complexo, como a câmara de gás de Auschwtiz I e os prédios administrativos. Todo o complexo foi tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e tem por função a educação das futuras gerações acerca do genocídio praticado pelos nazistas.

Dia Internacional da Lembrança do Holocausto

O dia 27 de janeiro é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, fazendo referência à data de libertação do campo de Auschwitz pelas tropas soviéticas do Exército Vermelho. Essa data foi definida pela Assembleia Geral das Nações Unidas e é especialmente relembrada anualmente pelo povo judeu.

Créditos das imagens

[1] Wikimedia Commons

[2] Wikimedia Commons

[3] Wikimedia Commons

[4] Wikimedia Commons

[5] Wikimedia Commons

Fontes

GILBERT, Martin. O Holocausto: história dos judeus na Europa na Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Hucitec, 2010.

REES, Laurence. O Holocausto: uma nova história. São Paulo: Vestígio, 2020.

REISS, Carlos; EHLICH, Michel. Holocausto: todo o que você precisa saber. Curitiba: Museu do Holocausto de Curitiba, 2023.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Auschwitz"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/auschwitz.htm. Acesso em 28 de abril de 2024.

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