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Rodrigues Alves

O governo de Rodrigues Alves empreendeu uma grande reforma urbana no Rio de Janeiro
O governo de Rodrigues Alves empreendeu uma grande reforma urbana no Rio de Janeiro
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O governo de Rodrigues Alves foi mais um dos mandatos presidenciais que chegaram à cadeira presidencial graças à articulação estabelecida pela chamada política dos governadores. Chegando ao cargo em 15 de novembro de 1902, o novo presidente era mais um componente integrante das oligarquias cafeeiras. Nesse aspecto, sua gestão foi visivelmente beneficiada pelo bom momento que a economia agro-exportadora viveu naquele período.

Um dos mais nítidos sinais desse período próspero pode ser percebido nas várias obras públicas que modernizaram a cidade do Rio de Janeiro. Com o auxílio do prefeito carioca Pereira Passos, o governo empreendeu uma grande reforma dos bairros e ruas da antiga capital federal inspirada nos padrões dos modernos centros urbanos europeus. Contudo, esse projeto de modernização foi realizado graças a uma série de desapropriações que expulsaram as populações pobres do Rio de Janeiro de seus casebres e cortiços.

Na época, a cidade convivia com uma variada gama de problemas provenientes de um processo de inchaço urbano decorrente da abolição da escravidão e da imigração européia. Milhares de ex-escravos e estrangeiros pobres se amontoavam em habitações precárias desprovidas de qualquer planejamento necessário. No ano de 1904, o governo sancionou uma lei que permitia o uso de forças policiais para que a população fosse vacinada contra possíveis epidemias.

O decreto, que ganhou o nome de Lei da Vacina Obrigatória, causou uma enorme indisposição entre o Estado e a população carioca, que já se via sujeita aos desmandos da reforma urbana. Com isso, vários conflitos tomaram as ruas cariocas em um incidente conhecido como “A Revolta da Vacina”. A instalação do incidente chegou a ser utilizado por alguns oponentes políticos do presidente que pretendiam reintroduzir os militares do palco político daquela época.

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Na política externa, o governo de Rodrigues Alves empreendeu o processo de anexação do território do Acre. A região pertencia aos domínios do território boliviano, mas boa parte de suas terras eram ocupadas por trabalhadores brasileiros envolvidos na extração de borracha. Para conseguir anexar a região ao território nacional, o governo brasileiro conseguiu firmar um acordo onde se comprometia a pagar uma indenização de dois milhões de libras esterlinas à Bolívia e construir a Ferrovia Madeira-Mamoré.

Nos últimos anos de mandato, o presidente teve uma indisposição junto aos políticos que representavam os interesses das oligarquias cafeeiras. A diminuição dos preços no mercado internacional e a superprodução do gênero agrícola incitaram os cafeicultores a elaborarem um programa de auxílio aos produtores de café. O chamado Convênio de Taubaté previa um compromisso onde o Estado se comprometeria a comprar a produção cafeeira, garantido os lucros das oligarquias.

O presidente não concordou com essa proposta, alegando que a medida poderia desprover os cofres públicos. Contudo, o interesse dos grandes cafeicultores prevaleceu com a oficialização do Convênio de Taubaté entre os governos estaduais comprometidos com esse mesmo grupo sócio-político.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Rodrigues Alves"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/rodrigues-alves.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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