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Drogas do sertão

As drogas do sertão eram produtos extraídos da Floresta Amazônica. Os portugueses visaram explorá-las, utilizando mão de obra indígena escravizada.

Pé de guaraná com frutos, na Amazônia.
O guaraná foi uma droga do sertão muito comercializada durante o século XVI no Brasil.
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As drogas do sertão eram produtos extraídos da Floresta Amazônica e comercializados na Europa. Os portugueses investiram nesse comércio para ratificar sua presença na região Norte do Brasil e afastar as ameaças de invasão vindas de franceses, holandeses e ingleses. A mão de obra utilizada nessa empreitada foi a indígena.

Os produtos que se costumava chamar de drogas do sertão eram:

  • guaraná;

  • salsa;

  • urucum;

  • cacau;

  • baunilha;

  • castanha-do-pará.

O comércio das drogas do sertão entrou em declínio logo após a descoberta das primeiras minas de ouro na região centro-sul do país.

Leia também: Pau-brasil — o primeiro item explorado pelos portugueses

Tópicos deste artigo

Resumo sobre as drogas do sertão

  • As drogas do sertão eram produtos extraídos da Floresta Amazônica e que foram comercializados pelos portugueses durante o século XVII.

  • Foram exemplos de drogas do sertão a castanha-do-pará, guaraná, salsa, entre outros.

  • A mão de obra utilizada foi a indígena.

  • O declínio desse comércio ocorreu no século XVIII, tempo em que as primeiras minas de ouro foram descobertas na região de Minas Gerais.

Quais eram as drogas do sertão?

Drogas do sertão eram produtos extraídos da Floresta Amazônica, região Norte do Brasil. Ingleses, franceses e holandeses tentaram invadir essas terras, pois reconheciam o valor desses elementos no mercado europeu. Para preservar a posse dessa região, os portugueses instalaram um forte em Belém para garantir sua segurança e também afastar qualquer ameaça estrangeira.

 Urucum
As drogas do sertão, como o urucum, favoreceram o povoamento do Norte do Brasil, evitando invasões estrangeiras.

Com a decadência do comércio das especiarias no Oriente, as drogas do sertão ganharam espaço no mercado externo, o que fez com que os portugueses garantissem a sua presença na região Norte e o domínio da exploração dos produtos. São exemplos de drogas do sertão: guaraná, salsa, urucum e castanha-do-pará.

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Contexto das drogas do sertão

Os portugueses iniciaram a colonização do Brasil a partir do litoral, pois era uma região onde o clima e o solo eram favoráveis para o plantio da cana-de-açúcar, produto valorizado no mercado europeu. O Nordeste brasileiro, em especial a capitania de Pernambuco, se transformou em grande produtor de açúcar, tendo inúmeros engenhos construídos para atender a demanda do exterior.

A princípio, os colonizadores buscaram usar a mão de obra indígena para o plantio e a colheita da cana-de-açúcar, porém sem sucesso. A solução foi a vinda de pessoas africanas para trabalharem como escravas nos engenhos. Dessa forma, a produção açucareira acelerou, gerando grandes lucros para Portugal.

Entretanto, outras nações europeias não reconheciam o domínio português em todo o território brasileiro. França e Inglaterra eram duas nações que constantemente enviavam embarcações para a América do Sul na tentativa de colonizar alguma terra. No começo dos anos 1500, portugueses e franceses se enfrentaram em uma batalha na Baía de Guanabara. O resultado foi a vitória de Portugal e a expulsão da França do território onde hoje é o Rio de Janeiro. Porém, isso não foi o suficiente para afastar os perigos de uma invasão estrangeira ao Brasil. O norte da colônia portuguesa ainda não havia sido efetivamente povoado por Portugal.

Os padres jesuítas desembarcaram no Brasil com a missão de catequizar os indígenas por meio da fé católica. Não demorou para que a ação desses religiosos entrasse em rota de colisão com os interesses dos colonos. Ao descobrir o potencial econômico da colônia, os portugueses passaram a querer usar os indígenas para trabalharem como escravos na produção açucareira, porém os padres jesuítas se opuseram a isso. Para evitar conflitos armados, os jesuítas saíram do litoral com os indígenas para o Norte do Brasil, na região amazônica, e para o Sul, próximo à fronteira de domínio espanhol. Dessa forma, sem uma ação efetiva de Portugal, outras regiões no interior do Brasil começaram a ser povoadas.

No começo do século XVI, o comércio das especiarias orientais entrou em declínio, e a descoberta das drogas do sertão fez com que esse espaço no mercado externo fosse ocupado pelos produtos amazônicos. De início, os portugueses não se opuseram às missões jesuíticas na Floresta Amazônica e permitiram que fosse ela explorada, em busca das drogas do sertão. Os religiosos usaram a mão de obra indígena na extração desses produtos.

Os bandeirantes também se tornaram comercializadores das drogas do sertão. As expedições comandadas por Antônio Rapouso Tavares saíram de São Paulo e alcançaram o norte do Brasil, passando a rivalizar com os jesuítas o controle da extração dos produtos amazônicos.

Leia também: Bandeirantes x Jesuítas — a relação conflituosa que marcou o período colonial brasileiro

Declínio do comércio das drogas do sertão

O comércio das drogas do sertão entrou em declínio no começo do século XVIII, quando as primeiras minas de ouro foram descobertas na região das Minas Gerais. Isso fez com que a economia colonial brasileira fosse transferida do Norte e do Nordeste para o centro-sul. A mão de obra escravizada também foi deslocada dos engenhos de açúcar em crise para a exploração dos metais preciosos recém-descobertos pelos bandeirantes.

 

Por Carlos César Higa
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Carlos César Higa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

HIGA, Carlos César. "Drogas do sertão"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/as-drogas-sertao.htm. Acesso em 03 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Cesgranrio-RJ) Apesar do predomínio da agromanufatura açucareira na economia colonial brasileira, a pecuária e a extração das "drogas do sertão" foram fundamentais. A esse respeito, podemos afirmar que:

a) ocorreu uma grande absorção da mão de obra escrava negra, particularmente na pecuária.

b) a presença do indígena na extração das "drogas do sertão" foi essencial pelo conhecimento da geografia da região Nordeste.

c) por serem atividades complementares, a força de trabalho não se dedicava integralmente a elas.

d) ambas foram responsáveis pelo processo de interiorização do Brasil colonial.

e) possibilitaram o surgimento de um mercado interno que se contrapunha às flutuações do comércio internacional.

Exercício 2

Sobre a extração das chamadas “drogas do Sertão” durante o Brasil Colônia, é correto dizer que:

a) a extração começou como forma de economia alternativa à abundância de ouro.

b) a principal região de extração era a da Floresta Amazônica.

c) os jesuítas não tiveram nenhum papel relevante na extração de “drogas do Sertão”.

d) uma das “drogas do Sertão” mais cobiçadas era o ópio.

e) as “drogas do Sertão” não tinham nenhum uso medicinal ou culinário.