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As peculiaridades são marcas, traços característicos, os quais se referem a algo ou a alguém. E quando esse assunto se relaciona aos verbos, percebemos que o ajuste se dá de forma ainda mais efetiva, visto que tal classe é norteada por uma complexidade significativa no que tange a vários aspectos, dentre eles a regência.
Regência essa demarcada pela relação que se estabelece entre o verbo e seus respectivos complementos, levando em consideração o contexto em que esse verbo se encontrar inserido. Assim, exatamente em função de tal contexto, constataremos a presença ou não da preposição, ou seja, se transitivos diretos ou indiretos.
Dada essa realidade, elegemos, pois, o verbo lembrar - representando o fato em questão. Mesmo porque, cotidianamente fazemos uso dele, e nada melhor do que estarmos cientes dos pontos que o demarcam. Partindo desse princípio, vejamos:
No sentido de vir à memória, ora configurando um ato extremamente involuntário de nossa parte, muitos não sabem, mas o correto é empregarmos a forma pronominal. Importante também é sabermos que tal pressuposto também se aplica ao verbo esquecer. Observe:
Eu não me lembro de ter visitado aquele lugar.
Nunca me esquecerei dos momentos felizes que passamos aqui.
Constatamos que por se tratar de um verbo pronominal, o complemento que a ele se refere sempre é regido por uma preposição – fato que o faz ser concebido como transitivo indireto. No exemplo em pauta, as preposições se revelam por “de” e “dos”.
Tal ocorrência também pode ser constatada quando o complemento é demarcado por um verbo no infinitivo, como em:
Ele não se lembrou de entregar a documentação exigida. (primeira conjugação)
Não se esqueça de trazer a encomenda solicitada. (segunda conjugação)
Partamos agora para outros contextos, nos quais o verbo em questão assumirá a condição de transitivo direto, dispensando assim o uso da preposição. Note:
Aquela senhora lembra uma antiga professora. (sentido de ser parecida com alguém)
Tudo aqui lembra minha esposa. (sentido de trazer à memória a figura de alguém)
Por fim, é importante lembrarmos de que quando o sentido se referir a “informar”, “advertir” ou “prevenir”, a construção se dará com o objeto direto de pessoa (demarcado pelos pronomes oblíquos o, a, os as) e com o indireto de assunto (demarcado pela preposição de). Assim, nada mais conveniente que expressarmos com base no exemplo em evidência:
Lembrou-a de que deveria comparecer à reunião.
Lembrou quem? Ela (a)
De quê? De que deveria comparecer à reunião.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola