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Cinturão de Kuiper

O Cinturão de Kuiper foi teorizado na década de 1950 e teve sua comprovação final somente nos anos 1990. Sua região abrange um grande número de asteroides.

O Cinturão de Kuiper orbita em uma afastada região do sistema solar
O Cinturão de Kuiper orbita em uma afastada região do sistema solar
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O Cinturão de Kuiper é o nome dado a um conjunto de asteroides situado um pouco além de Plutão e inicialmente teorizado pelo astrônomo holandês Gerard Kuiper no ano de 1951. Esse cinturão localiza-se em uma área do sistema solar mais distante que os oito planetas do sol, em uma distância estimada entre 30 UA e 50 UA, considerando que UA é a unidade astronômica que equivale à distância da Terra ao Sol, o que corresponde a 149.597.871 km.

Os objetos pertencentes ao Cinturão de Kuiper são classificados como objetos transnetunianos, ou seja, que se localizam além de Netuno, o último planeta do sistema solar. Netuno, aliás, é o grande responsável, segundo as teorias atuais, pela formação desse conjunto de asteroides, em razão da influência que ele exerce em suas órbitas.

Um ano antes das proposições de Kuiper a respeito do cinturão de asteroides que circundam o sistema solar, o astrônomo alemão Jan Oort formulou uma hipótese de que todos os cometas seriam oriundos de uma região que circundaria o sol a uma distância 50 mil vezes mais afastada da Terra, o que foi chamado de Nuvem de Oort. Ela estaria, portanto, muito além do Cinturão de Kuiper. A principal constatação que o levou a essa conclusão era a de que nenhum cometa observado apresentava indícios de ser oriundo de alguma região interestelar (além do nosso sistema solar).

Nos anos 1980, por meio de simulações computacionais, foi previsto que poderia ser formada realmente uma espécie de depósito de asteroides em uma região além de Netuno, comprovando, dessa forma, a teoria proposta por Kuiper. Esses asteroides seriam formados por restos de corpos celestes que não conseguiram aglomerar-se em torno de um novo planeta no nosso sistema.

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Em 1992, finalmente, foi descoberto um objeto com um diâmetro de 240 km que estava localizado na distância prevista por Gerard Kuiper e que recebeu o nome de 1992QB1. Assim, logo depois, outros corpos com características semelhantes foram encontrados na região e, com isso, a existência do Cinturão de Kuiper foi definitivamente comprovada.

Gerard Kuiper, o astrônomo responsável pelo descobrimento da região de asteroides transnetunianos
Gerard Kuiper, o astrônomo responsável pelo descobrimento da região de asteroides transnetunianos

Atualmente, sabe-se que todos os cometas de período curto – aqueles que possuem um período orbital inferior a 200 anos – são originários do Cinturão de Kuiper, incluindo o famoso cometa Halley. Curiosamente, os objetos que compõem esse conjunto são originários de áreas mais distantes do que aqueles que fazem parte da Nuvem de Oort, pois os corpos dessa nuvem foram, de alguma forma, ejetados do nosso sistema e não saíram totalmente dele.

A composição do Cinturão de Kuiper é de difícil mensuração, pois os objetos são muito pequenos e encontram-se em uma região muito afastada no sistema solar, de forma que é praticamente impossível realizar observações diretas com boa precisão nas imagens. Todavia, medições espectrográficas indicam que os asteroides são compostos por gelo, amônia e até água.

Em breve, a sonda New Horizons, que chegou a orbitar muito próximo a Plutão, deve obter e enviar informações mais detalhadas sobre os aspectos do Cinturão de Kuiper. Atualmente, sabe-se que ele é composto por centenas de milhares de corpos celestes, alguns deles até com luas orbitando ao redor de si ou com características de Planetas Anões, como o Sedna, o Makemake e o Haumea.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Cinturão de Kuiper"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/cinturao-kuiper.htm. Acesso em 23 de novembro de 2024.

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