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Uma das grandes questões da ciência no final do século XIX era entender em que meio as ondas eletromagnéticas propagavam-se, pois era inconcebível admitir que essas ondas não possuíam um meio de propagação. Por isso, na época, assumia-se que o éter luminífero era o lugar de propagação das ondas eletromagnéticas.
Possíveis características do éter luminífero
O éter luminífero seria uma espécie de fluido infinito menos espesso que os gases mais leves, perfeitamente elástico, invisível, indetectável e que preencheria o universo em sua totalidade, tanto os espaços interplanetários quanto os intermoleculares. Com o entendimento atual de ciência que temos hoje, admitir a existência desse material seria loucura. Todavia, precisamos entender que as verdades científicas são datadas, isto é, possuem a sua validade limitada àquilo que a própria ciência assume como verdade. No século XIX, o éter luminífero precisava ser aceito como uma verdade.
Experimento de Albert Michelson e Edward Morley
Entre os anos de 1880 e 1890, Albert Michelson e Edward Morley utilizaram um equipamento denominado de interferômetro para medir com mais precisão o valor da velocidade da luz. O interferômetro possui um espelho semirrefletor que tem a função de separar um raio de luz em dois outros raios iguais, permitindo a passagem de um pouco de luz e refletindo a outra parte. Esses raios de luz divididos incidem sobre dois espelhos, no quais são refletidos e tornam a se encontrar, atingindo um detector. A partir do fenômeno da interferência, quando duas ondas encontram-se, é possível determinar se houve ou não diminuição da velocidade de algum dos feixes refletidos. Se por acaso existir essa diminuição, logicamente ela ocorreria por causa de algum elemento que estaria interferindo no caminho da luz. Esse elemento em questão só poderia ser o éter luminífero.
Michelson e Morley não conseguiram detectar diferenças entre os caminhos feitos pelos raios de luz refletidos, o que comprovava a inexistência do éter. No entanto, eles nunca deixaram de acreditar nesse elemento milagroso. Em 1907, Albert Michelson recebeu o prêmio Nobel de Física não por ter “comprovado” a inexistência do éter luminífero, mas por ter desenvolvido instrumentos ópticos de precisão para o cálculo da velocidade da luz.
Naquela época os cientistas precisavam resolver uma incoerência, pois o éter luminífero era considerado o referencial absoluto do universo e assumia-se que a velocidade da luz era constante. Isso era um problema para a Física da época porque, se o éter é o referencial absoluto e as fontes de luz no universo movimentam-se em direções e sentidos distintos, como a velocidade dessa onda eletromagnética poderia ser constante, tendo em vista a ideia de movimento relativo entre corpos? A explicação para tal incoerência veio do entendimento de que o éter não existe e com a teoria da Relatividade restrita de Albert Einstein.
Por Joab Silas
Graduada em Física