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Doping

Doping é uma prática ilegal que consiste no uso de substâncias para melhorar o rendimento esportivo.

Pessoa segura frasco escrito “doping”.
Doping é uma prática ilegal para atletas competidores de eventos esportivos.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Doping é o uso ilegal de substâncias que afetam o funcionamento do organismo para aumentar o desempenho esportivo. Entre os objetivos dos atletas que se submetem à dopagem está o aumento da força, concentração, resistência física e agilidade.

As substâncias consideradas doping são divididas em grupos, tais como os narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos. Apesar de melhorar o rendimento no esporte, o doping provoca riscos à saúde humana, tais como problemas cardíacos, câncer e esterilidade.

Leia também: O que são as drogas ilícitas e quais são elas?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre doping

  • O doping é a prática de utilizar substâncias ou métodos artificiais para melhorar o rendimento esportivo.
  • Sua origem remonta à Antiguidade, nas civilizações chinesa, grega e romana.
  • O maratonista Thomas Hicks ficou conhecido como o primeiro caso moderno de doping no esporte.
  • O Comitê Olímpico Internacional (COI) listou as substâncias proibidas e tornou o doping ilegal de forma oficial em 1967.
  • Entre os grupos de substâncias consideradas doping, listadas pela Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency, WADA), estão os narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônio peptídicos.
  • O doping causa riscos à saúde humana, como problemas cardíacos, atrofia dos testículos, esterilidade, hipertensão, desenvolvimento de tumores e casos cancerígenos, entre outros.

O que é doping?

Seringa, medicação e frasco com líquido com um halter de musculação ao fundo, uma alusão ao doping nos esportes.
O doping é proibido e causa riscos à saúde humana.

O doping é caracterizado pelo uso de substâncias ou métodos artificiais que estimulam o corpo a funcionar de forma diferente. A prática no cenário esportivo possui o objetivo de melhorar o rendimento do atleta. Essas substâncias são oficializadas e listadas pela Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency, WADA). Entre as classes de substâncias do doping, estão: narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos.

A Federação Internacional de Medicina Esportiva (Fims) divulgou um documento em 1993 que conceitua o doping como “uso proposital ou não intencional por um atleta de uma substância, ou métodos proibidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)”.

A WADA é a instituição internacional que atua no desenvolvimento de ações antidoping, pesquisas científicas, atividades educativas e no monitoramento do Código Mundial Antidoping, que lista as substâncias proibidas em períodos competitivos e não competitivos.

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Origem e história do doping

O termo doping não tem uma origem precisa. Uma das narrativas diz que a palavra é de origem holandesa, do termo “dopen”, que quer dizer emergir ou batizar. “Dopen” foi utilizado com o significado de dopagem por volta dos anos de 1865, período em que o Canal do Norte, na Holanda, estava sendo construído. Os construtores administravam uma substância para que os colaboradores da construção naval pudessem ficar mais resistentes para continuar a trabalhar por mais tempo.

Essa prática já era comum no período da Antiguidade. Alguns relatos apontam que os romanos davam substâncias aos cavalos para que pudessem correr mais e aos próprios gladiadores para aumentar a força física durante os combates. Há relatos ainda que remetem ao doping na Grécia Antiga em 300 a.C., durante os Jogos Olímpicos.

O mesmo acontece na antiguidade chinesa, desde 2.700 a.C., e consistia no incentivo pelos imperadores no uso de plantas com doses elevadas de efedrina para provocar ânimo e coragem aos lutadores.

Thomas Hicks ficou conhecido como o primeiro caso de doping da modernidade. O fato ocorreu durante a edição das Olimpíadas de Saint Louis, nos Estados Unidos, em 1904. O maratonista, durante a prova, recebeu de sua equipe doses de conhaque e estricnina. Essa última substância é capaz de estimular os neurônios motores, responsáveis pela contração muscular.

Prova de maratona das Olimpíadas de Saint Louis (1904) de Thomas Hicks, primeiro caso moderno de doping no esporte.
Prova de maratona das Olimpíadas de Saint Louis (1904) de Thomas Hicks, primeiro caso moderno de doping no esporte.

O uso ocorreu após Hicks ter parado para descansar na competição. Após a dopagem, recuperou-se e ainda chegou a conquistar medalha. Ele manteve a conquista, pois nenhuma das substâncias era considerada proibida no torneio. A proibição e listagem das substâncias ilegais consideradas doping foram feitas em 1967 de forma oficial e internacional pelo COI.

Tipos de doping

Os tipos de doping no esporte podem ser definidos conforme a finalidade do uso das substâncias. Entre eles estão:

  • doping para aumentar concentração do atleta e reduzir o cansaço (estimulantes);
  • doping para aumentar força e desenvolver os músculos (anabolizantes);
  • doping para fins terapêuticos (hormônios);
  • doping para perda de peso (diuréticos);
  • doping para aliviar dores (narcóticos).

Por que o doping é proibido?

O doping é proibido no esporte porque influencia no rendimento esportivo dos atletas, tornando a competição desonesta para os que não utilizam substâncias. Além disso, a prática pode ser prejudicial à saúde.

Substâncias que são consideradas doping

Homem musculoso preparando seringa, uma alusão ao doping.
O doping é comum entre praticantes de musculação que não são atletas para aumentar a massa muscular.

As substâncias consideradas doping estão agrupadas em narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos. Saiba quais são as características de cada um dos grupos de substâncias:

  • Narcóticos: aliviam dores.
  • Agentes anabolizantes: ajudam no desenvolvimento de músculos e força, mas prejudicam o coração, fígado e sistema reprodutivo.
  • Estimulantes: aumentam a concentração e reduzem o cansaço, mas podem causar danos ao coração.
  • Diuréticos: contribuem na perda de peso, mas ocultam o uso de outras drogas proibidas e causam desidratação e fadiga.
  • Hormônios peptídicos: utilizados para fins terapêuticos, mas podem ser prejudiciais quando a pessoa é muito jovem e está em fase de crescimento.

Veja, abaixo, algumas substâncias que são consideradas doping:

  • Esteroides anabolizantes androgênicos (AAS) administrados de forma exógena: androsterona, testosterona, androstenediona, bolasterona, boldenona, calusterona, clostebol, gastrinoma, mestanolona, methandriol, mibolerona, norboletona, oxabolona e oximetolona.
  • Diuréticos e agentes mascarantes: desmopressina, dextran, manitol, probenecida, expansores plasmáticos, amilorida, canrenona, metozalona e acetazolamida.
  • Hormônios peptídicos, fatores de crescimento, substâncias correlatas e miméticos: eritropoietinas (EPOs), inibidores GATA, inibidores da sinalização do TGF-beta, agonistas dos receptores de reparo inato, gonadotrofina coriônica (CG), fator de crescimento de fibroblastos (FGSs), fator de crescimento de hepatócitos (HGF).
  • Beta-2 agonistas: fenoterol, formoterol, higenamina, indacaterol, olodaterol, procaterol, reproterol, salbutamol, tretoquinol, tulobuterol e vilanterol.
  • Modularadores hormonais e metabólicos: anastrozol, letrozol, testolactona, bazedoxifeno, raloxifeno, toremifeno, clomifeno, cliclofenil. fulvestrant, anticorpos neutralizadores de miostatina, meldonio, trimetazidina.

Algumas medicações comercializadas de forma livre podem ser causa de doping esportivos, tais como: hidroclorotiazida, manitol, espironolactona, clortalidona, salbutamol, terbutalina.

Veja também: Anabolizantes — detalhes sobre um dos grupos de substâncias consideradas doping

Métodos que são considerados doping

Arcos olímpicos ao fundo, em primeiro plano, mão segurando três seringas, uma alusão aos casos de doping das Olimpíadas.
Vários casos de doping já foram registrados ao longo das edições das Olimpíadas e de diversos outros eventos esportivos. [1]

Saiba quais os métodos que podem ser caracterizados como doping:

  • Manipulação do sangue e componentes sanguíneos: administrar ou reintroduzir sangue de qualquer quantidade de sangue autólogo, alogênico (homólogo) ou heterólogo, ou produtor derivado de células vermelhas do sangue de qualquer origem; aumentar artificialmente a capacidade de transporte ou troca tecidual de oxigênio, o que inclui o uso de perfluoroquímicos, efaproxiral e produtos modificados por hemoglobina.
  • Doping genético e celular: uso de ácidos nucleicos ou seus análogos que possam alterar a sequência genômica e/ou modificar a expressão do gene por qualquer mecanismo; uso de células normais ou geneticamente modificadas.
  • Manipulação química ou física: adulterar ou tentar adulterar a integridade ou validade das amostradas coletadas em um exame antidoping; infusões intravenosas ou injeção de mais de 100 mL em um período de 12h, exceto em casos de tratamento hospitalar, procedimentos cirúrgicos ou de diagnóstico.

Para conferir a lista na íntegra de substâncias consideradas doping que são proibidas tanto em períodos competitivos quanto nos intervalos das competições (treinamento), clique aqui. O documento, traduzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foi publicado pela WADA.

Riscos e consequências do doping

Confira alguns riscos e consequências provocadas pelo doping:

  • Problemas no sistema nervoso: as drogas causam dependência química, psicose, depressão, ansiedade e perda cognitiva.
  • Danos ao coração: as substâncias estimulantes provocam arritmias cardíacas, morte súbita e infarto.
  • Problemas no fígado: os anabolizantes são causadores de hepatite tóxica, câncer hepático e cirrose.
  • Danos aos rins: desidratação e insuficiência renal são sinais do uso de diuréticos.
  • Problemas no sistema endócrino: alterações hormonais irreversíveis, atrofia testicular, esterilidade, acne, calvície e hipertrofia do clitóris são provocadas pelo uso de anabolizantes.

Exame antidoping

Pessoa escrevendo “WADA - World Anti-Doping Agency”, a organização que lista as substâncias de doping.
A World Anti-Doping Agency (em português, Agência Mundial Antidoping) é a organização que lista as substâncias de doping proibidas para atletas.

O exame antidoping é feito por meio da coleta de amostras de urina e sangue de atletas. Essas amostras são encaminhadas para um laboratório específico de controle de doping, onde profissionais realizam análise para identificar substâncias proibidas.

Entre as técnicas utilizadas nesses exames estão a cromatografia e a espectrometria de massa. Com esses métodos, é possível identificar quantidades baixas das substâncias. Caso sejam identificadas, os competidores podem receber sanções e punições, como a expulsão do evento esportivo (por exemplo, os Jogos Olímpicos).

Crédito de imagem

[1] JuliaDorian / Shutterstock

Fontes

ANTUNES, Mateus Dias et. al. Substâncias farmacológicas e o doping esportivo. Biológicas & Saúde, 6(22), 2016. Disponível em: https://ojs3.perspectivasonline.com.br/biologicas_e_saude/article/view/1049.

HOSPITAL Albert Einstein. O que é o doping? Disponível em: https://www.einstein.br/noticias/noticia/o-que-e-o-doping.

HOSPITAL Santa Mônica. Quais são os tipos de doping e suas consequências. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/quais-sao-os-tipos-de-doping-e-suas-consequencias/.

SILVA et. al. Doping esportivo e consumo de suplementos alimentares: uma relação delicada. Cad. Ibero Am. Direito Sanit. [Internet]. 18º de março de 2021 [citado 7º de agosto de 2024]; 10(1):56-75. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/703.

WORLD Antidoping Agency. Código Mundial Antidoping Padrão Internacional: Lista Proibida. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/abcd/pt-br/composicao/atletas/substancias-e-metodos-proibidos/arquivos-lista-de-substancias-proibidas/Lista2024v.04.pdf.

Escritor do artigo
Escrito por: Lucas Afonso Jornalista pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Internacional (Uninter).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AFONSO, Lucas. "Doping"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/drogas/dopping.htm. Acesso em 13 de outubro de 2024.

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