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Fenômeno de Raynaud

O fenômeno de Raynaud é uma resposta exagerada ao frio que leva ao surgimento de palidez, cianose e rubor em mãos e pés.

Algumas pessoas podem apresentar palidez nos dedos em decorrência do fenômeno de Raynaud
Algumas pessoas podem apresentar palidez nos dedos em decorrência do fenômeno de Raynaud
Crédito da Imagem: shutterstock
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O fenômeno de Raynaud é uma condição em que se observa uma resposta exagerada ao frio. Esse fenômeno, descrito em 1862, explica uma série de alterações que ocorrem após a exposição a baixas temperaturas ou a uma situação de estresse. Essa condição acomete de 3% a 5% da população em geral, principalmente aquelas pessoas que vivem em climas frios e úmidos.

→ Quais as manifestações clínicas do fenômeno de Raynaud?

O fenômeno de Raynaud pode atingir mãos e pés e, em casos mais graves e raros, pode provocar alterações em orelhas, nariz e língua. São observadas três fases nesse fenômeno:

  • Palidez;

  • Cianose (coloração azul-arroxeada da pele, abaixo das unhas ou mucosas);

  • Rubor (vermelhidão).

Além dessas alterações, o paciente pode sentir formigamento durante o ataque desse fenômeno. A dor é pouco relatada e normalmente acontece quando o evento torna-se intenso e duradouro. De uma maneira geral, esse ataque tem duração média de 15 minutos.

O fenômeno de Raynaud pode apresentar algumas complicações, como as úlceras digitais, um sintoma grave que surge em cerca de 16% a 50% dos casos. Essas úlceras são múltiplas, dolorosas e incapacitantes, e sua cicatrização demora, em média, 15 meses, em geral pela dificuldade de tratamento, com surgimento frequente de infecções e necrose.

→ Por que ocorrem essas manifestações clínicas?

Essas manifestações clínicas ocorrem por causa da vasoconstrição de artérias e arteríolas, o que provoca uma redução dos níveis de sangue na pele. Em decorrência disso, diminui-se a oxigenação nos pequenos vasos sanguíneos, levando à cianose.

O fenômeno é provocado por um problema na resposta termorregulatória. Em seu funcionamento normal, os vasos sanguíneos apresentam um complexo sistema de controle, que tem início na pele, com os sensores nervosos. Esses sensores captam a temperatura e mandam informação ao sistema nervoso. Então, esse sinal é interpretado, e uma resposta é enviada aos vasos na pele. Esses vasos contraem-se durante o frio e dilatam-se quando a temperatura está elevada.

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No fenômeno de Raynaud, no entanto, verifica-se uma resposta vascular anormal. Há, por exemplo, um aumento na liberação de moléculas vasoconstritoras ou, ainda, uma redução na produção de vasodilatadores ou uma liberação reduzida dessas substâncias.

→ O aparecimento desse fenômeno significa que a pessoa está com uma doença?

O fenômeno de Raynaud é uma condição benigna, na maioria dos casos, e não se relaciona com nenhuma doença. Sob essa forma, ele é chamado de primário ou idiopático e corresponde a aproximadamente 90% dos casos.

Entretanto, em alguns casos, esse fenômeno está relacionado com algumas doenças ou alterações, como doenças do tecido conjuntivo, doença arterial periférica, uso de medicamentos, alterações neurológicas, causas ocupacionais (lesão pelo frio, uso de produtos químicos, uso de máquinas vibratórias) e doenças de hiperviscosidade sanguínea. Nessas situações, denominamos o fenômeno de secundário.

Para diferenciar o fenômeno de Raynaud primário do secundário, o médico deve fazer exames físicos, rastreio imunológico e capilaroscopia. Além de auxiliarem no diagnóstico, esses exames são importantes para avaliar a gravidade do caso.

Vale salientar que a maioria das pessoas que apresentam o fenômeno de Raynaud primário não precisa de tratamento, recomendando-se apenas terapia comportamental, não se expor ao frio e a grandes variações térmicas, tratar o estresse e evitar o trabalho com máquinas vibratórias. Em caso do fenômeno de Raynaud secundário, é necessária a avaliação da causa, entretanto, frequentemente recomenda-se o tratamento medicamentoso. Cada um desses quadros deve ser analisado pelo médico.
 

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Fenômeno de Raynaud"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/fenomeno-raynaud.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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