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A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) é um grupo de doenças trofoblásticas gestacionais que possui potencial maligno. Dentre essas doenças, destacam-se a mola hidatiforme persistente, mola hidatiforme invasiva, coriocarcinoma e tumor trofoblástico do leito placentar. A taxa de cura dessas doenças é alta e pode chegar até a 100% nos casos em que são descobertas precocemente.
Normalmente, a NTG é precedida de uma gravidez molar, entretanto, a gravidez a termo, abortamento e gravidez ectópica também podem originá-la. O normal após qualquer gravidez é que os níveis de hCG comecem a decair, porém, em alguns casos, esse nível mantém-se em decorrência do crescimento persistente do tecido trofoblástico. Quando os níveis de hCG continuam aumentando após uma gravidez, é sinal de que a paciente apresenta uma NTG.
Vale destacar que o tumor trofoblástico do leito placentar possui características diferentes dos outros tipos de NTG. Essa forma relativamente rara possui níveis de hCG considerados baixos e seu principal sintoma são as hemorragias genitais pós-parto.
Após a identificação de uma NTG, é necessário realizar uma série de análises para saber o estádio em que a doença se encontra e avaliar os riscos. Para isso são feitos exames de raio X, ultrassonografias, tomografias e ressonância magnética.
A seguir são descritos os quatro estádios da doença:
- Estádio I - Doença está apenas no útero;
- Estádio II - Doença está localizada no útero e nos órgãos genitais;
- Estádio III - Doença apresenta metástases no pulmão e pode ter ou não envolvimento dos órgãos genitais;
- Estádio IV- Apresenta outros locais com metástase, frequentemente atingindo fígado e cérebro.
Anteriormente, as neoplasias trofoblásticas gestacionais eram tratadas com uma cirurgia para a retirada da matriz uterina, porém os riscos de morte eram muito grandes. Hoje em dia, a maioria das NTGs é tratada com quimioterapia, que é capaz de curar um grande número de pacientes. Essa pode ser feita através de apenas um medicamento ou então com combinados, sendo, nesse caso, chamada de poliquimioterapia. A escolha de um ou mais medicamentos dependerá do estádio da doença e de seus riscos.
No caso do tumor trofoblástico do leito placentar, a quimioterapia com um único medicamento não resolve o problema. Recomenda-se, nesse caso, a histerectomia (retirada do útero) associada à poliquimioterapia.
Durante o tratamento da NTG, é importante a avaliação do hCG para saber se os níveis estão decaindo. A quimioterapia é realizada até a negativação do hCG e as dosagens são feitas por um período de 1 ano após o fim do tratamento. Sendo assim, é importante que durante esse período a mulher não engravide em nenhuma hipótese, pois isso influenciará os resultados da dosagem. Uma nova gestação só é permitida após um ano de negativação.
Não é possível prever quantas quimioterapias a mulher deverá realizar até a completa cura, uma vez que cada organismo responde de uma maneira diferente à terapia. Isso também é válido para os efeitos colaterais, que são sentidos de formas distintas por cada mulher. Dentre os efeitos mais relatados, destacam-se fadiga, náusea, manchas na pele e irritação ocular.
Lembre-se de que as NTGs apresentam um alto índice de cura e que muitas mulheres conseguem engravidar normalmente após o tratamento com quimioterapia. Sendo assim, não se preocupe demasiadamente, siga corretamente as recomendações de seu médico e aguarde a remissão da doença.
Por Ma. Vanessa dos Santos