Migração é o deslocamento populacional pelo espaço geográfico, de forma temporária ou permanente, que desde o início da humanidade têm contribuído para a sobrevivência do ser humano. O homem quem migra o faz por alguma razão e, muitas vezes, a sobrevivência de um determinado grupo social depende de seu deslocamento pelo espaço, como, por exemplo, durante a pré-história, quando os primeiros seres humanos migravam em busca de alimento.
Tópicos deste artigo
Razões para migração
Dentre as principais razões para a migração estão as de origem:
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Econômica, quando o migrante sai em busca de melhores qualidades de vida, empregos, salários, muito comum em países ou regiões subdesenvolvidas.
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Cultural e religiosa, no caso de grupos sociais que migram para o local com o qual identifica, como os muçulmanos que migram para Meca a fim de facilitar a prática de sua religião.
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Políticas, ocorre com bastante frequência durante crises políticas, guerras, ditaduras, nas quais vários contingentes políticos migram, de forma livre ou forçada, para evitar os problemas de seu país. Exemplo disso, atualmente, são os refugiados sírios que deixam seu país para fugir de uma guerra civil que já dura quase 3 anos e contabiliza mais de 130 mil mortos.
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Naturais, muito comum em lugares com a ocorrência de desastres ambientais, secas, frio intenso, calor excessivo etc.
Milhares de migrantes, muitos da Síria, Iraque e Afeganistão, realizam a travessia do mar Egeu, da Turquia, para chegar às ilhas gregas – porta de entrada da Europa *
No decorrer da história da humanidade, os grandes fluxos migratórios internacionais, ou seja, as principais direções de migração, ocorreram, principalmente, por razões econômicas, mas nem sempre se deslocaram para o mesmo sentido. Para se ter uma ideia, entre o século XVI até as primeiras décadas do século XX, o principal movimento migratório internacional ocorria da Europa para as outras regiões do globo, já que os países europeus foram os grandes responsáveis pela colonização da América, África e Ásia. No decorrer do século XX, o fluxo migratório passou a ser muito maior no sentido contrário, saindo dos países subdesenvolvidos para os países desenvolvidos da Europa e, principalmente, para os Estados Unidos e Canadá, que têm recebido muitos migrantes de várias partes do mundo, até mesmo da Europa, ou então de países mais pobres para países vizinhos que possuem economias mais estáveis, nesse caso os migrantes aproveitam que a entrada nesses países é facilitada por possuírem menos barreiras burocráticas e migram em busca de melhores condições de vida.
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Essa mudança, no fluxo migratório, inicialmente foi bem recebida pelos países desenvolvidos, já que com o grande desenvolvimento econômico e industrial eles necessitavam de mão de obra barata que se sujeitasse a exercer tarefas mais pesadas, mas com o passar do tempo houve uma intensa mecanização no processo produtivo, diminuindo a necessidade de trabalhadores desqualificados. Com isso, muitos imigrantes perderam os seus empregos e passaram a contribuir para o aumento dos problemas sociais (desemprego, miséria, violência etc). Para tentar controlar a entrada de migrantes, e os problemas ocasionados pela grande reserva de trabalhadores desqualificados, vários países do mundo (países da Europa Ocidental, Estados Unidos, Canadá e outros) endureceram suas políticas relacionadas à migração, mas essas medidas não se mostraram eficazes, pois se tornou crescente o número de migrantes que entram nesses países ilegalmente e, por não possuírem visto, não podem trabalhar em trabalhos formais. Outros desafios provocados pelas migrações que os países desenvolvidos precisam lidar é o preconceito e a intolerância que parte de sua população possui em relação aos migrantes, já que por serem culpabilizados pelos problemas sociais e ainda possuírem hábitos e manifestações culturais distintas, muitas vezes são alvo de atitudes de preconceito ou intolerância.
De acordo com um relatório da ONU*, nos primeiros 15 anos do século XXI houve um aumento de 41% no número de migrantes no mundo, que chegou a aproximadamente 244 milhões, desses, cerca de um terço (76 milhões) vivem na Europa, 75 milhões na Ásia, continente que mais recebeu migrantes nesses últimos 15 anos, e 54 milhões na América do Norte. Considerando apenas o país com maior número de migrantes, os Estados Unidos lideram com 47 milhões de migrantes, seguido por Alemanha e Rússia, que possuem 12 milhões cada; Arábia Saudita com 10 milhões; Reino Unido com quase 9 milhões e Emirados Árabes Unidos com 8 milhões. Demonstrando, assim, que pelo menos nessas primeiras décadas do século XXI os fluxos migratórios para os países desenvolvidos ou países subdesenvolvidos com economias mais dinâmicas se manteve.
NOTAS
* Número de migrantes no mundo cresceu 41% entre 2000 e 2015, segundo ONU.
Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia