Algumas células apresentam estruturas que garantem a sua junção. Essas especializações funcionam de diferentes formas, atuando, por exemplo, na ancoragem, na sincronização de processos, como a contração, e na troca de informações. Essas junções são desfeitas na divisão celular e apoptose. A seguir, vamos falar de uma dessas junções: o desmossomo.
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→ Desmossomo
O desmossomo, também chamado de mácula de adesão, é uma junção que apresenta a função de ancoragem, permitindo, portanto, que uma célula fique aderida a outra. Ele apresenta-se como uma estrutura em forma de disco, que é observada em uma célula e na adjacente a ela. Nesses locais, as membranas são planas, paralelas e separadas por um pequeno espaço.
Para que essa junção ocorra, é necessária a participação de proteínas transmembranas da família das caderinas. Essas proteínas presentes em uma célula projetam-se para o meio extracelular e prendem-se às proteínas de outra célula pareada. As membranas adjacentes permanecem unidas por mecanismos dependentes de Ca2+.
Na superfície da membrana plasmática, voltada para o citoplasma na região do desmossomo, observa-se que há uma placa (placa de ancoragem) composta por, pelo menos, 12 proteínas distintas de ancoramento intracelular, que garantem a associação ao citoesqueleto. Nas células epiteliais, filamentos de queratina, presentes no citoplasma, estão associados às placas de ancoragem, ou formando alças nas células do músculo cardíaco, onde, por sua vez, observam-se os filamentos de desmina. Por meio dos desmossomos, os filamentos intermediários de células adjacentes ligam-se a uma grande rede que se espalha por diversas células de um mesmo tecido.
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→ Onde os desmossomos são encontrados e quais as suas funções?
Os desmossomos são muito comuns em células epiteliais, sendo numerosos nas células do estrato espinhoso da epiderme. Além disso, é possível perceber desmossomos nas células musculares, sendo que algumas distensões musculares envolvem a ruptura de desmossomos.
A principal função dos desmossomos é proporcionar força mecânica. Essa função é claramente observada com a análise de uma doença denominada de pênfigo. Nessa doença, os indivíduos afetados possuem anticorpos que atacam as proteínas caderinas, fazendo com que os desmossomos se rompam. Com isso, as células da pele e mucosa soltam-se, o que resulta na formação de bolhas e extravasamento de fluidos, mostrando, assim, o papel dos desmossomos na ancoragem das células.
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos