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Mafalda

Protagonista das tiras cômicas de Quino, Mafalda é uma menina argentina que está sempre questionando a realidade. O sucesso da personagem perdura desde os anos 1960.

Livros dedicados à Mafalda à venda em uma loja.
A Mafalda é famosa em vários países.[1]
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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Mafalda é a famosa personagem de Quino, um autor argentino. Ela é uma menina questionadora que representa a liberdade de pensamento e de expressão, além da emancipação feminina. As tiras de Quino apresentam humor, ironia e refletem o contexto político e social argentino e mundial. Mafalda é um ícone da cultura argentina e conhecida em vários países.

Leia também: História em quadrinhos — um dos principais tipos de textos lidos nos séculos XX e XXI

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Mafalda

  • Mafalda é a famosa personagem das tiras do escritor e desenhista argentino Quino.

  • O sucesso dessa questionadora personagem teve início na década de 1960.

  • Mafalda interage com personagens como Felipe, Miguelito, Manolito e Susanita.

  • A personagem Mafalda é um símbolo de liberdade e emancipação feminina.

História da Mafalda

Mafalda é uma famosa personagem do escritor e desenhista argentino Quino e foi criada em 1963. No entanto, foi em 29 de setembro de 1964 que a tira com a personagem foi publicada, pela primeira vez, no periódico Primera Plana. Mafalda é uma menina contestadora que todo o tempo questiona a realidade.

A personagem de Quino, segundo as pesquisadoras Raquel Cardonha Piacenti e Maria do Carmo Martins, está presente em cerca de 2000 tiras aproximadamente. Desse modo, participa de breves e diversas histórias que tratam do cotidiano da classe média argentina por meio do olhar atento dessa irônica menina.

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Personagens da Mafalda

  • Mafalda: protagonista

  • Felipe: melhor amigo da protagonista

  • Guille: irmão caçula de Mafalda

  • Manolito: filho de Don Manolo

  • Don Manolo: dono de um armazém

  • Miguelito: amigo de Mafalda

  • Pelicarpo: pai da protagonista

  • Raquel: mãe da protagonista

  • Susanita: amiga de Mafalda

  • Liberdade: amiga da protagonista

  • Burocracia: tartaruga de Mafalda

Livros da Mafalda

  • Mafalda (1966)

  • 10 anos com Mafalda (1973)

  • Toda Mafalda (1978)

  • O mundo da Mafalda (1982)

  • A turma da Mafalda (1983)

  • Mafalda inédita (1988)

  • O irmãozinho da Mafalda (1999)

  • Mafalda vai embora (1999)

  • O clube da Mafalda (1999)

  • Mafalda e seus amigos (1999)

  • Mafalda no jardim de infância (1999)

  • Mafalda & friends (2004)

  • Feminino singular (2018)

  • O amor segundo Mafalda (2020)

  • Nesta família não há chefes (2022)

O que a Mafalda representa?

Mafalda representa o pensamento crítico, bem como o poder de contestação feminino. Ela é um modelo para pessoas críticas, opinativas, irônicas e questionadoras. Assim, a personagem é símbolo da liberdade de pensamento e de expressão. Aliás, nas tiras de Quino, a sopa aparece como metáfora do autoritarismo, rejeitado pela personagem, que odeia sopa.

Importância da Mafalda

A personagem Mafalda tem uma importância política, já que é marcada pelo seu caráter contestador. A princípio, as ideias e os questionamentos da personagem estão relacionados ao contexto político e social argentino. No entanto, o sucesso de Mafalda em outros países mostra que tais questões ultrapassam fronteiras e se mostram universais.

Além disso, a personagem se tornou um ícone cultural, não só na Argentina como também no Brasil. Mafalda, ao longo de sua história, se manifestou acerca de várias temáticas, como a ditadura na América Latina, a Guerra do Vietnã e a Guerra Fria. Dessa forma, ela é uma representante da classe média, mas com pensamento crítico.

Quino, criador da personagem Mafalda

Fotografia de Joaquín Salvador Lavado Tejón, o Quino, criador da Mafalda, no Salão do Livro de Paris, em 2014.
Joaquín Salvador Lavado Tejón, o Quino, foi o criador da personagem Mafalda.[2]

Quino é o apelido e pseudônimo do argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, o criador da Mafalda. Esse escritor e desenhista nasceu em 17 de julho de 1932, na cidade de Mendoza. Estudou na Escola de Belas Artes entre 1945 e 1949. Publicou sua primeira tira no periódico Esto es, em 1954; mas só experimentou o sucesso quando criou a personagem Mafalda, em 1963.

Com o golpe militar na Argentina, em 1976, foi embora para a Itália. Retornou ao seu país natal apenas em 1983, quando a democracia foi restabelecida no país. Durante sua vida, o escritor recebeu homenagens da Argentina, França e Espanha. O autor faleceu em 30 de setembro de 2020, em Mendoza.

Veja também: Mauricio de Sousa — detalhes sobre o criador da Turma da Mônica

Tirinhas da Mafalda

Exposição com tirinhas da Mafalda.[3]
Exposição com tirinhas da Mafalda.[3]

As tirinhas da Mafalda são marcadas pelo humor e pela ironia. Elas mostram o cotidiano de Mafalda e sua relação com outros personagens, como seus amigos Felipe e Miguelito. As tirinhas exploram o contexto social e histórico. Portanto, apresentam questões políticas e sociais argentinas e mundiais do tempo em que foram produzidas, além de questões universais. Veja um exemplo:

Tirinha da Mafalda.

QUINO. Toda Mafalda. 8. ed. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 1997.

Felipe diz: “Pensando bem, é monstruoso que se imprima mais dinheiro do que livros”. E profetiza idealizadoramente: “Algum dia, será dado mais valor à cultura do que ao dinheiro”. Como Mafalda é realista, ela contesta: “Não são ingênuas as suas ideias, Felipe?”.

Então aparece o personagem Manolito, representante do capitalismo e do conservadorismo, e conclui com severidade: “Ingênuas não! Elas são perigosas!”. Afinal, ele valoriza mais o dinheiro do que a cultura ou o saber, já que tudo que ameaça o lucro é considerado perigoso em uma sociedade capitalista.

Mafalda na cultura popular

  • Mafalda (1982) — longa-metragem argentino de animação dirigido por Carlos D. Márquez.

  • Desenho animado (1993) — 104 episódios de um minuto produzidos pela D. G. Producciones e TVE, com direção de Juan Padrón (1947-2020).

  • Voltando a ler Mafalda (2023) — série documental dirigida por Lorena Muñoz.

Curiosidades sobre a Mafalda

Escultura de Mafalda localizada na cidade de Oviedo, na Espanha.[4]
Escultura de Mafalda localizada na cidade de Oviedo, na Espanha.[4]
  • Mafalda foi criada por Quino para ser utilizada em uma campanha publicitária para divulgar a marca de eletrodomésticos Mansfield; porém o projeto acabou não se concretizando, e o autor passou a usar a personagem em suas tiras.
  • As histórias da Mafalda foram traduzidas para mais de 20 línguas, incluindo idiomas asiáticos.

  • Mafalda e a personagem Susanita representam duas figuras femininas opostas: Mafalda é contemporânea e independente, já Susanita é antiquada e não emancipada.

  • Foram feitas diversas esculturas homenageando Mafalda ao redor do mundo.

Créditos de imagem

[1] Stefano Chiacchiarini '74 / Shutterstock

[2] Augusto Starita / Secrétariat à la Culture de la Présidence de la Nation / Wikimedia Commons (reprodução)

[3] PetrohsW / Wikimedia Commons (reprodução)

[4] Isa Fernandez Fernandez / Shutterstock

Fontes

GATTI, Márcio Antônio; SALGADO, Luciana Salazar. Personagens infantis de tiras cômicas em suportes diversos: uma questão de circulação, aforização e estereotipia. DELTA, São Paulo, v. 29, 2013.

PÁGINA OFICIAL DE QUINO. Breve historia de Quino. Disponível em: https://www.quino.com.ar/sobre.

PIACENTI, Raquel Cardonha; MARTINS, Maria do Carmo. Mafalda e a escola: representações da educação argentina em cinco tirinhas de Quino. Leitura: Teoria & Prática, Campinas, v. 36, n. 72, p. 43-58, 2018.

SANTOS, Ana Paula dos. Mafalda e Susanita: a construção de identidades femininas nas tirinhas de Quino. Língua, Literatura e Ensino, Campinas, v. 4, 2009.

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Mafalda"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/mafalda.htm. Acesso em 30 de março de 2025.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Enem)

Tirinha da Mafalda sobre o Natal em questão de interpretação de texto do Enem.
QUINO. Mafalda inédita. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE,

A) em I, indica reflexividade e equivale a “a si mesmas”.

B) em II, indica reciprocidade e equivale a “a si mesma”.

C) em III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.

D) em I e III, indica reciprocidade e equivale a “umas às outras”.

E) em II e III, indica reflexividade e equivale a “a si mesma” e “a si mesmas” respectivamente.

Exercício 2

Tirinha da Mafalda em lista de exercícios sobre interpretação de texto.
QUINO. Mafalda: todas as tiras. Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

Sobre a tirinha da Mafalda, é possível afirmar:

A) Existe uma marca acentuada de humor, observado na fala de Filipe, no segundo quadro.

B) Demonstra a precariedade do sistema de ensino, incapaz de combater os altos níveis de analfabetismo na Argentina.

C) O humor é identificável no último quadro, quando Mafalda relaciona o ensino da escrita à burocracia.

D) Demonstra a precariedade do sistema de ensino, incapaz de combater os altos níveis de analfabetismo no Brasil.

E) O texto não verbal evidencia a indignação da personagem Mafalda por ser excluída do sistema educacional.

Exercício 3

 (Enem)

 Leia estes textos.

Texto 1

Tirinha da Mafalda sobre desarmamento em questão de interpretação de texto do Enem.
QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3.

Texto 2

Sonho impossível

Sonhar
Mais um sonho impossível

Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

J. Darione — M. Leigh — Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.

A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos

A) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.

B) concordam que o desarmamento é inatingível.

C) julgam que o sonho é um desafio invencível.

D) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.

E) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.  

Exercício 4

Tirinha da Mafalda sobre emigração em questão de interpretação de texto.
QUINO. Mafalda: todas as tiras. Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

O texto verbal e não verbal da tirinha de Quino sugere que:

A) Mafalda valoriza a cultura estrangeira, em detrimento da cultura argentina.

B) Mafalda é impedida de dizer um palavrão pelo olhar de censura da mãe.

C) Mafalda não tem consciência crítica diante da realidade de seu país.

D) Mafalda fica sem graça quando se lembra de que a mãe é estrangeira.

E) Mafalda percebe que a mãe não entende a gravidade da situação.