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A economia dos povos mesopotâmicos, tendo grande semelhança com o Egito, era sustentada pela produção agrícola obtida às margens dos rios Tigre e Eufrates. No entanto, a violência e irregularidade do sistema de cheias desses dois rios exigiam um esforço maior para que a exploração agrícola fosse viabilizada. Dessa forma, a tecnologia agrícola desses povos exigia a elaboração de um sofisticado sistema de irrigação e drenagem controlada pela construção de diversos diques e barragens.
Ao mesmo tempo, é importante salientar que a disponibilidade de terras férteis na Mesopotâmia não era homogênea. Em contraste às férteis planícies meridionais, a porção norte do território possuía um solo árido e extremamente acidentado. Esse contraste motivava, por exemplo, muitos pastores assírios a invadirem terras ao sul em busca de alimento. Outro ponto de importante destaque era o papel desempenhado pelo Estado no desenvolvimento da agricultura na região.
O governo organizava a implantação de um sistema de servidão coletiva responsável pela administração das atividades agrícolas. Além disso, o Estado era o responsável direto pela condução de obras públicas desenvolvidas com o objetivo primordial de ampliar as atividades agrícolas. Ao contrário dos egípcios, os mesopotâmicos não abdicavam da propriedade das terras em benefício do Estado. Todavia, os trabalhadores agrícolas eram obrigados a ceder parte de sua produção.
Geralmente, os campos férteis eram utilizados na plantação de trigo, cevada, centeio e para a criação de animais domesticados. Com desenvolvimento das atividades agro-pastoris, os povos mesopotâmicos foram capazes de acumular excedentes responsáveis pela articulação das primeiras atividades comerciais. A facilidade de deslocamento no território mesopotâmico e a carência de produtos em certas regiões também contribuíram enormemente para a consolidação de uma classe de mercadores.
Diversas caravanas eram formadas com o intuito de buscar matérias-primas como pedras preciosas, marfim, cobre e estanho. Ao longo de sua história, a Mesopotâmia se transformou em um dos maiores centros comerciais do Oriente, atraindo o interesse de comerciantes da Ásia Menor e da região do Cáucaso. Com um padrão monetário pouco desenvolvido, a grande maioria das negociações era feita a partir da troca de barras de ouro e prata.
Por Rainer Sousa
Graduado em História