Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Uso de gases tóxicos na Primeira Guerra Mundial

O uso de gases tóxicos na Primeira Guerra Mundial provocou um enorme impacto na forma de se conceber uma batalha, em virtude do tipo de lesões e de morte por eles provocados.

Na Primeira Guerra Mundial, os soldados usavam máscaras para proteger-se dos gases tóxicos*
Na Primeira Guerra Mundial, os soldados usavam máscaras para proteger-se dos gases tóxicos*
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Com o desenvolvimento da indústria química no século XIX, armamentos químicos, que não eram usados de forma recorrente em guerras, começaram a ser testado paulatinamente. Os gases tóxicos figuram atualmente como os mais letais armamentos químicos e seu uso é expressamente proibido em guerras, haja vista que são armas de destruição em massa. A utilização mais notória desses gases, certamente, foi durante as batalhas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Gases tóxicos usados na Primeira Guerra

Os principais gases usados na Primeira Guerra foram o gás de cloro, o gás mostarda e o gás fosgênio. Tanto os países-membros da Tríplice Aliança, como a Alemanha, quanto aqueles que compunham a Tríplice Entente, como a Inglaterra, valeram-se do uso desses gases contra os seus adversários. Os gases eram disparados contra as trincheiras onde ficavam os soldados que se protegiam da artilharia inimiga. Ao longo da guerra, várias formas de lançá-los foram empregadas. A principal era a produção de nuvens gasosas a favor do vento que ia em direção às trincheiras inimigas.

Os ataques com nuvens tóxicas produziam efeitos diferentes de acordo com o tipo de gás empregado. O mais devastador era o do gás à base de iperita ou “gás mostarda.” Tinha esse nome por causa do cheiro picante de mostarda que ele provocava. Além de asfixia e ressecamento das vias respiratórias, esse tipo de gás provocava também erupções na pele, cegueira instantânea e ruptura dos vasos sanguíneos, dando aos soldados uma aparência disforme e monstruosa.

O químico alemão Fritz Harber (1868-1934), que ganhou o Nobel de Química em 1918, foi um dos principais desenvolvedores dos gases tóxicos usados na Primeira Guerra. Tendo Harber como aliado científico, o exército alemão proporcionou à história das guerras uma das mais terríveis cenas de mortes em massa na cidade de Yprès, na Bélgica. N o dia 22 de abril de 1915, os alemães lançaram nessa cidade cerca de 22.000 cilindros com 160 toneladas de gás de cloro contra as tropas aliadas. Cerca de 5.000 soldados morreram em menos de cinco minutos e outros 2.000 pereceram dias depois por causa dos efeitos colaterais do ataque.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

O uso de máscaras tornou-se habitual entre os soldados durante a Primeira Guerra. Entretanto, as máscaras, feitas à base de uma mistura de tecido com borracha e óculos não estilhaçantes, limitava a mobilidade dos soldados dentro e fora da trincheira. Essa imobilidade favorecia a artilharia inimiga, já que o soldado passava a se locomover sem a precisão necessária para proteger-se dos disparos.

Proibição do uso de armas químicas

Como dissemos, atualmente, o uso de armas químicas, bem como de quaisquer tipos de armas de destruição em massa, é expressamente proibido por convenções internacionais, apoiadas pela ONU. Os principais motivos dessa proibição são, além da destruição em massa, o tipo de morte provocado, que vai desde a asfixia até a deformação completa do corpo, e o possível uso desse tipo de arma contra a população civil.

* Créditos de imagem: Shutterstock e Susan Law Cain


Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Uso de gases tóxicos na Primeira Guerra Mundial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/uso-gases-toxicos-na-primeira-guerra-mundial.htm. Acesso em 13 de novembro de 2024.

De estudante para estudante