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A invasão da Noruega aconteceu entre abril e junho de 1940 e foi realizada meses depois da campanha que resultou na conquista da Polônia. O confronto foi marcado por pequenas batalhas – se comparado com outras da Segunda Guerra Mundial – e resultou na vitória alemã e na conquista da Noruega. As forças francesas e britânicas que foram enviadas não foram capazes de impedir a vitória alemã.
Antecedentes da invasão à Noruega
Após ter invadido e conquistado a Polônia em setembro de 1939, Hitler planejou um ataque aos Países Baixos e à França em novembro de 1939. Entretanto, a falta de combustível, o pouco estoque de munição da infantaria e complicações climáticas forçaram Hitler a adiar os planos de invasão para janeiro de 1940.
Em janeiro de 1940, novamente os planos de invasão dos Países Baixos e França foram adiados porque houve o vazamento de informações secretas relacionadas com a ação. Assim, o plano de invasão precisou ser refeito. Como alternativa, o almirante Erich Raeder sugeriu a Hitler que a Alemanha invadisse a Noruega.
O almirante Raeder e o líder pró-nazista norueguês Vidkun Quisling convenceram Hitler a invadir a Noruega argumentando que:
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O controle sobre a costa norueguesa daria à Alemanha uma vantagem estratégica para a aviação alemã atacar embarcações e aviões britânicos;
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O controle sobre o porto norueguês em Narvik (norte da Noruega) garantiria a produção de ferro sueco, importantíssimo para a manutenção da guerra.
Assim, as ordens para a preparação da invasão da Noruega foram dadas em 1º de março. A invasão, entretanto, somente aconteceu no dia 9 de abril de 1940. Durante a campanha, os alemães também invadiram a Dinamarca.
Invasão da Noruega
Pouco antes da invasão, foi sugerido ao Reino Unido pelo primeiro-ministro francês, Édouard Daladier, que a costa norueguesa fosse ocupada para impedir que o minério sueco fosse controlado pelos alemães. O plano, porém, foi prontamente rejeitado pelo primeiro-ministro britânico, Neville Chamberlain.
A invasão da Noruega foi precedida por uma série de batalhas navais entre a Kriegsmarine (marinha de guerra alemã) e a Marinha Real Britânica na costa norueguesa. Apesar da presença da marinha britânica na costa norueguesa, os alemães conseguiram desembarcar suas tropas, conforme o relato a seguir:
Depois de afundar dois pequenos navios de guerra noruegueses, os contratorpedeiros alemães desembarcaram as suas tropas e invadiram Narvik. Também em 9 de abril, o Hipper e seus contratorpedeiros desembarcaram tropas em Trondheim e outra força em Bergen. Stavanger também foi tomada por paraquedistas e dois batalhões de infantaria aerotransportados|1|.
A invasão alemã aconteceu em um momento em que as tropas norueguesas estavam desmobilizadas. Porém, não pode ser afirmado que a Noruega foi pega de surpresa, pois os historiadores especialistas afirmam que havia claras evidências de que a invasão alemã era iminente.
A cidade de Oslo foi conquistada por paraquedistas alemãs, e o rei norueguês fugiu para Nybergsund, depois Lillehammer e, por fim, para Londres após a rendição norueguesa. Com a invasão alemã, um norueguês que colaborou com os nazistas, Vidkun Quisling, foi nomeado chefe da Noruega, mas ocupou o cargo por poucos dias. Quisling tornou-se sinônimo de traição. Em idiomas como o norueguês e o inglês, a palavra “quisling” significa “traidor à pátria”.
França, Reino Unido e tropas polonesas formaram uma coalização que foi enviada a algumas posições no centro da Noruega em Namsos e Åndalsnes. Além disso, foram enviadas tropas Aliadas para conquistar o porto de Narvik ao norte. Entretanto, as coalizões Aliadas foram marcadas pela desorganização e não conseguiram impedir a vitória nazista, sendo evacuadas poucas semanas depois.
Consequências
Os 100 mil soldados alemães conquistaram a Noruega após cerca de 60 dias. As perdas alemãs, em comparação com os britânicos, foram maiores:
Os alemães sofreram as baixas mais pesadas na campanha da Noruega – 5.296, em comparação com 4.500 baixas britânicas, entre as quais grande parte ocorreu quando o porta-aviões Glorious e sua escolta foram postos a pique pelo cruzador Scharnhost, em 8 de junho. Os franceses e um contingente de poloneses tiveram 530 mortos; os noruegueses cerca de 1.800. A Luftwaffe [aviação alemã] perdeu 242 aviões, a RAF [aviação britânica], 112. Três cruzadores, sete contratorpedeiros, um porta-aviões e quatro submarinos britânicos foram afundados, contra três cruzadores, dez contratorpedeiros e seis submarinos. Outros quatro cruzadores e seis contratorpedeiros alemães foram seriamente avariados|2|.
Além disso, o fracasso das coalizações britânicas na campanha norueguesa resultou na demissão do primeiro-ministro Neville Chamberlain. O cargo, a partir de 10 de maio, foi ocupado por Winston Churchill. Os historiadores apontam o fato como importantíssimo em razão da postura indolente de Chamberlain com a Alemanha Nazista.
Para os alemães, a conquista da Noruega foi importante porque deu a Hitler bases aéreas importantes, que foram utilizadas em fases posteriores da guerra, além de garantir o domínio do minério sueco. Entretanto, isso custou caro aos alemães, que precisaram manter cerca de 350 mil soldados em território norueguês.
Notas
|1| BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 92.
|2| HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2012, p. 66.
*Crédito da imagem: Igor Golovniov e Shutterstock
Por Daniel Neves
Graduado em História