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Basta nos atermos ao título em questão, aparentemente desconhecido para nós, para nos darmos conta do quão complexos são os aspectos que norteiam os fatos linguísticos, não é verdade?
Mas o caso é que, à medida que estabelecemos familiaridade com esses fatos linguísticos, percebemos que muitos são extremamente simples, triviais até, ou seja, fatos que decorrem da nossa comunicação cotidiana. Exemplo disso são os chamados verbos vicários, oriundos do latim vicarius, cujo sentido se atém a “fazer as vezes de”, “substituir”.
E quando falamos em substituição, podemos compará-los aos elementos coesivos, os quais contribuem de forma direta para a performance textual, de modo a evitar possíveis desvios, que tornariam o discurso enfadonho e sem sentido. Dessa forma, dizemos que os verbos vicários substituem aqueles que já foram mencionados, porém mantendo a essência, a ideia original ora abordada. Funcionam como uma espécie de sinônimo do verbo a que fazem referência, manifestados, geralmente, pelos verbos ser e fazer.
Nesse sentido, de forma a constatá-los melhor, observemos alguns casos representativos:
Meus amigos já não me visitam mais como visitavam antigamente.
Meus amigos já não me visitam mais como faziam antigamente. Notamos que o verbo fazer (faziam) substitui o verbo visitar (visitavam).
Desejávamos convidá-lo para ir ao cinema conosco, porém, não o convidamos.
Desejávamos convidá-lo para ir ao cinema conosco, porém, não o fizemos. O mesmo ocorre nesse enunciado, pois o verbo fazer (fizemos) substitui o verbo convidar (convidamos).
Se ela não aceita ir conosco, não aceita porque não quer.
Se ela não aceita ir conosco é porque não quer. Nesse caso, constatamos que o verbo ser (é) substitui o verbo aceitar (aceita).
Mediante tais pressupostos, percebemos a recorrência de tal fato linguístico – fato que o faz não ser assim tão complexo, concorda?
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras