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O ato de suspeitar e o uso do subjuntivo nos remetem aos pressupostos que norteiam a língua de uma forma geral, mas que nem sempre são colocados em prática. Obviamente que estamos falando sobre o uso das formas verbais, e elas, por sua vez, integram tal ocorrência de forma veemente.
Partindo dessa premissa, a primeira ideia, a qual norteia a presente discussão, é que o modo subjuntivo sempre indicará uma dúvida, uma incerteza, uma possibilidade. Assim sendo, analisaremos o enunciado abaixo descrito:
Que ele volte cedo para casa.
Contata-se que uma ligeira dúvida paira no ar, ou seja, será mesmo que ele voltará cedo? É possível que sim, como também pode ser possível que não.
Contudo, ao analisarmos casos relacionados à fala, bem como à escrita, percebemos uma significativa confusão – demarcada pelo não uso da forma verbal conveniente. Assim sendo, para esclarecer melhor o que estamos afirmando, observe este exemplo:
Talvez as encomendas foram trocadas durante a viagem.
De início, constatamos o uso do advérbio de dúvida – “talvez”, o qual, literalmente, indica uma incerteza. Dessa forma, o uso da locução verbal “foram trocadas”, estaria adequado ao contexto?
Certamente que não, uma vez que tal enunciado, tendo em vista o padrão formal da linguagem, carece de uma reformulação, de modo a atender a esse requisito. Assim, constatemos:
Talvez as encomendas tenham sido trocadas durante a viagem.
O mesmo ocorre se disséssemos:
Suspeita-se que ele foi vítima de maus-tratos. Quando na verdade o correto seria:
Suspeita-se que ele tenha sido vítima de maus-tratos.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola