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Como usuários da língua, devemos ter habilidades específicas para que possamos efetivar nossas relações interpessoais de forma precisa e objetiva. Em se tratando de situações específicas de interlocução, como é o caso da escrita, tal pressuposto parece ganhar ainda mais notoriedade.
Assim, partindo do pressuposto de que nos encontramos submetidos a um sistema convencional, comum a todos, as escolhas lexicais que fazemos, seja na modalidade oral, seja na escrita, mantêm uma estreita relação com a semântica. Ou seja, ao fazermos uso desta ou daquela palavra, temos, necessariamente, de estar a par do seu verdadeiro significado.
Nesse sentido, abordaremos algumas questões relacionadas à paronímia, cuja característica se demarca pela semelhança entre som e grafia que existe entre as palavras, porém com divergências no que se refere ao significado. Analisemos, portanto, alguns casos representativos, de modo a contribuir para que você faça a escolha adequada:
Apóstrofe (interpelação, chamamento) X Apóstrofo (sinal gráfico)
Bimensal (que ocorre duas vezes por mês) X Bimestral (que ocorre de dois em dois meses)
Calda (líquido engrossado durante a fervura numa solução de açúcar) X Cauda (rabo)
Delação (denúncia, acusação) X Dilação (demora, prorrogação)
Desfiar (desfazer em fios) X Desfear (tornar feio)
Invicto (invencível, que nunca foi vencido) X Invito (involuntário, que procede contra a própria vontade)
Lactante (que produz leite, amamenta) X Lactente (que ainda mama)
Moleta (instrumento de mármore usado para moer tintas) X Muleta (suporte utilizado pelos portadores de necessidades especiais)
Treplicar (refutar com tréplica) X Triplicar (multiplicar por três)
Vívido (vivo, ardente) X Vivido (alguém que já viveu muito, experiente)
Como você pôde perceber, sobretudo nesse último exemplo, apenas um sinal gráfico é o bastante para demarcar características semânticas entre as palavras. Em razão disso, precisamos estar de olhos bem abertos.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras