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A energia nuclear é gerada a partir da fissão nuclear (divisão do átomo) de substâncias radioativas, como o urânio e o tório, em usinas nucleares. A fissão nuclear realizada no núcleo de um reator produz uma grande quantidade de energia, que aquece a água utilizada para resfriá-lo. O vapor d'água gerado a partir desse aquecimento faz com que as turbinas da usina girem, produzindo, assim, uma grande quantidade de energia.
Apesar dos custos da produção de energia nuclear ainda serem elevados, sua produtividade é muito maior se comparada com outras formas de geração de energia. Um exemplo disso é a comparação entre a energia nuclear e a energia gerada a partir do carvão mineral. Estima-se que o Urânio-235 produza 80 mil vezes mais energia do que o carvão mineral2.
Outro benefício da energia nuclear refere-se ao menor impacto de sua forma de produção da energia. O seu processo de produção não gera gases poluidores, como acontece com as termoelétricas, e não compromete a disponibilidade e a qualidade da água doce potável no país, uma vez que ela utiliza a água do mar em seu processo produtivo.
Por causa de suas vantagens, a energia nuclear foi considerada a energia do futuro. Assim, diversos países passaram a investir fortemente em pesquisas e na construção de usinas cada vez mais modernas e eficientes. A França3, por exemplo, é o país mais dependente de energia nuclear do mundo. Cerca de 76,9% de toda a sua produção energética vem de usinas nucleares.
Contrariando a tendência mundial de expansão da geração desse tipo de energia, o Brasil, apesar de possuir duas usinas nucleares em funcionamento (Angra I e Angra II) e uma em construção (Angra III), tem a sua produção energética baseada, essencialmente, nas hidrelétricas, nas termoelétricas e na extração dos combustíveis fósseis. Assim, a produção de energia nuclear brasileira2 representa apenas 2,9 do total produzido no país.
Embora possua muitas vantagens e países interessados na geração de energia nuclear, a sua produção apresenta diversos riscos ao meio ambiente e seres vivos, já que se baseia na manipulação de produtos radioativos muito nocivos à vida e ao ambiente. Entre os principais impactos ambientais que podem ser originados pela geração desse tipo de energia, destacam-se:
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O aquecimento da água do mar: Durante o processo produtivo da energia nuclear, utiliza-se água do mar para resfriar o reator e movimentar as turbinas. Essa água é devolvida para o ambiente mais quente do que quando foi encontrada, podendo ocasionar danos para a fauna e flora marinha.
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Contaminação pelos rejeitos da produção de energia nuclear: Um dos principais impactos causados por esse tipo de produção é a contaminação pelos rejeitos radioativos, que permanecem nocivos ao meio ambiente por milhares de anos. Toda fissão nuclear gera rejeitos radioativos, que devem ser armazenados em recipientes revestidos de chumbo ou concreto e serem monitorados constantemente para evitar a contaminação do meio ambiente. Em um passado recente, por não saberem como proceder com o descarte desse material, alguns países chegaram a jogar esse material no mar ou abandonar o lixo radioativo em minas ou cavernas, causando um grande desequilíbrio nos ecossistemas afetados.
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Risco de contaminação derivada de acidentes e vazamentos: Embora possua monitoramento constante, o processo de geração de energia nuclear possui riscos de vazamentos e acidentes, como os que aconteceram em Chernobyl (1986) e em Fukushima (2011), que colocam em risco o meio ambiente e a vida de trabalhadores das usinas e dos demais seres vivos que recebem a radiação.
Diante desses riscos, a produção de energia nuclear exige um grande controle para evitar qualquer tipo de vazamento ou acidente envolvendo produtos radioativos, já que a contaminação radioativa pode ocasionar:
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Escassez de solo, ar e água adequados para a agricultura e para a manutenção da vida na área afetada;
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Mutação genética de espécies de plantas, insetos e animais;
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Queimaduras;
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Alterações na produção do sangue;
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Diminuição da resistência imunológica;
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Surgimento de diversas doenças, como o câncer, alterações gastrintestinais, problemas na medula óssea;
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Infertilidade e má-formação dos órgãos reprodutores e de fetos submetidos à alta radiação.
NOTAS:
1 Crédito das Imagens Shutterstock.com e Luliia Timofeeva
2 Conforme LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo Globalizado: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.
3 De acordo com a Word Nuclear Association.
Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia