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A utilização pacífica da energia nuclear sempre foi motivo de grandes discussões. As maiores preocupações acerca do assunto é a possibilidade de ocorrerem acidentes. A radiação liberada no meio ambiente pode ferir gravemente e matar pessoas e outros seres vivos.
Os maiores acidentes nucleares ocorreram no reator número 2 da usina Three Mile Island, na Pensilvânia – EUA, em 1979; e na usina de Chernobyl, em Kiev, Ucrânia, em 1986.
Embora o uso civil da energia nuclear gere protestos e preocupações de ambientalistas e de parte dos cientistas mais renomados do mundo, a explosão de um reator de uma usina nos moldes de uma bomba nuclear é tecnicamente impossível.
O combustível utilizado numa bomba nuclear é muito mais rico em 235U, do que os usados nos reatores de uma usina, que chega a aproximadamente a 4%.
Acontece que nos reatores nucleares, apesar de não ocorrerem explosões, as barras de combustível simplesmente se fundem, derretem, fazendo com que o núcleo do reator atinja incríveis 3000º C, derretendo as paredes de aço que protegem esse combustível.
O urânio fundido pode penetrar até 20 metros no solo, atingindo águas do lençol freático, produzindo grandes explosões com a liberação de vapores e detritos radioativos que podem afetar o meio ambiente por vários quilômetros.
No acidente de Chernobyl, que foi o mais grave acidente radioativo da história, a falta de informações agravou ainda mais a situação.
Nuvens radioativas atingiram grandes centros populacionais sem que ninguém fosse informado. Países vizinhos da Ex-União Soviética tomaram conhecimento do acidente apenas dois dias após o ocorrido, quando cientistas suecos detectaram níveis alarmantes de radiação vinda do leste, com cerca de 10.000 vezes maiores que o normal.
A quantidade de radiação emitida foi 200 vezes maior do que as emitidas pelas bombas lançadas sobre Hiroxima e Nagasáqui, em 1945, no Japão.
Segundo o instituto radiológico da Ucrânia, aproximadamente 2.500 pessoas morreram vítimas do acidente e foi registrado um grande aumento de casos de câncer, até sete anos depois.
O Brasil também já foi palco de um acidente radiológico, ocorrido em 1987, na cidade de Goiânia. Na ocasião, o elemento radioativo era o césio 137. Esse acidente causou a morte de 4 pessoas, além dessas, outras 678 foram contaminadas diretamente, segundo dados do Ministério da Saúde.
Por Kléber Cavalcante
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola