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Fatores que controlam o intemperismo

Os fatores que controlam o intemperismo são: o clima, o material parental, a biosfera, o relevo e o tempo.

Existem várias condições que controlam a ação do intemperismo e permitem a diferenciação das paisagens
Existem várias condições que controlam a ação do intemperismo e permitem a diferenciação das paisagens
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O intemperismo é o conjunto de processos que provocam a desagregação física ou a decomposição química das rochas localizadas na feição externa da superfície terrestre, sendo um dos mais importantes elementos que condicionam a transformação do relevo ao lado da erosão. Os processos intempéricos, por sua vez, são determinados por uma combinação de diversos fatores, que vão desde o clima até o tipo de rocha modificada.

Os fatores que controlam o intemperismo correspondem ao conjunto de elementos naturais que interferem ou determinam a forma e a intensidade de ocorrência dos processos intempéricos. O estudo e o conhecimento desses elementos são de grande necessidade para a previsão das sucessivas transformações do relevo e o planejamento sobre a sua ocupação por parte das atividades humanas, além de ser importante para compreender a evolução da morfologia do planeta.

Sendo assim, os fatores que controlam a ação intempérica¹ são: o clima, o material parental, o relevo, a biosfera e o tempo.

Clima

A influência do clima sobre o intemperismo acontece com base na variação e regularidade dos agentes meteorológicos ao longo do tempo, a saber: a temperatura, a precipitação e os ventos. Desse modo, o processo de desgaste do relevo e a sequencial erosão apresentam-se de diferentes formas e intensidades a depender da região climática em que eles se manifestam.

O intemperismo químico – aquele em que ocorre a dissolução das rochas a partir de vários processos distintos –, costuma manifestar-se mais intensamente quando a temperatura e o índice de chuvas são mais acentuados, em uma relação de proporcionalidade direta. Já o intemperismo físico – a quebra mecânica das rochas em sedimentos – ocorre mais intensamente quando há uma menor atuação das chuvas e menores temperaturas, em uma relação de proporcionalidade inversa. Os ventos, por sua vez, acarretam a intensificação do próprio intemperismo físico.

Material parental

O material parental – ou seja, a constituição física da rocha que será intemperizada – determinará a intensidade da ação do intemperismo, haja vista que existem formações rochosas mais resistentes e outras menos resistentes à ação dos agentes exógenos de transformação do relevo. Isso explica, por exemplo, por que partes distintas de uma mesma estrutura sofrem níveis de desgaste diferentes ao longo do tempo, como em serras, escarpas e chapadas.

O grau de resistência das rochas à ação intempérica depende de seus minerais constituintes e dos seus respectivos níveis de estabilidade físico-química. Os minerais que se cristalizam mais rapidamente são os mais suscetíveis, tais como a ovilina, a calcita e o anfibólio. Já os minerais mais resistentes ao intemperismo são aqueles que se cristalizam em temperaturas menores, mais próximas a 500ºC, com destaque para os óxidos de ferro, os hidróxidos de alumínio e o quartzo.

Essa configuração faz com que o granito, por exemplo, seja mais resistente ao intemperismo do que o mármore, pois o primeiro tipo de rocha é composto por materiais silicáticos e o segundo é formado por minerais carbonáticos.

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Relevo

As formas altimétricas de relevo – ou seja, a topografia – interferem no intemperismo principalmente a partir da regulação do escoamento, infiltração e drenagem da água. Paisagens geomorfológicas muito íngremes apresentam uma menor infiltração da água em razão da maior velocidade do escoamento, no caso, da água das chuvas. Já terrenos mais planos facilitam essa infiltração, mas a drenagem dependerá da porosidade das rochas e do seu nível de profundidade.

As formas de relevo com maior infiltração e drenagem favorecem o intemperismo químico. Quando essa drenagem é menor, esse tipo praticamente não ocorre. O intemperismo físico é mais frequente quando a infiltração é praticamente nula e o escoamento superficial é mais intenso. Portanto, áreas mais íngremes são mais suscetíveis ao intemperismo físico e os ambientes mais planos e permeáveis sofrem com mais frequência o intemperismo químico.

Biosfera

A Biosfera é, sem dúvidas, um dos mais reconhecidos e discutidos fatores do intemperismo. A influência dos seres vivos sobre esse processo é tão relevante que muitos autores definem um tipo específico: o intemperismo biológico, embora esse invariavelmente resulte em um intemperismo químico ou físico. Nesse sentido, a principal influência é da vegetação, além da presença de micro-organismos no interior dos solos e das rochas.

A presença de material orgânico nos solos aumenta ou diminui a sua acidez, bem como interfere na composição química da água durante o processo de infiltração. As raízes das plantas intensificam o intemperismo químico ao seu redor, embora a sua presença contribua para a redução do intemperismo físico por diminuir a velocidade de escoamento da água sobre a superfície.

Tempo

O tempo, nesse caso, diz respeito à velocidade em que o processo de intemperismo acontece, ou seja, a quantidade de tempo que ele leva para manifestar-se e gerar os seus impactos sobre as estruturas rochosas. Obviamente, a menor resistência do material parental e a maior agressividade dos agentes intempéricos provocarão uma reação mais rápida e vice-versa. No entanto, existem outras condições relacionadas com essa questão, que são basicamente a síntes dos fatores anteriormente citados.

Além disso, o tempo de exposição das rochas ao intemperismo é de suma importância. Afinal, a dinâmica do relevo provocada pelo tectonismo, pelos movimentos de massa e pelas variações climáticas e meteorológicas determinará os efeitos desse processo sobre as composições geomorfológicas, no sentido de desgastá-las mais ou menos intensamente com o passar das eras geológicas.

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¹ A enumeração dos fatores do intemperismo foi realizada com base em: TOLEDO, M. C. M. et. al. Intemperismo e Formação do Solo. In: TEIXEIRA, W. et. al (orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. pp.139-166.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Fatores que controlam o intemperismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-que-controlam-intemperismo.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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