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Deserto do Atacama e a observação dos astros

O deserto do Atacama é o mais seco do planeta e situa-se a uma altitude superior a 5.000 metros, por isso, é o lugar ideal para a observação do espaço.

Telescópio localizado no Deserto do Atacama, Chile*
Telescópio localizado no Deserto do Atacama, Chile*
Crédito da Imagem: shutterstok
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O deserto do Atacama é conhecido como o mais seco do mundo. Existem registros que atestam que a região ficou mais de cinco anos sem receber nenhuma gota de chuva. Ele está localizado na Cordilheira dos Andes, uma extensa cadeia de montanhas localizada na América do Sul.

Uma das características pouco exploradas do Deserto do Atacama é sua contribuição para as pesquisas astronômicas, que encontram nessa estreita faixa de terras as condições ideias para as pesquisas dessa natureza.

Características que favorecem as pesquisas astronômicas

A baixa umidade relativa do ar, a praticamente ausência de nuvens, a elevação do relevo, a reduzida urbanização e iluminação artificial e a localização geográfica próxima ao Equador tornam esse ambiente muito propício para a instalação de gigantescos telescópios e para o desenvolvimento de pesquisas astronômicas.

A baixa umidade relativa do ar e a ausência de nuvens decorrem do baixo índice pluviométrico na região. As massas de ar que sobem carregadas da Antártida com direção ao Equador não alcançam o interior do território chileno por força do movimento da corrente de Humbolt. A ausência de água na atmosfera da região faz com que as imagens captadas sejam ainda mais limpas e sem distorções, uma vez que a umidade retém luminosidade e interfere na qualidade das imagens.

A localização próxima à linha do Equador, entre o Chile e o Peru, permite uma maior visualização de todo o universo, pois, nessa posição, pode-se movimentar os sensores dos aparelhos telescópicos ao máximo grau tanto ao norte quanto ao sul. No mesmo sentido, a elevada altitude diminui a coluna de ar e a pressão sobre os aparelhos e reduz os elementos que podem comprometer a visibilidade.

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A urbanização e a decorrente iluminação artificial das cidades também são fatores que comprometem a qualidade das imagens obtidas. Assim, quanto menor a influência desses fatores, melhores serão as imagens captadas.

O maior projeto de observação do mundo

O maior projeto de observação do mundo chama-se ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array – Matriz de Grande Milímetro e Submilímetro) e é operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) em conjunto com os seus parceiros internacionais. Esse megaprojeto foi construído no Platô de Chajnantor, no deserto do Atacama. Ele decorre de um esforço conjunto entre a Europa, o Leste Asiático e a América do Norte, em cooperação com a República do Chile. O custo estimado desse projeto é de 1,5 bilhão de dólares.

O ALMA é um instrumento único de observação do espaço mais profundo. Possui capacidade de registro de imagem em zonas de emissão de baixíssima luminosidade, em intensidades milimétricas e submilimétricas. Ele é composto por 66 antenas de alta precisão, sendo 50 de 12 metros de diâmetro cada uma, que trabalham em conjunto com um único telescópio – o interferômetro. Adicionalmente a essa rede, há a Rede Compacta, constituída por quatro antenas de doze metros e doze antenas de sete metros. A precisão desse imenso telescópio é dez vezes superior à do Telescópio Espacial Hubble.

Equipamentos como esses instalados em condições muito especificas permitem que os cientistas busquem respostas sobre a origem do universo e sua expansão ou o surgimento e morte de estrelas.

*Créditos da imagem: Shutterstock / Chr. Offenberg

 

Por Hugo Mota
Graduado em Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Hugo Mota Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MOTA, Hugo. "Deserto do Atacama e a observação dos astros"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/deserto-atacama-observacao-dos-astros.htm. Acesso em 23 de novembro de 2024.

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