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Cidades Médias

As cidades médias vêm ganhando um destaque cada vez maior em função de sua crescente importância na divisão territorial do trabalho no Brasil.

Uberlândia: exemplo de Cidade Média*
Uberlândia: exemplo de Cidade Média*
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As cidades médias são usualmente definidas como cidades com mais de 100 e 500 mil habitantes, que não fazem parte de regiões metropolitanas (não podem ser, portanto, nem metrópoles e nem cidades-satélite) e que apresentam um relativo grau de avanço em sua economia e infraestrutura. Apesar do quantitativo populacional ser considerado um critério para a sua definição, não é considerado o elemento mais importante. O importante a ser considerado é que essas cidades costumam polarizar cidades menores e estabelecem em torno de si um entorno composto por centros urbanos que sofrem a sua direta influência.

Entre os vários exemplos de cidades médias existentes no país, podemos citar: Caruaru (PE), Anápolis (GO), Imperatriz (MA), Ponta Grossa (PR), Uberaba (MG), dentre outras.

Essas cidades, atualmente, vêm adquirindo um papel com importância crescente na economia brasileira, pois elas são os principais centros de destino de indústrias, empregos e mão de obra qualificada. Isso acontece graças ao atual momento de desconcentração industrial em curso no país.

Historicamente, a industrialização se concentrou nas metrópoles, uma vez que o intuito das fábricas era encontrar uma localização nas proximidades dos principais centros urbanos, a fim de facilitar a logística na difusão de mercadorias e para adquirir mão de obra mais barata. No entanto, com os avanços nos meios de comunicação e transporte, bem como a menor dependência das indústrias na quantidade de trabalhadores – que agora são empregados em números menores, porém com níveis de qualificação mais elevados – não há mais necessidade, por parte dos empresários, de enfrentar o cotidiano das grandes cidades.

Além disso, as grandes aglomerações urbanas apresentam, de certo modo, determinados problemas que atuam como obstáculos para a produção industrial, como trânsitos caóticos, distúrbios microclimáticos (como as Ilhas de Calor e a Inversão Térmica), dentre outras situações. Outro fator associado a essa “fuga de indústria” das grandes capitais é a Guerra Fiscal, uma vez que as cidades de menor porte oferecem maiores e melhores condições em termos de incentivos fiscais.

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Por esse motivo, as cidades médias acabaram se transformando em grandes atrativos às indústrias no país, pois oferecem uma massa de trabalhadores em quantidade suficiente, além de, geralmente, apresentarem infraestruturas em níveis e padrões de elevada organização. Por esse motivo, essas cidades costumam se apresentar como locais com excelentes oportunidades de emprego, mas apenas para mão de obra especializada.

No Brasil, as cidades médias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), formavam, até 2010, um grupo de municípios que crescia muito além da média nacional. O índice médio de crescimento econômico medido pelo PIB (Produto Interno Bruto) dessas cidades foi de 153% entre os anos de 2004 e 2010, contra um crescimento de 94% do PIB nacional no mesmo período. A oferta de emprego formal também conheceu um salto de 70% nas cidades médias.

O grande desafio dessas cidades, atualmente, é conter ou controlar a velocidade de seus processos de urbanização. Isso porque os seus respectivos espaços urbanos são, em geral, heranças de um passado recente, em que os aspectos gerais e estrutura interna correspondem aos de cidades de menor porte. Dessa forma, ao se urbanizar rapidamente, nem sempre esses espaços conseguirão absorver o aumento exponencial de habitantes, veículos, casas e outros, enumerando uma eventual ocorrência de problemas já existentes nas grandes metrópoles brasileiras.

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* Fonte da Imagem: Wikimedia Commons


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Gegorafia

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Cidades Médias"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/cidades-medias.htm. Acesso em 30 de março de 2025.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Cidades médias lideram crescimento populacional

Na última década, número de habitantes nestes municípios aumentou, em média, 1,43% por ano, contra 0,90% dos demais.

(SANTANA, L. O Estado de S. Paulo, 28/11/2010)

Sobre as cidades médias, assinale a alternativa correta:

a) São cidades que possuem menos de um milhão de habitantes e localizam-se próximas a capitais estaduais ou centros regionais.

b) Envolvem um complexo sistema urbano, abrigando quase sempre as sedes das principais empresas transnacionais ou globais.

c) Atraem empresas e indústrias e polarizam um conjunto de cidades em nível regional.

d) Atualmente, essas cidades superam as regiões metropolitanas em população, renda e economia.

e) Registram um crescimento econômico superior ao das grandes cidades, podendo tornar-se maiores do que essas em um futuro próximo.

Exercício 2

O crescimento econômico e populacional das cidades médias no Brasil pode estar associado, direta e indiretamente,

a) à baixa atratividade das pequenas cidades e vilas.

b) ao rendimento econômico positivo das populações interioranas.

c) à desconcentração industrial proporcionada pelas deseconomias de aglomeração.

d) à política governamental de estimular o crescimento do interior do Brasil.

e) ao avanço nos sistemas de transporte e sua recente diversificação e modernização.

Exercício 3

(UNIR/2011 – com adaptações)

Os mapas apresentam o número de cidades médias (entre 100.000 e 500.000 habitantes) no território brasileiro em 1970 e em 2010.

Crescimento das cidades médias brasileiras entre 1970 e 2010
Crescimento das cidades médias brasileiras entre 1970 e 2010

Com base nos mapas e nos seus conhecimentos, assinale a afirmativa correta.

a) O número de cidades médias da região Norte do país manteve-se inalterado desde 1970, resultado das políticas de conservação ambiental e da rigorosa fiscalização das instituições responsáveis.

b) A partir de 1970 aumentou o número de cidades médias, o que indica que a riqueza, antes concentrada nos grandes centros urbanos, vem sendo distribuída também nas médias aglomerações.

c) A região Nordeste, considerada a mais pobre do país, apresenta hoje poucas cidades médias, resultado do elevado contingente migratório em direção ao Centro-Sul.

d) O aumento do número de cidades médias após a década de 70 do século XX deve-se principalmente à política de incentivos fiscais para a instalação das multinacionais nas metrópoles nacionais, aumentando a demanda por mão de obra especializada.

Exercício 4

As cidades médias vêm apresentando acelerados índices de crescimento e urbanização, assim como ocorreu com as metrópoles em tempos anteriores. Dessa forma, além de reproduzir o desenvolvimento econômico dos grandes centros, elas também acabam abrigando alguns dos grandes problemas que as metrópoles enfrentam há várias décadas. Entre esses problemas, podemos considerar os seguintes fatores, EXCETO:

a) Crescimento dos índices de violência.

b) Trânsito caótico.

c) Ilhas de Calor.

d) Inversão Térmica.

e) Fuga de indústrias e crescimento do desemprego.