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É sabido que as Olimpíadas constituem um dos eventos de maior prestígio internacional. Os modernos jogos olímpicos foram produto de uma iniciativa do aristocrata francês Barão de Coubertin, tomada no fim do século XIX. O objetivo era recuperar o espírito esportivo dos referidos jogos quando eram praticados na Grécia Antiga. A seguir, elencamos seis fatos importantes que compõem a história desses jogos.
1) Fidípides e a origem da maratona
Na Grécia Antiga, o esporte estava intimamente vinculado à atividade militar. As modalidades atléticas que hoje vemos nos jogos modernos, em sua ampla maioria, derivam de atividades militares. Pois bem, uma das modalidades olímpicas mais conhecidas é a maratona, a corrida de longa distância. A maratona está inserida nos jogos Olímpicos modernos desde a primeira edição, realizada na cidade de Atenas, em 1896. A explicação para a existência desse esporte remete à famosa Batalha de Maratona, uma das tantas travadas entre gregos e persas na Primeira Guerra Greco-Persa, em 490 a.C.
Diz o historiador grego Heródoto que um guerreiro grego chamado Fidípides teria corrido uma distância de cerca de 200 km, em dois dias, de Atenas até Esparta. O objetivo era pedir ajuda a essa última para enfrentar os persas, que desembarcaram em Maratona – cidade próxima a Atenas – onde ocorreu a batalha. A prova de maratona faz uma homenagem a esse fato.
2) A determinação de Gabriela Andersen-Schiess
Em se tratando de maratona, uma das imagens mais marcantes de toda a história das Olimpíadas é a da maratonista suíça Gabriela Andersen-Schiess completando a prova nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. A prova realizou-se em 5 de agosto daquele ano. A primeira colocada foi a americana Joan Benoit Samuelson, que fez um tempo de 2h24 min. Seis atletas desistiram. Gabriela Andersen-Schiess foi a que mais se mostrou esgotada. Sem fôlego e com câimbras, a atleta suíça persistiu, lenta cambaleante, até o ponto de chegada. A imagem de sua determinação circulou o mundo e ainda hoje é símbolo do espírito olímpico.
3) Jesse Owens, o nazismo e o racismo
Uma das histórias mais interessantes das Olimpíadas é a de Jesse Owens (1913-1980), um velocista americano negro, do estado do Alabama, que viveu sua idade atlética na época em que imperava a segregação racial nos países do Sul dos EUA. Owens participou das Olimpíadas de Berlim, em 1936, na então Alemanha nazista, e conseguiu quatro medalhas de ouro nas modalidades de: 100 metros rasos, 200 metros rasos, 4x100 metros e salto em comprimento.
O desempenho de Owens impressionou muito os atletas e a torcida dos outros países, inclusive da Alemanha. Houve o boato de que Adolf Hitler teria se enfurecido pelo fato de um negro ter vencido os arianos e, portanto, sequer teria cumprimentado o atleta. Porém, Owens, em sua biografia, diz que acenou para o líder nazista e teve o aceno retribuído.
A questão é que o racismo não era algo restrito ao nazismo nessa época. Se o arianismo não via com bons olhos um negro ter excelente desempenho nos Jogos Olímpicos, o próprio país de Owens não lhe deu reconhecimento à época – o então presidente F. D. Roosevelt sequer lhe enviou um telegrama – e isso era o que mais o magoava.
4) John Carlos e Tommie Smith na Cidade do México
Outros velocistas negros americanos também entraram para a história nos anos 1960. John Carlos e Tommie Smith participaram das Olimpíadas de 1968, na Cidade do México, e conseguiram as medalhas de ouro (Smith) e bronze (Carlos) na mesma modalidade: 200 metros rasos. O segundo lugar ficou com o australiano Peter Norman.
Smith e Carlos, ao subirem ao pódio para receber as medalhas, fizeram-no sem os tênis e ergueram o braço com o punho vestido com uma luva negra, como faziam à época os membros do Movimento Black Power, nos EUA. Ambos queriam passar uma mensagem ao mundo sobre a necessidade da luta pelos direitos civis dos negros americanos e ambos foram punidos pelo Comitê Olímpico. O australiano também foi, já que apoiou o gesto dos colegas usando um distintivo do Projeto Olímpico pelos Direitos Humanos.
5) Tragédia em Munique
As Olimpíadas também foram marcadas por uma situação trágica. Em 1972, nos Jogos Olímpicos de Munique, membros do grupo terrorista palestino Setembro Negro entraram no Complexo Olímpico da cidade e sequestraram nove membros da delegação israelense. O objetivo do grupo era trocar os reféns por mais de 200 presos políticos ligados ao terrorismo internacional. As negociações com as autoridades alemãs tomaram o pior rumo possível. Na Base Aérea de Fürstenfeldbruck, os terroristas detonaram com granadas o helicóptero onde se encontravam os atletas israelenses, matando todos instantaneamente.
6) O primeiro atleta olímpico brasileiro a conquistar o ouro
Um dado importante e que pouca gente sabe é que o primeiro atleta olímpico brasileiro a conquistar uma medalha de ouro foi Guilherme Paraense, na prova de tiro com pistola rápida. O fato ocorreu nas Olimpíadas da Antuérpia (Bélgica), em 1920. Paraense, como o nome indica, era de Belém do Pará e integrante do exército brasileiro.
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[1] catwalker e Shutterstock