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Os aspectos naturais da região Centro-Oeste são bastante influenciados pela localização dessa região, na zona central do Brasil e em uma faixa tropical continental, haja vista que essa região posiciona-se local acima do Trópico de Capricórnio, que chega a cortar uma faixa do extremo sul do Mato Grosso do Sul.
Para caracterizar os aspectos físicos do Centro-Oeste, iremos destacar, respectivamente, o relevo, o clima, a vegetação e a hidrografia dessa importante região brasileira.
O relevo do Centro-Oeste é dividido em três principais áreas ou sub-regiões: o planalto central, o planalto meridional e a planície do pantanal, conforme podemos observar no mapa a seguir:
Mapa da distribuição espacial do relevo do Centro-Oeste brasileiro *
O planalto central, como demonstra o mapa acima, localiza-se na maior parte do Centro-Oeste, mas também se estende por outras regiões, principalmente para o estado de Minas Gerais. Esse tipo de relevo possui altitudes que variam de 600m a 1000m em média, com predomínio de rochas cristalinas e algumas sedimentares, além dos latossolos. Há uma quantidade razoável de serras e algumas chapadas, a exemplo da Chapada dos Veadeiros, tombada como Patrimônio da Humanidade.
O planalto meridional, por sua vez, é nada mais do que uma extensão ao sul do planalto central, caracterizado por apresentar um relevo menos acidentado e com solos mais férteis do que os da maior parte do Cerrado. Em algumas regiões, registra-se a presença da chamada “terra roxa”, que surgiu da sedimentação do basalto, uma rocha de origem vulcânica que se originou na região em um passado geológico remoto, quando havia vulcanismos hoje extintos.
A planície do pantanal, que ocupa basicamente o oeste do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, é considerada como a maior planície inundável do mundo. Em tempos de chuva e de cheias dos rios, a maior parte das áreas do local alaga-se, originando o ambiente característico da região. Os grandes lagos são principalmente abastecidos pelo Rio Paraguai.
Planície inundável do pantanal brasileiro
O clima da Região Centro-Oeste é caracterizado pela predominância do tipo tropical úmido na maior parte dessa região, ocupando uma larga extensão de Goiás e do Mato Grosso. Nesse clima, há duas estações bem definidas ao longo do ano: um inverno seco e um verão muito quente e chuvoso. As temperaturas atingem uma média de 22ºC, com mínimas muito variáveis e máximas de mais de 40ºC. Em função do tempo seco na maior parte do ano, a amplitude térmica é acentuada, ou seja, durante o dia há uma grande diferença entre a menor e a maior temperatura.
Ao norte do Mato Grosso, no entanto, registra-se o clima equatorial úmido, muito pela influência do bioma da Amazônia, que é típico da região Norte e alarga-se para essa faixa do Centro-Oeste. O índice de precipitação nessa área é mais acentuado, com um ambiente mais úmido, quente a maior parte do ano e com baixas amplitudes térmicas.
A vegetação do Centro-Oeste mais abundante, ao menos em seu aspecto original, é o Cerrado, um tipo de savana da América do Sul. Esse bioma, inicialmente, era o segundo maior do território brasileiro, atrás somente da Floresta Amazônica, mas atualmente boa parte de sua área foi devastada, restando menos de 20% de sua vegetação original.
Apesar de o Cerrado ser conhecido pelas suas árvores de troncos e galhos retorcidos, com uma vegetação espaçada (imagem abaixo), sua paisagem é bastante diversificada, com áreas de campo sujo e limpo com poucas árvores, até áreas mais densas, como no caso dos cerradões. Uma árvore típica desse bioma e muito conhecida é o Pequizeiro, cujo fruto é o Pequi, alimento muito consumido na região.
Paisagem típica do Cerrado brasileiro **
Outro importante domínio natural do Centro-Oeste é a Floresta Amazônica, ao norte do Mato Grosso, na mesma faixa de ocupação do clima equatorial úmido. Nessa área, existem muitas reservas conservadas, mas também muitas disputas em uma das faixas de fronteira agrícola do Brasil que envolvem índios, posseiros e grileiros latifundiários.
Além disso, o Pantanal, cuja área de inundação já foi mencionada, também é uma importante área natural dessa região, com uma grande diversidade em fauna e flora, constituindo-se como um dos mais importantes domínios naturais da humanidade.
A hidrografia da região Centro-Oeste é bastante rica, com a presença de uma considerável quantidade de grandes rios, destacando-se o Tocantins, o Araguaia, o Paraná, entre inúmeros outros. As três bacias hidrográficas são: a Amazônica, no Mato Grosso, com destaque para o rio Xingu; a Tocantins-Araguaia, dominada pelos dois rios citados; e a bacia Platina, com a presença dos rios Paraguai e Paraná.
Imagem aérea da drenagem do Rio Araguaia
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* Créditos da imagem: Deyvid Setti / Wikimedia Commons
** Créditos da imagem: Rapper Ouriço / Wikimedia Commons
Por Rodolfo Alves Pena
Mestre em Geografia