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Uma vez que temos meses com 28, 30 e 31 dias, alguns médicos costumam sugerir que os cálculos relativos ao tempo de gravidez de uma mulher sejam feitos de acordo com o calendário lunar. Isso significa, basicamente, considerar o seguinte:
- 1 semana lunar = 7 dias
- 1 mês lunar = 4 semanas de 7 dias = 28 dias
Como o período compreendido entre o início da gestação e o dia do parto tem cerca de 280 dias, podemos perceber que esse valor corresponde a 40 semanas. Uma vez que um mês lunar tem 4 semanas, 40 semanas de gravidez correspondem a 10 meses lunares.
Agora que você já compreendeu essas contas, vamos seguir adiante, falando sobre o primeiro mês de gestação. Nesse período, compreendido entre a 1ª semana lunar e a 4ª, o zigoto é implantado no útero feminino, por um processo denominado nidação. Além disso, é nessa etapa que a placenta e o cordão umbilical começam a ser formados.
Antes de explicar os demais eventos desse mês, é importante mais uma colocação: o fato de que, para facilitar os cálculos relativos ao desenvolvimento do futuro bebê, e também porque nem sempre há como saber, com exatidão, o dia em que ocorreu a concepção; a semana da última menstruação é considerada como a primeira semana da gravidez.
Assim sendo, é geralmente entre o fim da segunda semana e início da terceira que ocorre, de fato, a fecundação; já que é em torno desses dias que ocorre a ovulação. Antes de este evento ocorrer, o corpo feminino passa por algumas modificações, como o aumento da espessura do endométrio, que é a parede mais interna do útero, e a diminuição do muco cervical, facilitando a passagem dos espermatozoides, caso a mulher tenha relações sexuais nesse período.
A fecundação ocorre, geralmente, nas trompas e em aproximadamente nove dias o zigoto será direcionado à cavidade uterina. Enquanto isso, e por muito tempo, ele passará por sucessivas divisões, duplicando seu tamanho a cada doze horas. Ao apresentar características semelhantes a uma bola compacta de células, podemos dizer que ele está em estágio de mórula. Depois, cerca de cinco dias depois da fecundação, com o surgimento de uma cavidade rica em líquido em seu interior, o zigoto inicia seu estágio de blástula, ou blastocisto. É nessa fase que ele se implantará no útero materno, em torno do 7º dia após a fecundação.
Após a nidação, a placenta e o cordão umbilical começam a ser formados. Tais estruturas propiciam a respiração e nutrição fetal, a excreção de resíduos e a produção e transferência de hormônios. O saco gestacional, repleto de líquido amniótico, também é formado, protegendo o futuro bebê de traumas e infecções.
Um dos hormônios produzidos na placenta é o gonadotrofina coriônica humana (HCG), que surge em torno da terceira semana. A detecção de sua presença no corpo materno é que permite com que mulheres confirmem suas suspeitas de gravidez por meio de exames de urina, ou de sangue (mais eficiente).
Embora muitas mulheres não sintam tais eventos, algumas conseguem identificar certos sinais da gestação, como um desconforto no baixo ventre durante o período da nidação, cansaço, aumento dos batimentos cardíacos, mudanças bruscas de humor, vontade frequente de urinar, aumento dos corrimentos vaginais, olfato apurado e sensação sutil de seios doloridos. No entanto, em muitos casos, há a suspeita de gravidez somente ao verificar o atraso menstrual, geralmente na quarta semana ou um pouco mais tarde.
Ao fim desse mês lunar, o zigoto mede cerca de um milímetro, e inicia seu estágio de gástrula, caracterizado pela diferenciação dos três folhetos germinativos: o ectoderma, que dá origem ao sistema nervoso, epiderme e estruturas anexas da pele; endoderma, que origina o revestimento interno do sistema digestório, algumas estruturas associadas à digestão, e sistemas respiratórios; e mesoderma, originando os músculos e os sistemas cardiovascular e urogenital. Antes de entrar no segundo mês de gestação, o embrião já apresenta o tubo neural, que futuramente formará o sistema nervoso; a notocorda e um intestino primitivo, denominado arquêntero.
Alimentação da gestante:
A ingestão de ácido fólico, três meses antes de concepção e mais três após esse evento, previne problemas relacionados ao fechamento do tubo neural, evitando malformações como a anencefalia e espinha bífida. Assim, é importante incluir na dieta alimentos como gema de ovo, brócolis, fígado, grãos e peixes em geral, avaliando com o médico se é necessária a complementação dessa vitamina.
O ômega 3 também é um nutriente importante, já que previne a depressão materna e melhora o funcionamento de seu intestino. Ele é encontrado em peixes, principalmente de águas salgadas e profundas, nozes, castanhas, agrião, espinafre e linhaça.
Importante:
O tabagismo, consumo de álcool e de outras drogas deve ser interrompido desde já, uma vez que tais hábitos podem provocar inúmeros problemas de saúde, tanto para a mãe quanto para o embrião. Caso faça o uso periódico de remédios específicos, é prudente conversar com o médico sobre isso, buscando a melhor alternativa para o caso em questão.
Por outro lado, atividades físicas moderadas, sempre sob acompanhamento profissional, e também uma dieta balanceada ajudam em diversos aspectos, como no controle do peso e melhoramento na frequência cardiorrespiratória.
Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental
Equipe Brasil Escola