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Acetilcolina é um neurotransmissor essencial para o funcionamento do sistema nervoso. Trata-se do primeiro neurotransmissor identificado e é encontrada tanto nos vertebrados quanto nos invertebrados. Nos seres humanos, desempenha diferentes papéis, sendo conhecida, principalmente por atuar nas funções cognitivas, tais como aprendizagem e memória.
A síntese da acetil colina ocorre nos terminais axonais e é feita pela enzima Colina-O-Acetil-Transferase (ChAT), a partir da colina e da acetil-coenzima A. Após ser sintetizada, a acetilcolina é armazenada em vesículas e, posteriormente, liberada por exocitose. A acetilcolina interage apenas com receptores específicos. Disfunções do sistema de neurotransmissão colinérgica estão relacionadas com o desenvolvimento de síndromes neurológicas e psiquiátricas.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre acetilcolina
- 2 - O que é acetilcolina?
- 3 - Síntese e liberação da acetilcolina
- 4 - Classes de receptores da acetilcolina e suas funções
- 5 - Funções da acetilcolina no sistema nervoso
- 6 - Acetilcolina e problemas no sistema colinérgico
Resumo sobre acetilcolina
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A acetilcolina é um neurotransmissor que se destaca como o primeiro identificado.
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É fundamental para o funcionamento do sistema nervoso.
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É sintetizada pela enzima Colina-O-Acetil-Transferase (ChAT).
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Interage com receptores específicos.
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A sua ação é interrompida quando é hidrolisada em colina e acetato.
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Disfunções do sistema de neurotransmissão colinérgica estão relacionadas com o desenvolvimento de síndromes neurológicas e psiquiátricas, tais como Alzheimer, esquizofrenia, Parkinson e epilepsia.
O que é acetilcolina?
A acetilcolina foi o primeiro neurotransmissor a ser descoberto e pode ser encontrada tanto em vertebrados quanto em invertebrados. Ocorre no sistema nervoso central, no sistema nervoso periférico e na junção neuromuscular. No que diz respeito à sua estrutura química, a acetilcolina é um éster do ácido acético e da colina e apresenta massa molar de 146,2 g/mol. A acetilcolina apresenta um papel fundamental no sistema nervoso, tanto no central quanto no periférico.
Síntese e liberação da acetilcolina
A acetilcolina é produzida nos terminais axonais a partir da colina e da acetil-coenzima A. O suprimento de colina é proveniente, principalmente, da dieta, enquanto os níveis de acetil-CoA são garantidos por meio do metabolismo da glicose, sob a ação da enzima ATP-citrato liase. A enzima responsável pela síntese da acetilcolina é a chamada Colina-O-Acetil-Transferase (ChAT).
Após a síntese da acetilcolina ocorrer, esse importante neurotransmissor é transportado e armazenado em vesículas sinápticas para que possa ser liberado. A liberação ocorre pelo processo de exocitose, e, após liberada, a acetilcolina agirá apenas em receptores específicos, os quais estão presentes nas membranas pré e pós-sinápticas.
Veja também: Noradrenalina — um hormônio ou um neurotransmissor?
Classes de receptores da acetilcolina e suas funções
Há duas classes de receptores de acetilcolina presentes nos vertebrados:
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Canal iônico ligante dependente: atua na junção neuromuscular. A acetilcolina, ao ser liberada pelo neurônio motor, é ligada a esse receptor, o que provoca a abertura do canal iônico, gerando uma atividade excitatória. Esse tipo de receptor é encontrado também em outros locais do sistema nervoso periférico e no sistema nervoso central.
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Receptor metabotrópico: é encontrado no sistema nervoso central e no coração dos vertebrados. No coração, a acetilcolina ativa uma rota de transdução de sinal, na qual estão as proteínas G. Essas proteínas inibem a adenilato-ciclase e abrem os canais de potássio presentes na membrana celular do músculo. Essas ações reduzem a taxa de batimentos cardíacos, ou seja, são responsáveis por um efeito inibitório.
A ação da acetilcolina no organismo só é interrompida quando o neurotransmissor é hidrolisado em acetato e colina. Esse processo é dependente da enzima acetilcolinesterase, presente nas fendas sinápticas.
Funções da acetilcolina no sistema nervoso
A acetilcolina é vital para o funcionamento do nosso sistema nervoso, pois o bloqueio agudo da neurotransmissão colinérgica é uma ação letal no organismo, enquanto a sua perda gradual está relacionada com a perda progressiva das funções neurais.
Dentre as funções que podemos atribuir a esse neurotransmissor, podemos destacar:
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estimulação de músculos;
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funcionamento do sistema nervoso autônomo;
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regulação do sono;
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importante papel nas funções cognitivas, tais como memória e aprendizagem.
Acetilcolina e problemas no sistema colinérgico
Disfunções do sistema de neurotransmissão colinérgica estão relacionadas com o desenvolvimento de síndromes neurológicas e psiquiátricas. Entre as doenças relacionadas ao sistema colinérgico, estão:
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Alzheimer: é a mais estudada. São observadas mudanças neuroquímicas primárias no cérebro dos portadores dessa doença. O paciente apresenta problemas como alterações na capacidade de memória e aprendizado, entre outras alterações. Para saber mais sobre essa doença, clique aqui.
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Doença de Parkinson: uma doença degenerativa, crônica e progressiva, assim como a doença de Alzheimer. A pessoa com Parkinson, no entanto, apresenta como principais sintomas os tremores de repouso, rigidez entre as articulações, lentidão motora e desequilíbrio. Para saber mais sobre essa doença, clique aqui.
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Epilepsia: uma condição neurológica relativamente comum, a qual se caracteriza pela ocorrência de crises epilépticas. Para saber mais sobre essa doença, clique aqui.
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Esquizofrenia: um transtorno psiquiátrico que pode provocar alterações como delírios, alucinações e pensamento desorganizado.
Além das doenças citadas, o tabagismo, o hábito de fumar, também é um problema que está relacionado com distúrbios no sistema colinérgico.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia