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Encefalopatia é o nome dado às doenças que afetam o encéfalo, causando distúrbios de perfusão, de metabolismo e de neurotransmissão. Dentre as encefalopatias, destacam-se a encefalopatia hipertensiva, hipóxico-isquêmica, metabólica, urêmica, traumática, Wernicke-Korsakoff, tóxica e hepática.
A encefalopatia hepática ocorre em decorrência da impossibilidade do fígado de metabolizar algumas substâncias tóxicas que acabam atingindo a corrente sanguínea, chegando até o cérebro, onde provocam lesões. A principal substância tóxica envolvida no surgimento desse tipo de encefalopatia é a amônia.
Essa doença apresenta carácter progressivo e necessita, portanto, de tratamento adequado e precoce. Se descoberta ainda no início, é possível preservar algumas funções cerebrais. O diagnóstico é normalmente clínico, analisando-se os sintomas e excluindo outras possíveis doenças. Esse tipo de encefalopatia é comum em pacientes que apresentam cirrose, acometendo cerca de 70% desses pacientes.
A encefalopatia hepática pode ocasionar alterações no sono e na personalidade, problemas motores e de atenção, redução da cognição, comportamento inapropriado e até mesmo o coma profundo. Em alguns pacientes, a doença pode provocar ainda convulsões, letargia, paranoia, euforia, depressão e desorientação. De acordo com a gravidade dos sintomas, estes costumam ser classificados em cinco graus, sendo o 5º o mais grave, com a presença de coma.
Podemos classificar a encefalopatia hepática em três tipos básicos: episódica, persistente ou mínima. A forma episódica é aquela em que os sintomas duram períodos curtos de tempo. A forma persistente, por sua vez, pode ser definida como aquela em que os padrões de consciência alteram-se e não há um retorno à condição normal. A encefalopatia hepática mínima é aquela que causa alterações neuropsiquiátricas leves, sendo uma forma considerada subclínica.
Além da classificação descrita acima, ela pode ser dividida em tipo A, tipo B e tipo C. A encefalopatia hepática do tipo A é aquela que acontece em consequência da falência do fígado. O tipo B está relacionado com desvios portossistêmicos, ou seja, é um tipo em que não há acometimento celular hepático. Já o tipo C ocorre em decorrência da cirrose e é a forma mais comumente observada.
O tratamento da encefalopatia hepática varia de um paciente para outro, sendo que medicamentos são frequentemente adotados. Os fármacos usados para tratamento dessa doença possuem por objetivo reduzir as taxas de amônia na circulação. Além dos medicamentos, terapia nutricional e transplante hepático também podem ser indicados.
Por Ma. Vanessa dos Santos