Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Dissertação Subjetiva

Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Em se tratando do texto dissertativo há o predomínio da 1ª pessoa do singular?

Esse questionamento é muito comum, pois sempre aprendemos que não é aconselhável o uso da referida pessoa verbal, por tratar-se de um texto objetivo.

Comumente,  a modalidade mais requisitada em concursos e em provas de vestibulares é a Dissertação Argumentativa. Nela, a linguagem precisa ser clara, objetiva e precisa, uma vez que escrevemos para um leitor universal, com o qual não temos nenhum tipo de intimidade.

É um tipo de texto que pauta-se por uma tese, isto é, uma ideia passível de discussão. Nele expomos nosso ponto de vista sobre um determinado assunto, argumentando contra ou a favor do mesmo. Por tratar-se de um texto objetivo, o recomendado é não utilizar a linguagem conotativa, pois ela dá margem a várias interpretações e revela um certo envolvimento por parte do emissor.

Mas existe um tipo de dissertação que apresenta uma abordagem mais pessoal diante do tema em discussão. É a chamada Dissertação Subjetiva.

É importante lembrarmos de que Subjetividade é marca pessoal, fonte reveladora de sentimentos e emoções frente a um determinado assunto. O uso da 1ª pessoa e de uma linguagem conotativa são características relevantes, acentuando um envolvimento maior do emissor em relação à tese ora defendida. Neste caso, os argumentos nem sempre são pautados com base na racionalidade.

Para melhor entendermos sobre esta questão, analisaremos um poema, o qual representa o texto em estudo:

Mulher ao espelho

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.


Cecília Meireles

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Redação - Brasil Escola

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Dissertação Subjetiva "; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/dissertacao-subjetiva.htm. Acesso em 08 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante